Capítulo 10

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                         America Singer

- 1,2,3,4! - Celeste grita e todas repetimos. - Eu amo Illéa High School, dominando do norte ao sul! - Nós cantarolamos o nosso "hino" enquanto seguimos os movimentos da capitã. - Melhor internato não existirá,
nós nascemos pra ganhar! - Sinceramente que canção mais egocêntrica. - Jogamos com perfeição, não tem comparação! - Todas nós levantamos os braços e remexemos nossos pompons. - Nós estamos em primeiro lugar, tente se acostumar. - Terminamos nosso número fazendo uma pirâmide, minha sorte é estar na base, certeza que eu cairia se tivesse lá em cima. - Foi horrível. Desse jeito vamos ter que ensaiar mais mil vezes. - A capitã reclama irritada.

- Vamos combinar que a música não ajuda né. - Respondo e todas concordam.

- Sério America? Acha que eu não percebi? Não tenho culpa se essa é uma maldita tradição desse lugar e o diretor Clarkson ordenou que fosse assim. - Ela cruza os braços e me arrependo de ter-lhe culpado. - Eu sou Celeste Newsome, não passo vergonha. O hino pode não ser um dos melhores, mas a nossa coreografia da outra música vai ser a melhor de todas. Agora vamos ensaiar de novo.- Ela ordena e temos que obedecer.

Passamos toda a manhã ensaindo enquanto os meninos faziam o treinamento, sinceramente eles são péssimos, vão ter que melhor muito. Nosso professor de educação física nos avisou que o campeonato está chegando e que temos que nos concentrar. Logo após o término do almoço segui para a sala da minha aula.

- Com licença. - Uma senhora idosa que está com uma bengala me para no corredor, ela está segurando vários papéis na outra mão.- A senhorita poderia levar essa papelada na sala do diretor Clarkson por favor? Eu iria, mas aquela escada dificulta. - A mulher me pede com a maior gentileza.

- Posso sim. - Pego os papéis da sua mão, eu jamais recusaria ajudá-la, já vi essa senhora nos corredores e percebo que ela anda com bastante dificuldade. A mulher me agradece várias vezes, depois da professora Amberly ela é a funcionária  mais gentil que conheci aqui.

Eu tenho a impressão que o diretor não vai com a minha cara, tudo bem eu não vou com a dele também. Quando bato na porta da sua sala ninguém fala nada, bato de novo só que mais forte e ela se abre. Coloco minha cabeça pela fresta mas a sala está vazia. Será que eu deixo os papéis encima da mesa dele ou espero? Quer saber não faz mal eu entrar rapidinho né.

Da última vez que estive aqui não prestei muita atenção no lugar, as paredes são repletas de prateleiras do teto ao chão cheia de livros. A mesa do diretor é de uma madeira escura e por ser uma peça antiga ela é tampada embaixo, não é igual a mesas que cada pé fica de um lado. Tem até um computador, acho muito engraçado que não temos nem acesso a telefone mas o querido Clarkson tem até a internet! Atrás da mesa tem uma grande janela de vidro, me aproximo e olho como é a vista daqui. Depois de matar  minha curiosidade me viro para colocar os papéis encima da mesa, mas reparo que o visor do computador está ligado. Eu mexeria no computador mas ele tem senha. Qual será?

Escuto alguém se aproximando e entro em pânico, o diretor certamente me mataria se me pegasse aqui. Como um instinto me enfio embaixo da mesa, é um péssimo esconderijo mas não sei o que fazer. A porta se abre e logo é fechada bruscamente. Clarkson se aproxima pra sentar em sua cadeira, ele vai me ver! O telefone que está na mesa toca e por um triz não sou pega.

- Alô. - Clarkson diz ao atender. - Estou esperando seu retorno à dias! Não tente me enganar, estou te pagando muito bem para fazer o seu serviço. - Caramba ele é um escroto até ao telefone. - O que você descobriu? - Queria ser uma mosca pra estar perto o suficiente pra escutar a resposta do outro lado da linha. - Estou falando do August seu imbecil. - August? Quem será que ele é? - Esse maldito traidor ainda vai me pagar, esse menino me perturba a dois anos e ele está perto de descobrir toda a verdade, faça o que for mas não deixe esse inseto estragar tudo. - Clarkson ordena e sinto arrepios.

"Faça o que for" isso é uma ordem para matar o tal August? Sinto calafrios só de imaginar. Escuto quanto o velho asqueroso desliga o telefone e arremessa um copo na parede, preciso tampar minha boca pra conter o grito de susto. Alguém bate na porta.

- Entre. A é você Maxon, seja breve não tenho tempo para seus dramas. - Não consigo entender como um pai despreza assim seu filho.

- Não quero tomar seu tempo. Vim aqui pedir por favor para que o senhor converse com minha mãe, ela está mal. Já faz meses que ela tenta esconder que está triste, mas a vejo chorar escondido. - Maxon diz com a voz cansada.

- Quem você pensa que é para me dizer o que fazer em relação ao meu casamento? Francamente você é uma decepção, consegue fazer algo sem a minha ajuda? Pelo visto não. - Sinto vontade de sair debaixo da mesa e dar um soco na cara do Clarkson por tratar Maxon assim tão mal.

- Eu só queria que tentasse ajudá-la. - Ele insiste mas Clarkson joga alguma coisa no chão que se espatifa.

- Cale-se agora. Se continuar a insistir sabe o que eu farei com você. - Por um momento achei que ele era só um diretor rabugento, mas ele é pior que isso, Clarkson é um homem cruel. Não se importa com seu filho e nem esposa. - Vou ao banheiro e quando voltar espero que tenha arrumado essa bagunça. - Ele dá a ordem e se retira.

Maxon se aproxima da janela e se abaixa para catar os cacos de vidro, ele está de costas e se virar eu estou perdida! Tento me encolher mais ainda, mas meu joelho bate na mesa fazendo barulho, imediatamente a atenção de Maxon se volta a mim. Ele me olha com os olhos arregalados.

                                     (...)








O nome dela é America e o sobrenome é confusão hahaha 🤭

A Seleção: Uma Nova Era (em pausa) Onde histórias criam vida. Descubra agora