E você, me faz bem?

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Pov Josh Campbell

Fico por alguns minutos na porta pensando oque eu poderia falar pra ela, realmente me arrependo do que eu disse.  Eu sei que sou babaca mas eu nunca faria isso.

Confesso que parte de mim ta com medo de ver ela, lembrar o quanto ela é doce porém ao mesmo tempo tão fria.

Acho que o motivo de eu gostar tanto dela é justamente esse. Ela não é qualquer uma, ela não se joga em cima de você, e sinceramente é difícil achar alguém daquela escola que não tenha me olhado com segundas intenções.

Ela não. Talvez pelo fato de que se você pesquisar na internet o nome dos alunos de Las Ensinas, a primeira coisa que aparece é que eu sou um filha da puta drogado que só sabe machucar mulheres.

Realmente, talvez eu seja assim.

Pensar que eu machuquei a Becky me machuca.
Ela nunca tinha me contado isso e algo me diz que ainda tem muitas coisas que ela não me contou, e nem acho que vá.

Eu sou muito burro, como eu nunca pensei nisso? Durante todas as vezes que fui em sua casa ela tava sozinha.

Acho que talvez pelo fato de ela morar em uma casa tão grande que provavelmente tenha muitas despesas. Como ela consegue manter tudo aquilo sozinha? Não faz sentido.

***

Tomo coragem e entro na sua casa sem mesmo tocar a campainha, espero não parecer louco fazendo isso.

Logo na entrada vejo um monte de cacos de vidro espalhados pelo chão e por um segundo me sinto destruído de pensar que talvez ela tenha se machucado. Mas prefiro pensar que com a pressa ela tenha esbarrado e o vaso caiu, não que foi por minha causa.

Passo os olhos pela sala na esperança de encontra-lá, mas não a encontro. Presumo que ela esteja em seu quarto. Como já tinha ido lá uma vez não seria difícil chegar até lá.

Enquanto subo as escadas lembro do dia em que fui ao seu quarto, pra limpar meus machucados.

De como eu fiz drama só pra irritar ela dizendo que estava me machucando.
De como ela é carinhosa e cuidadosa enquanto cuidava de mim.
De como ela é linda quando ta concentrada.

Chego na porta de seu quarto e a abro com cuidado e vejo ela dormindo abraçada com o whisky, parecia cansada.

Chego na porta de seu quarto e a abro com cuidado e vejo ela dormindo abraçada com o whisky, parecia cansada

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Fecho a porta de seu quarto e vejo que a mesma abriu os olhos.

Quando olha pra mim percebo o seu rosto inchado e seus olhos vermelhos, espera, ELA TEM OLHOS VERDES?

Becky: Oque você ta fazendo aqui? — fala com a voz arrastada, parecia ainda estar dormindo.

Chego mais perto dela e vejo como ela é ainda mais bonita sem aquelas lentes, acho que eram lentes né. É incrível como apenas a cor dos olhos pode mudar tanto a aparência de uma pessoa

Não que olhos escuros não sejam bonitos, muito pelo contrario, ela era linda de olhos castanhos.
Mas assim parece mais verdadeira, porém mais frágil, é algo impossível de se explicar.

Eu: Vim te ver — digo fazendo carinho em seus cabelos, estranho ela não ter me mandado embora.

Becky: entendi — olha diretamente em meus olhos.

Eu: Rebecca, você ta chapada? — falo após perceber que os seus olhos vermelhos não eram só de choro e também explicaria o motivo de ela não estar me xingando.

Becky: Foi só um pouquinho Josh — se vira pra cama no intuito de dormir de novo.

Eu: Só um pouco? — é impossível ela ter usado pouca droga, ela não parece nem se lembrar o idiota que eu fui com ela.

Becky: Não te interessa — diz fria — E sem contar que eu acabei de lembrar o quanto você é babaca então por gentileza saia da minha casa.

Seria a segunda vez em menos de 24 horas que ela me expulsaria de sua casa. Pensei em me virar e ir embora mas não posso deixar que ela se drogue, eu faço isso e sei quanto faz mal.

Passo os olhos em toda a área de seu quarto e percebo o quão organizado é sua casa, ela mora sozinha, como isso é possível?

Olho pra sua penteadeira e vejo uma caixa, um tanto quanto pequena, mas como eu disse, eu me drogo a anos então sou um tanto quanto experiente em esconder droga dos meus pais, oque é estranho afinal não teria motivos pra ela esconder também.

Pego a caixa e vejo que ali tem pouca maconha, oque me deixa feliz por um lado. Mas por outro me preocupa, não sei se tem pouco porque ela acabou usando demais ou porque não tinha mesmo.

Becky: Porque você ta mexendo ai? — fala levantando rápido e me vendo com a sua "amada" caixinha de entorpecentes nas mãos — Você ta louco? — levanta e pega sua caixa.

Eu: Você sabe que isso não te faz bem Rebecca — falo e espero ouvir o motivo de tudo aquilo, rezando pra que ele não seja eu.

Becky: E você, me faz bem? — grita enfatizando o "você" — Porque que eu saiba você é um insensível, que me odeia e acha que pode sair falando merda do que nem sabe na minha cara — nesse momento ela já estava chorando e confesso que tudo que eu queria era que ela esquecesse tudo que eu disse, e eu pudesse simplesmente tirar a droga da vida dela.

Me odeio em saber que ela pensa que eu a odeio e principalmente por o motivo de tudo aquilo ser eu.

Confesso que talvez eu não a faça bem. Na real eu não faço nem um pouco, mas me machucou ouvir isso da boca dela por mais que não fosse mentira. Não é e nem nunca foi minha intenção a fazer mal ou até machucar ela.

Eu: Eu não sabia sobre os seus pais — me sinto realmente culpado, a culpa era minha mesmo — Sinto muito.

Becky: Você sente muito? Imagina se não sentisse né — limpa as lagrimas de seus olhos — mas quer saber? — diz e solta um suspiro — Tá tudo bem.

Eu: Que? — Aquilo não fazia o menor sentido, nem eu perdoaria de uma hora pra outra.

Becky: É Josh, ta tudo bem — confirma, tudo que eu mais queria agora era abraça - la e agradecer por isso, mas não acho que seja o momento — Eu só peço pra você pegar a sua linda loirinha, e saia da minha vida. Eu já sofri demais por macho e você não vai ser mais um que vai me fazer chorar, mais do que já faz no caso.

Nunca fui disso, pra ser bem sincero eu não costumo pedir desculpas pra ninguém. Quem dirá chorar por uma mulher.

Por mais que eu goste demais dela também não vou ficar me arrastando.

Eu: se é assim que você quer, sem problemas — me viro e saio de seu quarto com meus olhos cheios de lagrimas. Por mais que eu não vá admitir tão cedo, eu queria ficar com ela. Nem que eu tivesse que abrir mão de todas as outras.

When Everything Really ChangedOnde histórias criam vida. Descubra agora