A VIAGEM

37 12 20
                                    

Os pais de Ana tiveram dificuldade em aceitar a ida dela para o retiro da faculdade, na cidade de Paudalho.

Douglas, se comprometeu em ficar mantendo a comunicação. Ligando para dona Charlene, e informando se a filha deles está bem.

Ana, terminou de arrumar sua bagagem, a calma já toma conta do seu coração, deixando a todos mais tranquilos.

Embora, que secretamente, ela se lembre das palavras soltas invadirem suas memórias. "Mcline"; 'Ouro'; 'Uaika'; e não param de voltar todas as vezes que olha para Douglas.

— Você deve pensar que está namorando com uma louca. Meu Deus! Que mico! E dos grandes.

— De jeito nenhum meu amor. Eu sei que namoro com uma mulher especial. Aquela que vai me fazer feliz, e será a mãe dos meus filhos.

— Até parece que você tem uma palavra de conforto para tudo. Eu te amo. — Ana, beija a face de Douglas.

— Eu quero um amor para a vida toda. E sempre soube que o nosso amor, será fiado pela eternidade. — O casal abraça-se. Os dois ficam ali curtindo cada momento. Dona Charlene, até iria entrar no quarto, mas, parou. Ficou olhando da porta, o amor daqueles dois.

— Precisamos ir. — Fala Douglas, mexendo no cabelo de Ana.

— Verdade. Vamos sim. Você me ajuda a se levantar?

— Lógico.

Douglas, fica em pé e depois oferece sua mão para Ana se apoiar e levantar.

— Mãe, já estamos indo. — Grita Ana parada na porta.

— Cuidado minha filha. Você vai, mas, meu coração não sossega.

— Dona Charlene, pode ficar tranquila! Vou cuidar dela, bem direitinho.

— Isso, eu não tenho dúvidas. — Dona Charlene responde fazendo um trejeito com a boca.

Douglas, estaciona seu carro no estacionamento da faculdade. O casal desse, seguindo por uma rua de lazer, que são aquelas ruas interditadas e que não podem trafegar carros ou motos. Na verdade nem bicicleta pode, apesar que, sempre tem um engraçadinho desobedecendo.

O ônibus é grande. Luxuoso. Pintado nas cores azul, dourada e vermelha.

— Banheiro... wifi, ar-condicionado. Semi-Leito, com poltronas reclináveis. Já gostei dessa viagem. — Brinca Douglas, piscando os olhos para Ana, que esboça um sorriso.

— Eu não via a hora de fazermos essa viagem.

— Sim. Eu também... acho que todo mundo estava esperando para fazer hoje, essa viagem. Mas, ficarmos juntos esses três dias, porra! Vai ser muito massa.

Douglas e Ana, seguem para o final do ônibus. Sentam a três janelas do banheiro. Passando a mão no pescoço, ela pergunta para Douglas:

— Será que sou da família Mcline?

— Oi? — Douglas quase se engasga com o próprio ar — Como é?

— Exatamente isso que você ouviu. — Ana, puxa a gola da sua camisa e mostra para o namorado — Desde que comecei a sonhar com esse cavaleiro, meu pescoço apesenta essa marca. Outra coisa que vem me apavorando, são essas mortes espalhadas pelo mundo.

— Você está falando das pessoas que são achadas sem cabeça?

— Isso. Eu até me lembrei recentemente daquele filme de Tim Burton, que assistimos.

— A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça?

— Sim! Eu não te contei que pesquisei sobre a lenda? Pelo menos, acho que não falei. Um momento... em uma das visões... aparece um Jonathan Mcline. — Douglas, franze o cenho, os colegas vão passando por eles.

DULLAHAN - A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA - Lançado em 23/10/2019 - COMPLETO. Onde histórias criam vida. Descubra agora