20° capítulo

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Christian

Meu rosto tombado para frente ajudava o sangue a escorrer abundantemente por meus lábios, molhando minhas coxas de uma forma vergonhosa. Doía para engolir uma saliva ou até mesmo tentar puxar uma simples respiração. Adrian estava no caminho certo para me destruir. Ele poderia finalizar isso a qualquer momento.

Tento olha-lo claramente. Meu olho sendo um árduo inimigo, não focando de forma alguma a visão vitoriosa de Adrian a minha frente. Sem sua jaqueta e com sua blusa e face banhadas em sangue. Em meu sangue, eu poderia parabenizá-lo por tal feito.

— Acabou — Sua voz me faz engolir em seco. Havia certeza nela. Convicção. Ele finalmente encerraria seu tormento e me mataria? Arrisco a me perguntar se isso acabaria definitivamente com seus traumas.

Com a faca em punhos, seus passos trazem seu corpo para mais perto. Eu sustentava qualquer coisa que estivesse sendo guerreado no momento. As desvantagens estavam do meu lado, mas a redenção nunca. Apenas os gritos dos seus inimigos bastaria. Apenas a dor aguda estampada na face de quem um dia lhe feriu, seria o suficiente para uma vida sem mais sofrimento. Eu não havia dado isso a ele.

Meu corpo doía como um inferno e sangrava exatamente igual, mas meus lábios não se abriram em momento algum para que mesmo informalmente, deixasse transparecer o dano que Adrian estava me causando. Ele queria a morte e teria isso.

A lâmina brilhava. Puxo com dificuldade o ar, talvez o último e fecho meus olhos. Esperar estava me deixando inquieto. Porque não simplesmente acabar de uma vez com isso? A não ser que ainda lhe faltasse coragem para tal ato.

Eu podia ouvir a respiração suave de Adrian a minha frente. Seu braço se movendo levemente e enfim, o contato da lâmina magoando meu pulso. Mas logo depois veio a sensação de liberdade, de poder fazer um mínimo movimento. Os olhos furiosos de Adrian se alimentando da confusão dos meus.

— Acabou para mim, Chistian — Ele inicia, cortando a outra fodida corda que prendia meus braços a cadeira.

— Eu almejo mata-lo, acredite, mas antes de qualquer coisa irei lhe entregar o homem responsável por causar danos a pessoa separada para receber seu amor. Eu quero destrui-lo por vingança, mas não posso ser covarde a ponto de arrancar sua oportunidade de fazer o mesmo a Natanael — Ele se afasta, superior e rodeado por sua glória. Suas palavras haviam levado de mim a pouca fé. Incrédulo seria a forma certa de descrever meu olhar sobre ele.

— Adrian — Me ajeito sobre o assento, despejando xingamentos ao sentir meu corpo ranger por um simples mover — Obrigada — Embora eu relutasse para não me curvar, eu precisava desesperada dizer isso a ele. Matar Natanael seria cumprir a promessa de proteção a Helena.

Ele demora seu olhar sobre mim. Um quase imperceptível aceno de cabeça me conforta. Ele sabe como minha honra depende disso. E agora, ele a tem em suas mãos. Agora ele tem meu sangue e minha honra nas mãos.

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A pressão em minha nuca, rejeitava qualquer claridade que meu olhar encontrasse. Meus olhos se mantiveram fechados, apenas saboreando um pouco da escuridão tranquila. A voz de Alessandro reverbera em um cômodo não tão distante, mas me passava tanta segurança como antes. Só o tom arrogante de Alessandro me deixava tranquilo quando criança, e me satisfazia saber que essa maldita rotina não havia mudado.

Arrisco avaliar a sala em que estou. Esticado sobre o sofá escuro, eu tinha uma visão privilegiada. A pequena poltrona acolhia o corpo de Helena. Delicado e fodidamente lindo. Seus joelhos estavam encolhidos na altura do peito, seu rosto descansando entre eles. A paz inalcançável se fazia facilmente apresentável apenas por ver tal cena.

Stuck For Blood - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora