Além dos Corpos

Capítulo 24

Eu me viro para ele, que tem a mão contra a porta atrás de mim e está me olhando intensamente.

Havia me esquecido do quão bonitos os seus olhos eram, tinham um tom de verde quase azulado e brilhavam bastante. Eu pensei por um momento em empurra-lo e sair dali, mas meu subconsciente me importunava "Nossa relação é impossível, Alyssa", "Talvez o sentimento só desperte depois do primeiro beijo". 

Eu queria muito estar com Matheus, muito mesmo, mas talvez eu pudesse amenizar meu sentimento por ele....beijando outra pessoa? Erick certamente estava muito bêbado e não se lembraria de nada no dia seguinte.

O olhar de Erick analisa meu rosto vagarosamente, e eu admito que também estou analisando o seu. Somos melhores amigos desde sempre, nunca havia olhado para ele de uma forma diferente.

Admito que ele é realmente atraente, não tanto quanto Matheus, mas muito atraente. "Droga, esqueça Matheus, Alyssa", meu lado racional grita.

Seu rosto está parado a uma distância não tão grande do meu e seu cabelo loiro está desgrenhado.

Seu braço parado ao meu lado estava começando a dobrar, diminuindo a distância entre nós, até que ele dá um passo para a frente.

Agora seu corpo está colado ao meu e posso sentir sua respiração rápida. Ele está olhando para os meus lábios, enquanto morde os seus.

Apesar de saber que ele é lindo e tem o rosto a pouquíssimos centímetros do meu, não sinto realmente a menor vontade de beija-lo, como sinto com Matheus. "Droga, esqueça Matheus, Alyssa" Meu lado racional grita de novo com ainda mais força. Não posso me prender a Matheus "Nossa relação é impossível", tenho que tentar.

Percebo que Erick está se aproximando devagar. Levanto um pouco o rosto e fico na ponta dos pés, ele é bem mais alto que eu. Assim que o faço, Erick agarra minha cintura com força com a mão que não está contra a porta e enfia a língua fundo em minha garganta. Quase engasgo, mas retribuo o gesto, e ele aperta minha cintura com mais força.

Ele me levanta e minhas pernas instintivamente envolvem sua cintura. Ele me pressiona contra a porta e aperta minhas coxas com força e eu passo os braços por seu pescoço.

Nossa, ele parecia ter muita experiência, provavelmente adquirida nos longos anos de relações com uma garota por semana, mas pensar nele com dezenas de outras garotas não me incomodou nem um pouco.

Ele morde meu lábio inferior com força, muita força "AI". Puxo minha boca de volta, mas tento não estragar o momento, então beijo-o de novo. Ele leva a boca até o meu pescoço e o chupa com fervor, quase desesperado "AI", em seguida ele sobe uma das mãos para o meu cabelo e o puxa com força, tanta força que achei que queria o arrancar "AI". Dessa vez afasto um pouco seu rosto do meu com uma das mãos, será que ele não conseguia ser nem um pouco delicado?

— Calma Erick — Eu digo um pouco surpresa, não imaginava que ele seria tão bruto.

Ele olha para mim com olhos confusos.

— Desculpa, Aly — Ele diz apressado, já querendo voltar a me beijar mas o afasto um pouco e ele dá uma revirada de olhos. 

— Com calma, tudo bem? — Pergunto.

Ele assente e vai direto para o meu pescoço outra vez. Ele começa a dar chupões bem mais leves do que da última vez, que acabam sendo gostosos, mas não tanto quanto os de Maheus "ESQUEÇA MATHEUS, ALYSSA".

Suas mãos estão me segurando com firmeza e ele me pressiona contra a porta. Sua boca volta a encontrar a minha e nos beijamos, dessa vez lentamente. A sensação é muito gostosa, claro que não tanto quanto seria se eu realmente sentisse por ele o que eu sinto por Matheus. "ESQUEÇA MATHEUS, ALYSSAAAA".