Ana, acorda novamente sentindo-se cansada. Ela senta-se na ponta da cama e chora com uma tristeza profunda que não entenda. O novo sonho, a fez sentir sabor ferruginoso de sangue em sua boca.
— Minha boca tem sangue.
A marca em volta do pescoço, coça. Ana, passa sua mão em volta tentando aliviar a coceira que sente.
— Hannah... — A jovem fala quase como uma oração. Sim. Ela está se lembrando do nome da mulher ruiva e degolada do sonho. Ana, sai da cama e vai até o banheiro. Para diante do espelho. Mexe na gola da camisa branca, que tem um desenho qualquer, para ver a marca que circula todo seu pescoço.
O alarme dispara. Ana, pega a escova dental e coloca o creme.
— NÃO! — Ana solta a escova. Ela se assustou com a imagem de um machado, vindo na sua direção, saindo de dentro do espelho e atingindo-lhe no pescoço — O que está acontecendo comigo? Por que vejo essas coisas? — Ana, sofre fazendo essa pergunta para si mesma... ela, abaixa-se pegando a escova e colocando na pia, dando as costas para o espelho, evita olhar novamente para sua imagem. Mas, mesmo assim o faz e percebe que o "colocar" vermelho, que dá a volta pelo seu pescoço, aumentou.
O alarme do celular toca e Ana dá um grito. São seis e meia da manhã. O dia da viagem. Desligando o som do alarme, que não estava parando de tocar, a moça segue até seu guarda-roupa. O celular toca, é a vez dele.
— Douglas, meu amor. Bom dia.
— Que voz é essa? O que aconteceu?
— Eu tive um novo pesadelo.
— Com o cavaleiro sem cabeça. — Douglas faz uma afirmação certeira.
— Sim. Mas, dessa vez foi diferente.
— Diferente o quanto?
— Eu estava... sentada... — Ana para de falar. Lembra-se de toda a cena.
— Estava sentada... e? — Douglas, procura fazer com que sua namorada fale. Ele tem certeza que será bem melhor para ela.
— Eu estava sentada atrás do cavaleiro... era isso... — Ana dá uma pausa na explicação — Eu estava na garoupa do cavalo... e ouvia ele chamar todos os nomes, sim... ele repetia os nomes com aquela voz medonha.
— Nomes? Que nomes? — O namorado pergunta angustiado.
— Hannah, Reina... Leonor e Gween. Sim. Os nomes são esses? Os nomes da mulher e das suas filhas!
— Filhas de quem, Ana? E você as viu sendo morta?
— Sim. Eu estava presente, vendo o monstro mata-las. Meu Deus... será que essas mulheres existiram? Se existiram... quão horrível foi a morte delas! Será que eu as conhecia? Eram minha família? Meus Deus, me ajuda!
— Meu amor, acho que só foi um sonho. Tenha calma! Você não está falando nada com nada! Viu mais alguma coisa?
— A Hannah, era ruiva. — Ao terminar de dizer isso, ela entra em transe e cai para trás. Douglas, fica desesperado ao chamar pelo nome da namorada diversas vezes. Ele escuta o baque no chão e se desespera. Pulando da cama, Douglas, começa a vestir suas roupas com pressa. Pega sua bolsa com as suas roupas e corre para o elevador.
Ana, é um corpo em movimento lento, caindo para trás. O celular é quem faz barulho ao cair. A jovem, cai como se alguém a estivesse segurando em seus braços.
Ana o vê! Não o Cavaleiro sem Cabeça! Era uma outra pessoa, que agora aparece em seus sonhos... um rapaz de cabelos curtos e brancos. Olhos orientais. Rosto limpo e quadrado... parece uma pedra de mármore, de tão expressivo que é o rosto.
"Ana! Ouro! Antes de tido, peça o ouro! "
Depois, Ana vê a criatura galopando num corcel negro, que atende pelo nome de Inferno, com seu machado pronto para matar. Ana, não vê a cabeça do demônio... mas escuta sua voz:
"McLINE!"
O nome é repetido várias vezes. E as repetições é com uma ira extrema. Ana, escuta as ameaças que o cavaleiro faz, para o homem que conseguiu chegar num navio, ajudado pelo rapaz de cabelos brancos.
"JONATHAN McLINE! NÃO ADIANTA FUGIR! VOCÊ E SUA LINHAGEM SERÁ MINHA! MINHA! MINHA! "
Ana grita! Sua mãe entra assustada no quarto com ela repetidas vezes, dizendo: "Não! Não! Não! ". A menina se agarra a mãe com um medo obscuro e mortífero em seu coração.
Dona Charlene, segura a filha em seus braços. O pai de Ana, entra no quarto da filha exasperado.
— O que aconteceu, Charlene?
— Não sei! Quando entrei aqui, ela estava no chão e gritando.
— Ana, acorde! Vamos Ana... — Pede o pai segurando a filha em seus braços. A tomou dos braços da mãe..., mas, a menina parece não querer acordar.
"Ana — A voz era suave —, peça o ouro. "
— Quem é você? — Os Pais se entreolham. Assustados, ao escutar a menina fazer a pergunta para o vazio, com seus olhos abertos mirando o infinito. Olhando para o nada.
"Meu nome é Uaika..."
Ana, desperta do terror noturno. Ela não entende como chegou no chão. Seus pais estão a olhando assustados.
Douglas, entra no quarto sem pedi permissão, mas, os pais pouco importam com essa atitude.
— Ana, meu amor. — Os dois se abraçam. Dona Charlene, e o marido olham para os dois, abraçados. Douglas, agasalhou Ana como seu protetor. Como quem guarda seu maior tesouro.
— Eu estou bem. Você veio... você veio. Eu te amo! Eu te amo!
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DULLAHAN - A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA - Lançado em 23/10/2019 - COMPLETO.
HorrorVários assassinatos começam a acontecer na Europa, Estados Unidos, América Central e Brasil, respectivamente. A vítima é encontrada decapitada, porém a cabeça nunca é encontrada. Ana Júlia, uma jovem adolescente, que mora na cap...