Cap. 81 - End.

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Tony on.

Sábado, primeiro dia do inverno.
  Acordei com a minha cabeça pesada, não lembro quando nem como consegui dormir, mas infelizmente lembro de tudo que aconteceu.
  No meu celular havia inúmeras mensagens mas com certeza nenhuma que eu queira ler. Fiz minhas higienes e desci para comer algo, sinto falta das crianças, mas ainda não sei como vou agir perto deles, não sei o que fazer.

  Enquanto eu comia um pedaço de bolo que estava na geladeira eu abri a sacola que eu havia deixado ali ontem ao lado da chave do carro, tinha celular, brincos, piercings, cordão... anel. Eu tinha demorado tanto para escolher aquele anel. Guardei o mesmo na minha carteira e o resto deixei ali.

A campainha tocou e eu estranhei, não estava esperando ninguém. Assim que eu abri a porta dei de cara com July, Breno e Kelly. Eu tentei ao máximo segurar as lágrimas mas foi em vão assim que eles me abraçaram.

  Apesar de não ter muitas palavras nem muita conversa é bom ter os amigos ao meu lado.

Kelly: e o enterro?
Tony: ainda hoje, no final da tarde - informei e eles concordaram
Breno: já falou com todos? - eu neguei
July: deixa comigo, vou falar apenas com quem eu tenho certeza que quer e deveria estar lá - eu concordei agradecendo e logo escutei a campainha de novo
Tony: deve ser Bella e Guilherme - eu disse e respirei fundo, não sei se to preparado para encarar as crianças
July: não se preocupe, vai ficar tudo bem - disse antes de eu abrir a porta
Alice: DADDY! - disse a minha menina agarrando a minha perna assim que entrou junto com os irmãos, Bella, Gui, Sophia e Miguel - senti sua falta
Tony: eu também querida - depositei um beijo no topo de sua cabeça e logo depois abracei Gui e Bella cumprimentando-os

  Murilo e Bernardo haviam saído correndo assim que entraram.

Bernardo: Dindos! - disse assim que viu os padrinhos Breno e Kelly e saiu correndo para abraçá-los, assim como Murilo que abraçou a madrinha July.
Murilo: cadê a mamãe? - perguntou me olhando, algo me dizia que essa pergunta viria dele

  Eu engoli em seco, não tinha ideia do que falar, não queria mentir para eles, mas também não queria traumatiza-los. Senti a mão de Guilherme que estava ao meu lado nas minhas costas me dando apoio

July: mamãe teve que fazer uma viagem de emergência - respondeu assim que percebeu que eu estava paralisado e havia simplesmente esquecido como que falava
Murilo: que estranho, mamãe nunca precisou fazer isso - ele disse cruzando os braços e arqueando as sobrancelhas, é realmente a minha cópia
Bernardo: quando ela volta? - perguntou novamente pra mim
Kelly: ainda não sabemos querido - respondeu o sobrinho
July: que tal brincarmos lá fora no parquinho? - perguntou animada, tentando disfarçar o clima pesado e todas as crianças concordaram
seguindo a mesma para o gramado lá fora.

  Eu respirei fundo, sentindo um dos vários pesos sair da minhas costas. Pelo menos agora tenho mais tempo para pensar como eu vou falar com eles. Anna era uma mãe tão incrível, não sei se vou ser bom o suficiente, não consigo sem ela.
  Ouvi meu celular tocar e no visor eu li o nome de Erick, apesar de não querer atender eu pensei duas vezes e acabei atendendo.

Ligação on.
Erick Pedro

Tony: oi Erick
Erick: Anthony - ele também tinha a voz triste - meus mais sinceros e profundos sentimentos... - ele respirou fundo - me desculpe estar te ligando agora eu sei que não é o melhor momento
Tony: tudo bem e... obrigado - eu não sabia o que falar num momento desse
Erick: mas nós precisamos ir no tribunal ainda hoje resolver algumas coisas
Tony: por mim, o quanto antes melhor
Erick: posso ir agora
Tony: okay, já estarei a caminho

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