Prólogo

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     Muitos escritores têm dúvidas quanto ao primeiro capítulo e se há necessidade de um prólogo. Particularmente, a ideia de prólogo e epílogo é incrível se bem desenvolvida, mas muitas vezes desnecessária.

     Como saber se preciso ou seria legal criar um prólogo? Bem, não existe uma resposta objetiva que lhe diga que não pode ter um prólogo, mas ele é recomendado para tramas agitadas, com passado relevante ou que uma explicação anterior seja boa.

   O que seria um prólogo? Melhor explicar com exemplos, certo? Existem alguns tipos. Os mais comuns são memórias anteriores ao primeiro capítulo em que se desenvolve o eixo principal da história.

     Estava correndo pelos campos verdes do terreno que minha família possuía numa cidade do interior da Europa, era extenso e belo. Sempre que meu pai nos trazia, eu brincava com Giovanni, filho de um dos empregados.

     Corríamos enquanto ríamos, o sol criava uma bela imagem. Sentamos na grama e passamos a olhar as nuvens, o clima é agradável e minhas férias não podiam ser melhores.

     Conversamos, brincamos e descansamos. Nós já estávamos chegando em casa quando vi meu pai na porta em sua cadeira de balanço. Vestia um jeans escuro e uma camisa preta solta, diferente do visual formal de sempre. Ele fez sinal para que me aproximasse, Giovanni havia sumido do meu campo de visão, então decidi ver o que meu pai queria.

     — Matteo, partiremos amanhã, arrume as coisas que quer levar — Lorenzo Bianchini disse de forma doce, eu sabia que me amava tanto quanto eu o amava.

     Mamãe e eu tínhamos conhecimento de sua profissão. Poucos eram os homem que ousavam se erguer para mira de um dos mais perigosos mafiosos. Ele podia ser frio e assassino no seu trabalho, mas nossa casa sempre foi um ambiente de paz, carinho e amor incondicional.

     — Claro — respondi educadamente. — Sabe onde está mamãe?

     — Deve estar lá dentro, na cozinha com Rosalind.

     — Vou vê-la, podemos ver o céu mais tarde? — Havia se tornado um hábito nosso, observar o céu noturno. Era final de tarde, portanto daqui a pouco nos sentaremos no terraço ou deitaremos no jardim.

     — Claro. Filho, quando voltarmos para casa, me acompanhará no trabalho.

     — Tudo bem. — Assinto, meneando de leve a cabeça. — Ainda terei aulas com Romeu?

     — Não, ele morreu. Se tiver tempo, eu mesmo te darei aulas até chegar um novo instrutor.

     Sorrio e peço permissão para sair. Sou tão ocupado quanto papai, faço aula de tudo o que é coisa, não reclamo, pelo contrário, amo saber que meu pai quer me dar uma boa educação. Tenho quase sete anos e já conheço mais coisas do que as outras crianças de minha idade.

     Entrei na grande casa e caminhei até a cozinha à procura de mamãe e Rosalind, a encontrei sentada à mesa da cozinha, enquanto Rosa preparava algo nas panelas.

     — Paz, mamãe. — A cumprimento e ela assente.

     — Paz, meu filho. — Era algo nosso desejar paz, acredito que devido à vida perigosa que temos.

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