Pov Josh Campbell
Acordo, não queria confesso.
Antes mesmo de abrir os olhos o dia me recebe com uma dor de cabeça que eu sempre esqueço que sou obrigado a ter depois de beber demais. Aos poucos vou me lembrando do que eu tinha esperanças de esquecer com a bebida, porra porque quando a única vez que eu quero esquecer eu não esqueço?
A Rebecca ter me levado pra casa e ainda me colocado na minha cama é algo que não consegue entrar na minha cabeça. Não que eu não quisesse, mas ela mesmo já tinha dito que não queria me ver de jeito nenhum.
Queria que ela tivesse ficado mais ou até que eu estivesse sóbrio o suficiente pra conseguir conversar com ela direito sem discutir. Não lembro de ter falado muita coisa com ela, sinceramente espero que não tenha dito nada, se disse com certeza foi merda.
Ainda da tempo de eu chegar na escola na segunda aula mas não to com cabeça pra isso, por eu ter dormido pouco a ressaca parece estar redobrada.
Penso em fechar meus olhos e dormir de novo mas escuto o maldito interfone tocar, a ultima vez que não atendi levei uma multa por ter pulado na piscina de roupa no dia anterior e nem ao menos ter atendido o interfone pra escutar o sindico falando merda. Sim eu levei multa por isso.
O sindico do prédio é bem rígido comigo por eu ser menor de idade e ele achar que não sou responsável o suficiente pra morar sozinho. Responsável eu não sou mesmo.
Levanto na força do ódio e vejo a bagunça que está a minha sala, atendo o telefone rápido antes que desliguem e do outro lado da linha escuto o porteiro, que por mais tempo que eu more aqui eu insisto em esquecer o nome.
"Senhor Campbell? Sua mãe está aqui embaixo, posso falar pra subir?"
Merda, tinha esquecido que disse pra minha mãe que poderíamos conversar logo que eu acordasse. Digo pro porteiro que pode mandar subir e nos poucos minutos que eu tenho eu dou um jeito de dar uma arrumada na minha sala. Tirei os vidros maiores e coloquei tudo que derrubei no lugar, minha mãe não costuma vir aqui então não acho que ela vá sentir falta de nada
Chris: Filho que bom que te achei, fui na sua escola e falaram que você não foi, me deixou preocupada — fala tudo de uma vez depois de entrar na minha casa com pressa.
Josh: Calma mãe, ta tudo bem — tento acalma-la enquanto ela coloca sua bolsa na mesa e senta no sofá - Não fui à escola porque acordei muito cansado — Por mais que a minha mãe saiba que eu bebo, prefiro evitar falar pra ela porque sei que ela se preocupa muito com essas coisas — Mas a que devo a sua ilustre visita? — Tento tirar todo esse clima tenso que ela trouxe quando chegou.
Chris: Tudo bem filho, enfim não acho que você vá gostar, ou até querer mas infelizmente você não tem muitas opções — Diz séria. Minha mãe não costuma ser uma mulher séria, por mais que exagere em tudo, ela sempre está brincando ou zoando com alguma coisa — Vou ser direta, sua tia está muito doente, e infelizmente não está com condições pra se cuidar sozinha. Eu sei que você já tem sua casa e sabe se cuidar sozinho, mas ainda é menor de idade e eu como sua mãe não posso te deixar aqui sozinho.
Josh: a-a gente vai se mudar? — gaguejo e ela confirma com a cabeça — Você sabe que eu tenho uma vida aqui né? - falo entrando em desespero.
Chris: Vamos filho — solta um suspiro — Eu sei que você tem uma vida aqui mas ela é minha irmã e eu não vou deixar ela sozinha. Sem contar que daqui dois meses você faz 18 anos e vai poder voltar pra cá sozinho, é só o tempo das férias de verão meu amor.
Eu não iria discutir com a minha mãe, não mudaria nada, por mais que ela seja bem de boa e flexível em relação a tudo, não adiantaria.
Minha tia mora em Chicago, 31 horas de carro. Nasci lá e me mudei pra San Diego quando ainda tinha 10 anos, lembro bem da viagem porque tive que passar as 31 horas ouvindo meus pais brigando e minha irma chorando, eu e a tia Lú que antes era minha babá.
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When Everything Really Changed
Teen FictionSer julgada só por ser você nunca é fácil. Ser expulsa de uma escola por seu jeito é pior ainda. Não se importar com oque pensam é bom, mas não fácil. Ter medo de amar, mas não ter com quem contar. Ver que o amor está de baixo do seu nariz, mas não...