O ENCONTRO

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— Meu rei, por que estamos fazendo essa viagem? A festividade mal acabou e já partimos? O senhor não está cansado?

— Eu preciso de um Sacerdote e uma Mão Direita. — A comitiva do rei Tighermas, tendo o contingente de cinquenta cavaleiros, mexe-se malevolamente. Sem pressa. A resposta do rei é clara quanto a urgência.

A comitiva partiu para as terras de Belfast. Ao Norte de onde estavam. O rei ficou sabendo, por uma adivinhadora, depois de uma cerimônia secreta, dentro do seu palácio, que nas terras de Belfast havia um homem chamado Ulmar, possuidor do domínio das artes das magias ortodoxas e negra, que poderia ajudá-lo na sua empreitada: Exterminar o clã Mcline.

— Mas, temos tantos sacerdotes aos seus pés. — Ulthion, compele o rei com sua observação.

— Mas, nenhum deles foi indicado por uma borra de café. Eu preciso de um feiticeiro.

— Sinto a ira em sua voz, meu rei.

— A ira não está somente em minha voz, mas, no meu coração... por que não dizer, em todo meu corpo? — Ulthion, sente força naquelas palavras. O rei vai falando com o doutrinador, sem olhar em sua face. Os seus pensamentos, arrazoavam dentro dele.

— Somente para lembra-lo, e sem querer ofende-lo, mas, enquanto estamos indo nessa direção, o traidor foge para os nossos inimigos, com a família.

— Mas, não por muito tempo. Em breve, ele terá seu encontro com a morte.

— Tudo indica que ele foi alertado durante a noite, meu senhor. — Ulthion, faz o comentário sem olhar para seu soberano. Embora, soubesse mais do que aparentava.

— Sim. Ele deve ter sido avisado mesmo. Temos algum suspeito?

— Não, meu senhor. Não temos ninguém como suspeito. — Ulthion, mente para o rei, quanto a não saber sobre o suspeito— Eles, os Mcline, fugiram de madrugada. Um barco estava os esperando.

— Um barco? Era dos nossos?

— Não, meu rei. Quem me disse, afirmou que era inglês.

— Um barco inglês, em águas irlandesas. Ultrajante isso. Ulthion, é exatamente por isso que vou precisar da sua ajuda. Precisamos eliminar do nosso meio, todos os que tramam contra nossa mãe, a Irlanda.

— Pode contar comigo e com todas as minhas forças, meu senhor.

O rei calasse. Sua ira aumenta. Seus olhos parecem que vão explodir. A traição o perseguia por todos os lados. Um barco inglês desceu por águas inglesas.

Isso, somente mostra como esteve com os olhos fechados todos esses anos. O rei Tighermas, não deixaria isso barato. Toda traição seria punida, mas, primeiramente a de Jonathan Mcline. Um dos capitães de sua guarda real, aproxima-se do rei.

— Meu rei, estaremos chegando em Belfast depois que o sol, declinar sobre nossas cabeças. Posso mandar, dois homens na frente, buscar quem procuramos?

— Sim, Capitão Sheranh. Faça isso. Economizaremos tempo.

— Pode deixar, meu rei. — O capitão Sheranh, puxa a rédea curta, a cabeça do seu cavalo, o levando às pressas de volta. Sem demorar, designa seus dois homens de confiança para aquela missão.

Cultlard e Frazka, saem galopando com seus cavalos, na máxima velocidade. O rei segue trotando seu cavalo na maior tranquilidade. Tudo que almeja, e deseja seu coração, já está arquitetado.

A lua aparece no horizonte, pintando as aquarelas celestiais nas cores cinza, branca, preta e cinza novamente. O frio aumenta com a chegada da noite. Embora o rei Tighermas esteja usando um casaco com várias lãs de cordeiro, ele veste um sobretudo preto e coloca suas luvas.

Não demora muito e os soldados do rei, são avistados em pé, ao lado dos cavalos com um homem encapuzado, vestindo uma túnica azul escura. O cavalo do rei ao chegar perto do homem de vestes azuis, ele dobra seus joelhos.

— Meu senhor e meu rei, em que esse humilde servo, pode servi-lo?

— Tire o capuz para que lhe veja. — Ordena o rei Tighermas.

O soldado do lado esquerdo, conhecido por Frazka, obedece a ordem, puxando o capuz para trás da cabeça do homem.

— Você é um menino. Onde está seu pai?

— A quem o senhor procura, meu senhor? — Pergunta o rapaz loiro de olhos tão azuis, que quase são cinzas.

— Eu quero falar com Ulmar, o feiticeiro.

— Eu sou a quem procura, meu senhor.

O rei ainda desconfiado, olhando para o rapaz pergunta:

— A quem você serve?

— Ao senhor, meu rei. — Tighermas sorri com a resposta do rapaz. Ele havia perguntado sobre a divindade. — Eu sei que meu nome foi indicado numa borra de café, para servi-lo com o que tem em mente.

— Quem lhe avisou, rapaz.

— Uma Banshee, meu rei. Eu sirvo ao senhor, mas, meu deus é Crom Dubn. — Os olhos do rei Tighermas brilham.

— Então a Banshee lhe disse o porquê da minha vinda?

— O senhor veio atrás de um feiticeiro, para fazê-lo seu sacerdote e por vingança, meu senhor.

— E qual dos dois, você me dará?

— Os dois, meu rei. Eu lhe servirei por sacerdote e lhe trarei o poder de vingar-se dos seus inimigos.

— Olhe para mim. — O jovem Ulmar obedece a ordem dada pelo rei, que não espera o banco real chegar, para saltar do cavalo. — Homens! Vamos ficar por aqui hoje. Deem um banho neste homem, e comida. Depois o tragam na minha presença.

DULLAHAN - A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA - Lançado em 23/10/2019 - COMPLETO. Onde histórias criam vida. Descubra agora