Stuck For Blood - Livro II

16° capítulo

Helena

Minhas pernas trêmulas seguem o caminho para fora do banheiro. O vestido azul cristalino se ajustava ao meu corpo, saboreando as curvas como se fosse feito exatamente para minha pequena e simples estatura. Contém uma leve fita na altura da cintura, deixando a região mais apertada ao meu corpo. Meus cabelos estão presos em um coque possivelmente bagunçado. Como um lindo e visível emaranhado de fios escuros. Pela primeira vez eu conseguia vê uma Helena devidamente digna. Linda.

Passo a língua entre os lábios, os umedecendo e pouco preocupada que isso possa retirar o batom rosado e claro que uso. Diana me garantiu que a duração do produto seria demorada.

Cristian finalmente tem sua total atenção sobre mim, deixando seus olhos vagaram detalhadamente cada centímetro do meu corpo. Eu sei que seu pensamento o levou na noite passada. O brilho em seu olhar diz isso. Eu imagino que suas memórias estejam relembrando a forma como seus dedos percorreram tão calmamente minha pele, sentindo até os mínimos pelos arrepiados. A forma como nossas respirações estavam descompassada e ansiosas.

Cristian me mostrou o início de uma sensação e sentimento que eu possivelmente julgava desconhecido. Eu ainda sentia receio de ir mais adiante, mas também tinha a convicta certeza de que ele será o único capaz de me fazer passar por cima disso.

— Está absolutamente linda — Cristian dá um passo a frente, vendo que eu não sairia do meu lugar tão cedo. Ainda era novo para mim saber que alguém além dos homens do meu passado, me viram de uma forma tão vulnerável.

Seus braços rodeiam minha cintura e me puxam para perto. Eu faço como ele, passando minhas mãos em seu peito e logo as deixando escorregarem até sua cintura.

— Você está armado? — Pergunto quando meus dedos sentem o preenchimento que o metal causa em sua cintura.

Ele sorrir, jogando levemente sua cabeça para trás. Não controlo a forma absurda que meu coração se acelera ao ver tal cena.

— Se você soubesse os incidentes que podem ocorrer em um simples casamento, você não ficaria tão surpresa por eu estar armado — O sorriso ainda estava em seus lábios, mas suas palavras pareciam sérias demais.

— O que pode acontecer nesse casamento? Isso já está programado a tempo suficiente para impedir que incidentes aconteçam — Talvez eu estivesse levemente acostumada a ouvir mais sobre esse mundo. Sempre há algo novo para aprender ou praticar.

— Já houve relatos de mortes, sequestros e entre outras merdas em um casamento, Helena. Sem contar que Saimon está irritado pelo homem que matamos em seu território — Eu lembro perfeitamente desse homem a qual Cristian matou bem a minha frente. Isso já não me abala como antes, mas não é algo que irei me acostumar tão derrepente.

— E vocês não sentem medo? — Pergunto agora acariciando seu rosto — Vocês estão indo para um lugar sem ao menos saber se um suposto atentado poderá ou não acontecer — Ele novamente sorrir, mas não responde minha pergunta carregada de curiosidade.

Seus lábios se fecham sobre os meus, me dando novamente o beijo único e implacável que só Cristian é capaz. Eu me questionava por não sentir vontade de experimentar isso com mais ninguém. Pouco importava se existia um homem melhor que Cristian. Mais carinhoso ou bruto. Mais irritado ou até mesmo controlado como ele. Eu sei que ninguém além de Cristian despertará essa confusão em meu interior. Ele é o único.

O carro arrumado e moderno estava no exterior da casa. O homens ao volante estava esperando que eu e Cristian ocupasse os bancos aconchegante para poder arrastar as rodas escuras pela cidade afundada na noite. Cristian parecia mais elegante que o habitual quando abriu a porta para mim, sorrindo por agir tão diferente de sua rotina. Ele era um cavalheiro, talvez metade dele fosse pelo menos. Era visível sua vontade de agir diferente comigo. De mostrar-me que ele também tinha um lado bom no fim das contas.