Capítulo 6

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Fiquei um pouco assustada com a repentina insinuação, mas assenti.

- eu sei que Matheus já te contou sobre a sua capacidade de ver espíritos - ela diz gesticulando na direção de Matheus. Mas não é só isso, você é uma práxi, e os práxis tem um poder mental especial.

- que poder mental? - pergunto curiosa.

- existem vários poderes, a maioria dos práxis tem um, alguns não. Mas talvez demore um tempo para descobrir qual é o seu.

- as pessoas normais não conseguem ver essa loja? - pergunto pensando em como eu nunca havia notado a loja

- conseguem, você só não tinha prestado atenção antes. Na verdade, essa loja é da minha neta: Amanda Daynor - ela diz, me fazendo sentir profundamente estúpida, enquanto gesticulava em direção ao lado de fora do cômodo, onde se encontrava a Amanda no balcão. - Ela também é práxi. Quando os práxis começam a desenvolver seu poder, eles tem uma tendência maior a serem subconscientemente atraídos em direção à outros práxis. No caso da nossa família, o praxismo é passado de geração em geração, mas no seu caso provavelmente é um poder isolado, que veio até você aleatoriamente.

Senti-me esquisita com essa nova informação, imaginando se eu deveria me sentir sortuda ou azarada tendo esse poder.

- Falando na Amanda, quero que veja o poder dela - Sonya disse, antes de gritar á Amanda para ir até nós. A moça que era sua descendente e estava no balcão da loja veio rápido, já que não estava atendendo nenhum cliente no momento.

- Oi - ela disse sorrindo e olhando para mim

- quero que mostre seu poder para a Alyssa, você vai ver querida, o poder da Amanda é simplesmente incrível.

- não é tão incrível assim, essa minha avó exagera bastante. - ela disse

- deixe a modéstia de lado, o poder é impressionante- Sonya disse.

- e qual é o poder, afinal ? - perguntei bastante curiosa

Amanda me olhou, talvez um pouco relutante, mas apenas por um momento. No momento seguinte ela fechou os olhos e assim que os abriu, a pouca iluminação que tinha naquele cômodo desapareceu. As velas e incensos se apagaram, como se tivesse passado uma enorme rajada de vento.

Com a pouca iluminação que restou, ainda consegui ver uma almofada amarela do sofá flutuar em nossa direção e se manter parada no ar, custei a acreditar no que estava vendo, mas pensei em tudo o que estava acontecendo, então aquilo virou apenas mais uma coisa inacreditável com a qual eu teria que me acostumar.

Amanda então jogou a almofada em mim sem ao menos toca-la, tomei um pequeno susto, mas acabei rindo.

-se chama telecinese - disse Amanda, ligando as velas de novo com um estalar de dedos, apesar de eu ter certeza de que ela nem precisaria ter estalado os dedos pra acender todas as luzes que ela quisesse.
-você vai descobrir seu poder logo, Alyssa - a Sonya me disse.

- Espero que sim- eu sorri, e me peguei estando realmente ansiosa para descobrir meu poder.






Decidi que voltaria ali no dia seguinte para obter mais informações, para ser surpreendida aos poucos, e não de uma vez só, e também para que Leslie não brigasse tanto comigo por não ter ido para a casa depois da aula, e além disso não ter avisado para ela.

Quando cheguei em casa, Leslie estava tão ocupada bajulando meu pai e Marlene que nem pareceu perceber que eu havia demorado uns 40 minutos a mais para chegar em casa. Na verdade, ela nem pareceu notar que eu cheguei em casa.
Ela, meu pai e Marlene estavam conversando na mesa da cozinha. Dei um "boa tarde" quando passei por eles, mas eles não pareceram notar, já que não responderam, e nem ao menos me olharam.
Fui para o meu quarto, com Matheus me seguindo, é claro.

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