Capítulo 12

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                         America Singer

Passei a noite inteira acordada, tentando fazer um plano para entrar na sala do diretor e não deixar rastros. Em nenhum momento consegui deduzir sobre do que se trata o segredo dele. Azar do Clarkson por ter sido eu a escutar a ligação, porque não vou sossegar até descobrir tudo.

- Bom dia alunos. Espero que todos tenham se preparado para a nossa prova de hoje. De qualquer forma desejo boa sorte à todos. - O professor Woodwork me desperta dos meus pensamentos e começa a entregar as provas. Torço para que meus estudos na biblioteca tenham sido suficientes para eu conseguir  realizar a prova, porque depois não tive nem forças para pegar o caderno e estudar.

A prova tem dez questões cada uma valendo um ponto, será que eu posso pular dessa janela? As primeiras quatro questão eu consigo fazer rapidamente porque foi a matéria que eu estudei, as outras vão ficando mais difíceis e eu mais desesperada. 5 minutos... falta cinco minutos para o tempo da avaliação acabar e eu sou a única que ainda está fazendo a prova, falta a questão 7 e a 9, até pensei em colar, mas a minha única amiga está sentada na primeira carteira e o Maxon também está longe. Aspen sempre foi melhor com exatas e parece que todos resolveram focar a atenção em mim.

- Senhorita America eu vou precisar recolher as provas, por mim eu daria mais tempo mas são as normas da escola. - Professor Carter explica pacientemente e entrego minha prova, não consegui responder aquelas duas questões, boa America menos dois pontos. Como sei que não vai adiantar ficar me martirizando sigo para a próxima aula e continuo meu dia.

Sinceramente não é fácil estudar aqui, mas não quer dizer que não valha a pena. Temos um péssimo diretor, regras chatas, uniforme estranho mas as tias da cantina são as melhores, e as comidas perfeitas. Falando em comida estou desejando um pedaço de torta de morango, na verdade uma torta de morango inteira seria melhor. Quando chego ao meu quarto noto um papel encima da minha cama, é uma carta. Me sento na escrivaninha e abro o papel.

Gatinha,

escrevo em nome de toda nossa família, estamos morrendo de saudade. Como está sendo aí? Espero que esteja feliz e se saindo bem na escola.
May sempre quer saber de notícias suas e lhe mandou um beijo. Acredita que sua mãe conseguiu um ótimo emprego? Ela está muito feliz e adorando se apresentar nesse lugar. Você herdou o talento dela! Estou me saindo bem com meu emprego também.
Estamos conseguindo pagar nossas contas e nos estabilizando.
Eu te amo minha filha, imagino que esteja tirando de letra todos os desafios que essa mudança trouxe.
 
                                                   Ass: Papai.

Ao terminar de ler percebo que minha face está toda molhada, eu estou morrendo de saudade da minha família. Das broncas da minha mãe, da May me implicando, do meu irmão mais novo Gerad e do meu pai. É estranho estar longe da minha família depois de ter passado toda minha vida ao lado deles. Me sinto mais independente, porém muito insegura, eu não tenho meu porto seguro aqui comigo. Pego um papel para responder a carta de meu pai que enviarei no domingo, único dia que temos para enviar nossas cartas.

Papai,

Estou muito bem aqui, confesso estar com medo na maior parte do tempo por não saber o que me aguarda, porém estou gostando do que estou me tornando.
Sinto saudade de vocês todos os dias, espero vê-los logo. Fiquei extremamente feliz ao descobrir que a situação aí está melhorando, me preocupo muito com vocês. Diga a May que mandei um beijão e para ela me escrever também.
Amo todos vocês!

                                  De sua filha: America

Posso ter passado inúmeras dificuldades na minha vida, mas jamais a trocaria. Eu tenho uma família maravilhosa e que me ama e isso já faz tudo valer a pena.

- Oi America, tudo bem? - Marlee me pergunta preocupada ao entrar no quarto e notar meus olhos vermelhos.

- Tudo bem sim, recebi uma carta do meu pai e me emocionei. - Explico.

- Como acha que foi na prova? - Marlee puxa assunto.

- Não tão bem quanto gostaria e você? - Pergunto e me sento na minha cama de frente para ela.

- Não consegui responder uma questão e fiquei em dúvida em algumas. - Ela responde desapontada. Acho meio estranho ela não ter se saído muito bem, já que ajuda o professor com as aulas quase todos os dias. Prefiro não mencionar o assunto.

- Hoje é sexta feira e estamos na maior desanimação! - Me jogo na cama para fazer drama.

- Quer ensaiar nossa coreografia de líderes de torcida? - Ela pergunta. Como eu não tenho nada para fazer aceito a ideia e passamos horas dançando, acho que finalmente eu não estou péssima, eu estou meio péssima e isso já é um avanço. Depois nós duas hidratamos nossos cabelos e conversamos sobre nossa infância. É fantástico morar com sua melhorar amiga.

O cansaço toma conta do meu corpo e consigo dormir, esqueço as preocupações e simplesmente relaxo.

- America! Sou eu. - Escuto o menino de cabelos cor de mel falar mas não sei distinguir se estou sonhando ou não. - Vem comigo. - Ele pede baixinho e se aproxima mais de mim. Quando abro os meus olhos quase grito de susto mas Maxon tampa minha boca delicadamente. A mão dele é bem macia na verdade. - Desculpa eu não queria te assustar só te acordar. - Ele diz e retira sua mão da minha boca.

- O que você tá fazendo aqui? - Sussurro para não acordar a Marlee que está roncando baixo.

- Meu pai acabou de viajar, como está muito cedo é a nossa melhor oportunidade para entrar na sala dele. - Ele explica e eu me levanto para procurar um casaco pra colocar por cima do pijama.

- Então vamos logo. - Digo ansiosa e pego uma bala de menta que vai tirar meu mal hálito matinal. Vejo as horas no relógio que fica na minha escrivaninha e são 5:30. Na hora de sair dou uma última olhada na Marlee que está imóvel e dormindo como uma pedra.

Sinto que ou estou muito perto de descobrir algo ou que simplesmente nossa investigação vai dar em um beco sem saída. Espero que aconteça a primeira opção!

(...)







Já que o Maxon não existe vamos sonhar com ele pelo menos kkkkkk ❤️

A Seleção: Uma Nova Era (em pausa) Onde histórias criam vida. Descubra agora