America Singer era uma garota comum até ser selecionada pra estudar no internato Illéa High School.
Ela não imaginava que se apaixonaria por alguém depois de sua última desilusão amorosa, até conhecer um menino com cabelos cor de mel todo certinho...
- Você disse que precisávamos conversar, é sobre o que? - Pergunto apreensiva e me sento no chão, ele faz o mesmo.
- Nada muito sério, eu só queria falar com você. - Aspen se aproxima de mim e escoro minha cabeça em seu ombro.
- Conversamos ontem. - Sorrio e ele olha nos meus olhos.
- Se eu pudesse gostaria de ter sua companhia o tempo inteiro. - Aspen acaricia meu rosto com a palma da mão. - Isso não te lembra nossos tempos na casa da árvore? - Ele pergunta sorridente.
- Me lembro que apesar de ser tudo muito simples éramos felizes de verdade. - Uma chuva de lembranças me invade. Aquela casa da árvore era meu lugar favorito do mundo!
- Ainda podemos ser! Eu agora tenho uma boa condição financeira, quando terminarmos nossos estudos podemos nos casar e eu ajudaria sua família, você sabe. - Me assusto com a proposta dele.
- Aspen somos adolescentes e não somos mais um casal, você não pode me pedir pra casar, não nessas circunstâncias. E eu não me casaria com você pelo seu dinheiro, eu não sou interessaria. - Afasto meu rosto da mão dele.
- Perdão eu não queria te ofender. Mas não é como se nós tivéssemos acabados de nos conhecer, temos uma história, precisamente uma história de dois anos. Não precisa me dar uma resposta agora, só pensa com carinho, eu espero o tempo que for. - Aspen diz na maior tranquilidade.
- Será que podemos mudar de assunto? - Peço já exausta dessa conversa.
- Sim. Não sabia que você se interessava em fazer parte das líderes de torcida. - Aspen puxa outro assunto, mas a tensão não alivia.
- Nem eu, até hoje. Percebi que você não gostou do Maxon ter sido escolhido como jogador. Por que?
- Primeiro que quase me substituíram por ele ser "melhor" jogador. - Aspen ironiza fazendo aspas com as mãos. - E eu já percebi que vocês conversam bastante.
- Você vai implicar com ele por causa disso? O Maxon é meu amigo. - Defendo o garoto gentil que conheci a pouco tempo mas já considero muito. - Acho melhor eu voltar pro meu quarto.
- Não Meri volta aqui. - Ele pede mas já me levantei e fui embora. Não tenho cabeça pra continuar esse assunto.
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- Na sexta feira teremos prova de biologia. Vocês tem dois dias pra se preparem. Aconselho que estudem bastante, como a maioria dos meus professores diziam: a prova está fácil pra quem estuda. - O senhor Woodwork avisa a todos e pela cara de todo mundo parece que deu a pior notícia do século.
- Marlee você pode estudar comigo? - Pergunto pra minha amiga que parecia distraída.
- Podemos estudar amanhã, hoje depois da aula eu tenho que ajudar o professor Carter a preparar as próximas aulas. - Ela responde.
- Tudo bem. - Vai ser bem mais chato estudar sozinha, mas eu consigo.
Logo após o término das aulas vou sozinha até a biblioteca, nesse horário ela está bem cheia. Me sento em uma mesa perto da janela por causa da iluminação e pego meu caderno de biologia pra estudar. Pela primeira vez em dias consigo focar em alguma coisa e adiantar bastante a matéria.
- Posso me sentar com você? - A voz familiar pergunta, Maxon está com vários livros nas mãos.
- Pode, mas não faça barulho, preciso estudar. - Digo sorrindo pra ele.
- Você nem vai notar que estou aqui. - Ele responde e se senta na minha frente. Nós ficamos em silêncio por um tempo até que percebo que ele está me observando.
- Você disse que não ia me desconcentrar. - Tento parecer brava, mas falho.
- Você faz uma cara engraçada quando está concentrada em algo, não de uma forma estranha, mas sim de uma forma bonitinha. - Ele explica e eu fico sem graça.
- Você conversou com a Kriss? - Pergunto tentando mudar de assunto.
- Sim conversei. Ela estava bem chateada, ela começou a chorar e fiquei me sentido péssimo. Eu não sei lidar com choro de mulheres, simplesmente não sei o que fazer. - Ele admite.
- A culpa não é sua Maxon. Entendo o porque ela achou ruim, eu acho que também me sentiria como ela. Não é justo se culpar por isso, você é muito gentil e sei que se pudesse daria a vaga para as duas. - Tento o tranquilizar e ele assente.
- Nem em um milhão de anos eu me imaginaria jogando futebol americano. - Maxon ri e todos em volta nos olham irritados por causa do barulho.
- Melhor fazermos silêncio se não quisermos ser expulsos daqui. - Digo baixinho e nós voltamos a nossa atenção pra os estudos.
Passamos horas lendo livros e revisando a matéria de biologia, meu cérebro não consegue absorver mais nada! Maxon se oferece pra me levar até meu quarto e no caminho temos uma conversa tranquila e amena, somos bons amigos, na verdade ótimos amigos!
Na hora de dormir fico pensando no dia de amanhã, vai ser meu primeiro ensaio como líder de torcida e estou ansiosa. Meu Deus esse lugar está me corrompendo, se alguém me falasse algumas semanas atrás que eu viraria uma líder de torcida eu teria sido muito irônica com essa pessoa. Tento me lembrar dos conselhos do meu pai, ele me disse que não posso ter medo das mudanças, não é ruim mudar. Não sei no que estou me tornando, mas acho bom o fato de estar evoluindo e saindo da minha zona de conforto. Às vezes a mudança é necessária!
