America Singer
Aqui no internato não temos acesso à internet e nem sinal de telefone, por isso o único jeito de nos comunicarmos é por carta. Eu sempre amei cartas, apesar de parecer uma coisa de gente velha elas são uma forma linda de ser expressar. O único dia que temos para enviá-las pra nossa família é no domingo, passei várias horas escrevendo pra todos meus familiares ( menos Kota, que não considero meu irmão), depois de enviá-las passei o dia tocando violino. O final de semana inteiro praticamente trancada no quarto.
Depois das aulas da parte da manhã na segunda feira eu e Marlee fomos almoçar na cantina, confesso que amo esse lugar. A comida é deliciosa e tem várias mesas, onde cada um senta com seu grupinho. Não me levem a mal, eu não gosto daqui por causa da disputa de popularidade, eu gosto pela comida!
- America pra onde vai tudo o que você come? - Marlee me pergunta incrédula quando sentamos na nossa mesa de costume e ela observa minha bandeja lotada de comida.
- Marlee eu estou em fase de crescimento de acordo com meu pai. Aqui temos o prato principal, um suco de laranja, uma maçã como sobremesa e um pedaço de bolo de chocolate como pós sobremesa. - Mostro as comidas que peguei e Marlee me olha chocada.
- Olha olha, não sabia que essa escola aceitava pessoas da sua classe. - Celeste para na minha frente.
- O que você disse? - Pergunto me levantando e ficando frente a frente com ela.
- Todos nós sabemos que você só está aqui por causa da bolsa, você jamais teria condições de pagar uma escola como essa, olha pra você é uma morta de fome! - Celeste me humilha na frente de todos. Marlee me chama pedindo pra sairmos desse lugar, mas sou orgulhosa demais pra deixar isso barato.
- Poxa vida, a patricinha mimada acha mesmo que vai me ofender com essas palavras medíocres! Se eu sou morta de fome, você é morta por dentro. Do que adianta ser rodeada de pessoas, sendo que elas só querem ver você cair? - A enfrento e dou um sorriso de satisfação por ver que a pose dela de durona desmoronou.
Celeste me dá um empurrão e se eu fosse um pouco mais magra teria me esborrachado no chão, graças a minha sorte só cambaleio pra trás e logo recobro o equilíbrio. Pego meu suco na bandeja e jogo na cara da esnobe que solta um grunhindo.- Você é maluca! - Celeste grita chamando ainda mais atenção.
- As duas pra sala do diretor! - Um dos professores que presenciou tudo nos ordena e como sei que não tenho escolha sigo pra sala do capeta. O professor vai com a gente e a morena ao meu lado caminha pisando duro e seus saltos fazem barulho no piso, ela praticamente mudou todo o uniforme, mas ninguém parece ter brigado com ela.
- Você me jogou suco e me enfrentou na frente de todos, vou fazer você pagar por tudo isso! - Ela diz com um sorriso diabólico quando o professor não está olhando. O homem bate na porta hesitante e o diretor pede pra entrarmos. Ele parece mais furioso que o normal.
Depois de o professor contar toda a história da "briga" o Clarkson pede pra ele se retirar e sobra só eu e a nojenta.
- Senhor Clarkson, não foi minha intenção empurrar essa garota, o senhor conhece minha família e sabe que os Newsome sempre ajuda o internato financeiramente e que me deram uma ótima educação. Essa menina que oferece risco a reputação daqui. - Celeste diz como se fosse a inocente da história.
- Sem querer!? Você fez de propósito sua insuportável! - Aumento meu tom de voz pra falar com ela.
- Silêncio - O capeta em pessoa grita e nós duas nos calamos. - Quem decide as coisas aqui sou eu, senhorita Newsome pode se retirar. - Nem acredito nas palavras desse homem e o pior de tudo é a expressão vitoriosa que Celeste faz pra mim.
- Ela que tá errada. - Questiono a decisão dele quando Celeste bate a porta.
- Não me questione! A senhorita é um risco pra integridade desse internato, eu estarei de olho no seu comportamento, qualquer passo em falso você será expulsa. Como castigo pela sua atitude, irá limpar e organizar os livros da biblioteca.
- Mas aquilo lá é gigante! - Reclamo e ele me fulmina com o olhar.
- Eu não estou pedindo, estou ordenando. Fique tranquila, a senhorita terá ajuda de outro baderneiro como você. Agora vá cumprir seu castigo imediatamente. - Saio da sala desse velho pisando duro.
- Você tem que entender que eu sempre ganho, não importa como, eu ganho! - Celeste que provavelmente estava me esperando pra rir das minhas custas, diz e depois sai desfilando pelo lugar. Eu ainda vou dar o troco nela ou não me chamo America Singer.
Me dirijo até a biblioteca, quanto mais cedo eu acabar esse castigo melhor vai ser. Entro no lugar mais está vazio, cadê a pessoa que vai me ajudar? Eu que não vou fazer tudo sozinha!
- Oie Meri. - Escuto a voz familiar atrás de mim e quando viro vejo Aspen com o uniforme de educação física.
- Oi, então quer dizer que você é o baderneiro que o diretor falou que vai me ajudar? - Pergunto achando graça.
- Nunca tente jogar bola no quarto, a janela pode quebrar. - Aspen me conta rindo.
- Vamos começar logo. - Começo a organizar os livros que estavam fora da prateleira e Aspen limpa o chão.
- Você fica muito linda com esse uniforme, na verdade sempre fica linda. - Ele diz e eu gelo, logo agora que eu tinha achado que tinha superado ele!
- Obrigada, mas não é verdade, esse uniforme é ridículo. - Tento mudar o assunto.
- Pode ser ridículo, mas não fica ridículo em você.
Quando tento alcançar uma prateleira que fica no alto acabo torcendo o pé e caindo da pequena escada, Aspen vem correndo de onde estava pra me ajudar.
- Meu Deus você se machucou? - Ele pergunta com a voz preocupada.
- Meu pé está doendo. - Minha voz fica trêmula por causa da dor e ele analisa meu pé.
- Acho que na verdade você torceu o tornozelo. Deixa eu te colocar na cadeira. - Ele pede e me leva no colo até uma cadeira qualquer. Quando me sento ele se agacha na minha frente e continuando analisando meu pé. - Vamos ter que te levar a enfermaria.
- Tudo bem. - Respondo e faço cara de dor quando ele aperta forte demais meu tornozelo sem querer. - Só espero não estar tomando seu tempo.
- Olha pra mim America. - ele diz e segura meu rosto delicadamente com as mãos. - Você não toma meu tempo, sempre que eu puder te ajudar eu vou. Não importa o que aconteça eu sempre vou te amar, nunca se esqueça disso. - Quando olho naqueles olhos verdes percebo a sinceridade de suas palavras.
Aspen aproxima sua boca da minha e....(...)
Triângulo amoroso? Temos...
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Seleção: Uma Nova Era (em pausa)
RomanceAmerica Singer era uma garota comum até ser selecionada pra estudar no internato Illéa High School. Ela não imaginava que se apaixonaria por alguém depois de sua última desilusão amorosa, até conhecer um menino com cabelos cor de mel todo certinho...