O ENCONTRO

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Douglas e Ana acordam com o motorista do coletivo, tirando os alunos pelas janelas quebradas, puxando-os para cima.

— Minha cabeça dói. — Reclama Ana, saindo da segurança dos braços do namorado.

— O meu é o corpo todo... dói tudo. Parece até que levei uma tremenda surra.

Douglas, levanta-se e sente mais dores nos seus ombros. Foi aí que percebeu que seu dedo mindinho esquerdo estava quebrado.

— Meu amor! Seu dedo! — Espanta-se Ana, ao ver o dedo do namorado envergado.

— Minha vida, isso não importa. O que precisamos é fugir logo daqui. — Saindo da frente de Ana, Douglas a guia pela cintura, até a frente do ônibus. O motorista estende a mão para eles.

— Vamos, pegue minha mão.

— Quando eu disser três — Douglas começa falando —, eu te suspendo.

— Mcline.

Ana, olha na direção do banheiro. A escuridão é total no final do ônibus. Um arrepio percorre-lhe a espinha. Douglas, coloca-se na frente da namorada.

— Mcline... até que enfim. — Dois pares de olhos vermelhos acendem no meio da escuridão. — Nos encontramos. Só falta a sua cabeça... o décimos Mcline vivo.

O motorista escuta a voz cavernosa, mas, não vê quem é o dono.

— Ele está ali.

— Eu sei! Vamos! Suba! — Douglas, suspende Ana com toda sua força. Quase a jogando para fora do ônibus. O motorista a pega pela cintura e coloca-a salva, sobre a lataria do coletivo.

— Vamos rapaz! Pegue a minha mão!

Douglas, olha para o demônio que se esconde na escuridão, e diz:

— Eu não tenho medo de você! E não vou deixa-lo fazer nenhum mal para ela! — Douglas, recebe um sorriso medonho, de uma cabeça que sai das trevas. O prazer contido naquele sorriso, o fez ficar arrepiado e com medo.

Com um pulo, Douglas agarra-se na mão do motorista e sai de dentro do ônibus. O cavaleiro com seu cavalo negro, salta de dentro do coletivo, logo em seguida que eles escapam, pela mesma abertura, como se o animal pudesse voar.

Douglas, segura a mão de Ana e começam a correr por dentro dos canaviais. Eles não querem nem saber, o que está pela frente, mas, saem derrubando tudo. O desespero é alucinante. Fora, que se sentem perseguidos por todos os lados. Como se estivessem cercados.

— McLINE!

A voz demoníaca é ouvida. O som do animal se aproximando vai aumentando. O relincho dele é infernal e cada vez mais próximo.

— Douglas, me deixe aqui e salve sua vida! — Pede Ana em prantos, segurando as mãos do namorado.

— Não! Eu não vou deixa-la aqui! Prefiro morrer aqui, juntos, do que ficar vivo sem você!

— Não diga isso! É a mim que ele deseja! Eu sou a reencarnação de Mcline! — Douglas puxa Ana pela mão e, voltam a correr.

Os dois conseguem sair das plantações de cana-de-açúcar e avistam uma casa de barro, que fica próxima de uma estrada de asfalto, cheia de buracos. O casal a vista um carro passando. Depois outro... e mais um.

— Minha vida! Você está vendo? — Douglas aponta para um dos carro, mostrando-os para Ana — Tem carros passando por lá! Nós vamos conseguir! Eu sinto isso!

A porta dos fundos, da casa de barro é aberta. Dullahan sai de dentro das trevas... sorrindo. A cabeça está sendo segura, em baixo do braço dele.

DULLAHAN - A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA - Lançado em 23/10/2019 - COMPLETO. Onde histórias criam vida. Descubra agora