L'AMORE IMPROBABILE

XXV - Mi meraviglierei?

POV Camila

Após deixar Lauren plantada na sala depois de beijá-la, comecei a me sentir a pior pessoa do mundo. Apesar de ter gostado do beijo e ele ter sido verdadeiramente incrível, eu não poderia ter feito aquilo. Tenho Zayn e traí-lo não estava nos meus planos, até alguns minutos atrás.

– Que merda, Camila! O que você foi fazer? – bati com força a porta do quarto.

A culpa por ter beijado Lauren e consequentemente ter traído Zayn me atingiu com força. Era como se o meu corpo estivesse sendo atingindo por uma avalanche. Eu não conseguia distinguir se estava irritada por ter cometido a burrada de trair Zayn ou por ter gostado do gosto do beijo de Lauren. Você deveria estar se sentindo péssima, Karla. Arregalei os olhos prendendo a respiração. O sussurro da minha consciência me deixou levemente apavorada. Aquilo era uma parte de mim fazendo da minha sanidade uma merda. Não se sinta péssima, Karla. O beijo foi bom e consentido. Outra parte de mim falou começando a me afetar. Como se eu já não estivesse afetada o suficiente.

Minha cama estava perfeitamente arrumada. Ao lado, sobre o criado-mudo, o porta-retrato com a foto de Zayn beijando meus cabelos me fez sentir remorso, raiva e tristeza por tê-lo traído. Balancei a cabeça negativamente tentando afastar os pensamentos negativos que tornavam minha mente um poço de obscuridade. Eu me sentia suja, facilmente enojada, traíra e principalmente, uma filha da puta. Zayn confiava em mim e por mais que ele ainda não soubesse do ocorrido de minutos atrás, eu sabia e isso já fazia uma enorme diferença. Eu jurei amá-lo ante todas as coisas e na primeira oportunidade eu me entreguei ao desconhecido. Me entreguei a atraente, misteriosa e sedutora Lauren Jauregui.

Sentei sobre o colchão macio onde há algum tempo era ocupado apenas por mim já que Zayn estava em turnê. Comecei a me martirizar por ter gostado de beijar Lauren. Aqueles lábios carnudos eram tão macios e o beijo dela era tão suave que eu quase não tive forças para afastá-la. Bem lá no fundo minha vontade era descer e agarrá-la mantendo-a presa a mim, mas a parte sã da minha consciência me fez continuar sentada sobre a cama. Soltei um suspiro longo e profundo. Abracei meu próprio corpo tentando não surtar com as coisas que eu revivia segundo a segundo. Escutei três batidas na porta e me desesperei. Merda! Será que é a Lauren? E se for? O que ela está fazendo aqui? Controlei meu nervosismo e respirando fundo consegui colocar meus pensamentos e sentimentos em ordem antes de autorizar quem quer esteja do outro lado da porta a entrar.

– Desculpe incomodá-la, mademoiselle. – soltei um suspiro aliviado ao ouvir a voz de Juan. Meu desespero rapidamente saiu das minhas veias deixando-me mais tranquila. – Só vim saber se está tudo bem? – franzi o cenho. Juan adentrou no cômodo fechando a porta com cuidado.

– E por que não estaria, Ju? – o mordomo abriu um sorriso tímido.

– É que eu estava na cozinha bebendo um copo d'água, uma das coisas eu faço antes de ir me deitar. – sorri assentindo. Juan tinha uma pequena ruga de preocupação e ao notar aquilo meu coração se aqueceu. Eu me sentia bem tendo o mordomo ao meu lado. Ele era fiel. – E eu estava terminando de beber a água quando escutei vozes. Resolvi segui-las até que cheguei à sala e encont... – arregalei os olhos. O que Juan falou me deixou sem ar. Ele havia ido até a sala. Será que ele viu o beijo? Droga! Droga! Ele pode ser fiel a mim, mas era a Zayn também. E se ele tiver presenciado o beijo? O que eu vou fazer? Merda! – Senhora? – engoli com força a saliva soltando o ar de uma vez. – Tudo bem? Precisa de algo? – fechei os olhos por breves segundos retomando o controle do meu corpo.

– Estou bem, Ju. Prossiga. – o mordomo me analisou alguns segundo até que voltou a falar.

– Como eu estava dizendo. – ele se ajeitou pronto para continuar. – Eu cheguei à sala e presenciei... – senti meu coração bater contra as minhas costelas e esterno. Só de imaginar Juan me vendo aos beijos com Lauren, minha mente já falhava e eu já me preparava para desmaiar. – ... a senhora subindo com bastante pressa as escadas. Parecia um tanto conturbada. – suspirei extremamente aliviada quando Juan finalizou seu pequeno monólogo. Ele não viu. Graças a Deus! – Está tudo com a senhora? Necessita de alguma coisa? Posso lhe preparar um chá, se quiser. – o olhar transparecia sua preocupação. Eu me senti ainda mais feliz por tê-lo ali comigo. Ele não havia visto o beijo e ainda estava preocupado com o meu bem estar.