Capítulo 22

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'Eu estava em um carrossel em um parque de diversões. Está de noite, e Matheus está ao meu lado. Toca uma música infantil um pouco irritante, e o movimento do carrossel é bem lento.

— Por que estamos aqui? — Pergunto rindo para Matheus.

— Podemos ir para outro brinquedo — Ele responde dando de ombros enquanto sorri.

Me levanto do carrossel e saio sem dificuldade, mesmo estando em movimento. Ele vem atrás de mim e segura minha mão. Amo sentir seu toque, sua mão está macia e eu entrelaço os dedos nos dele. Percebo com surpresa e alegria que ele estava usando uma camiseta cinza. Bom, não era uma cor tão alegre assim, mas pelo menos não era preto outra vez.

— Carrinho de bate-bate — Eu digo animada correndo como uma criança, mas não me importava, me sentia a vontade para ser quem eu quisesse, quando eu quisesse, quando estava com ele.

Não tem fila em nenhum brinquedo, é claro, era um sonho, e tudo era perfeito nos sonhos que ele me proporcianava.

Entro em um carrinho e ele entra no outro. Eu dirigia com energia para bater no carrinho dele o máximo que eu conseguia, e eu gritava toda a vez que e eu era empurrada para trás quando o carrinho dele batia no meu. Não sei se esse negócio de carinho bate-bate tem um objetivo, mas era divertido vê-lo dirigir desesperado para que eu não batesse em seu carrinho, e eu ria vitoriosa toda a vez que eu o fazia.

Depois de algum tempo, cansei de dirigir e saí do carrinho.

— Montanha russa? — Ele pergunta.

Sorrio e concordo com a cabeça. Ele me puxa pela mão e corremos de novo para não sei onde, mas a montanha russa apareceu para nós, claro.

Chegamos em uma enorme montanha russa que me daria medo de não fosse um sonho. Entro no carrinho sem exitar. Com um comando de Matheus, o carrinho começa a se movimentar rápido e dá diversas voltas rápidas e gira muitas vezes de cabeça para baixo. Sinto meu estômago quase saindo pela boca, mas no sonho, isso não é uma coisa nem um pouco desagradável.

Em cada mudança brusca de velocidade, aperto a mão de Matheus com mais força, e ele a acaricia com o polegar.

Depois de algumas voltas emocionantes na montanha russa, ele fala em meu ouvido:
— Hora da roda gigante.

Sorrio e vamos de mãos dadas andando pelo parque, até que uma roda gigante surge em nossa frente. É imensa e muito iluminada. Cada cabine parece ser bem grande, e são como grandes caixas de vidro espelhado, que refletem todo o parque. Nunca tinha visto alguma roda gigante como aquela, mas tudo é possível nos meus sonhos, ou na imaginação de Matheus.

Vamos juntos em direção a uma das cabines, e a porta se abre automaticamente para nós. Por dentro, é tão grande quanto parecia ser por fora, e o vidro agora é transparente e dá uma incrível sensação de vertigem, dando para ver o lado de fora com clareza.

Tem um estofado branco que cobre três das arestas do cubo de vidro.
Me sento no estofado e Matheus se senta ao meu lado. A porta da cabine se fecha automaticamente, e com um comando de Matheus, a cabine começa a se mexer para cima devagar.

Matheus passa o braço pelos meus ombros e observamos juntos a vista da cidade enquanto a cabine sobe. É lindo, percebo que não conheço aquela cidade, mas é repleta de luzes coloridas ao longe, e fica cada vez mais bonito à medida que continuamos a subir.

Quando a cabine chega ao seu ponto máximo, solto uma exclamação. A cidade grande tem inúmeras luzes e prédios e vejo de longe muitos carros passando pelas ruas, crianças brincando pelo parque e a lua cheia está mais linda do que nunca.

Matheus tira de não sei onde um lindo buquê de tulipas roxas. Ele me entrega com cuidado. Gargalho e seguro o buquê.

— De onde isso surgiu? — Pergunto rindo.

Ele dá de ombros sorrindo.

— Da minha imaginação.

Então com um comando dele, a cabine para bem onde estava, no topo. Ele olha para mim com um sorrisinho de canto de boca e meu coração dispara.

Coloco o Buquê de lado e ele segura minha mão. Ele está me olhando intensamente, aquele olhar me deixa louca.

Matheus olha para os meus lábios com desejo. Ele se aproxima devagar e um pouco cauteloso e me dá um beijo delicado. Coloco as mãos em seus cabelos macios e suas mãos estão em minha cintura. Ele me dá um beijo um pouco mais demorado, até que sinto sua língua roçar a minha suavemente. Uma de suas mãos se transfere para o meu rosto e o acaricia delicadamente, enquanto sinto seus fios de cabelo entre os meus dedos. Nossas línguas se movem sem pressa.

Além dos CorposOnde histórias criam vida. Descubra agora