ChristianAs árvores com poucas folhas vão se distanciando conforme o carro avança cada vez mais sobre as ruas. O dia está frio e a estação de outono chegou para influenciar um pouco mais nisso. Faltam poucos meses para o fim do ano e agora, sentado nesse banco de motorista e dirigindo pelas estradas da França, decidi que não há mais motivos para me afastar. Meus compromissos com a Albânia já não são mais uma completa obrigação, mas não posso virar as costas para o mundo ao qual sempre fiz parte. Na verdade, nem se quisesse, conseguiria deixar tudo isso definitivamente. Os hábitos desse mundo baixo, cruel e corrupto, estão no meu sangue.
A presença de Helena ao meu lado me deixa um pouco mais aquecido. Seu calor me percorre como uma chama que consome rapidamente um algodão. Já não era mais sensato tentar inverter a situação e colocá-la em minha vida como uma pessoa sem importância. Depois que a beijei, eu necessitava senti-la novamente. Minhas mãos tremiam para toca-la, mas minha mente me alertava que sua pele rejeitaria minhas carícias, exatamente como faz com todos.
Sua cabeça está encostada contra o vidro escuro do carro e eu sinto uma leve vontade de deixar que o vento entre pela janela, para que seus cabelos se espalhem lindamente sobre o acolchoado do banco. Seu corpo está relaxado, embora eu acredite que a calça jeans justa que está usando, deve incomodá-la um pouco. Ela parece imersa em seus pensamentos, não demostrando a mínima para o que está acontecendo ao seu redor.
— Se não quiser me acompanhar, basta dizer, Helena — Meu tom sai amigável, incentivando a mesma fazer igual.
— É apenas uma tortura, Cristian — Ela responde rapidamente.
Eu havia alertado Alessandro que não seria uma ideia inteligente levá-la comigo. Porém, a mesma não teria ninguém além dos seguranças durante o dia. Alessandro levou Diana para fazer uma breve visita a Melissa, sua amiga que se casar em breve com um soldado classe média que Francesco concedeu a ela. Embora a relação com pessoas de fora seja um ato um tanto radical, Francesco não se preocupou com isso. Afinal, melissa não poderia está mais familiarizada com todos os Barbeira's.
— Não lhe afetará em nada? — Pergunto arqueando uma sobrancelha.
— Apenas não me deixe sozinha, por favor — Seu pedido expressa uma leve insegurança. Me questiono pela mesma temer meu afastamento. Sei que ela confia em mim para direcioná-la por toda essa merda que nos enfiamos, mas me sinto tão perdido quanto ela.
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Não sabia ao certo como prende-lo, já que o tamanho do soldado russo é um pouco exagerado. Preferi a opção que me deixava com livre acesso ao seu abdômen e coluna, amarrando suas mãos as cordas no teto e suspendendo seus pés do chão. Eu o rodeio feito um animal cercando sua preza, sentindo que ele teme o que acontecerá.
— Adrian lhe enviou até nós na noite passada? — Minha voz sai fria e o galpão me respondia com um eco seco. Um sorriso debochado nasce nos lábios do pobre homem amarrado. Como em uma dança das cadeiras, eu ando por sua volta. Quando meu consciente decide parar, eu apenas o corto, rasgando uma pele grande das suas costas.
Não deixo de ouvir um pequeno resmungo ao canto da sala. Não preciso olhar para confirmar que Helena é a responsável. A minha experiência em manter o controle me ajuda a não judiar do homem como eu realmente quero. Helena é frágil demais para ver isso e provavelmente, se surpreenderia com um lado meu a qual jamais viu.
— Responde a porra da minha pergunta. Me poupe tempo.
Ele fez uma leve careta de dor pelo corte em sua coluna, mas logo levanta seu rosto de encontro ao meu.
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Stuck For Blood - Livro II
FanfictieConteúdo para +18 Sexo e linguagem explícita. Após experimentar o que há de pior no mundo, Helena sofre com os traumas que a vida lhe causou e não foram poucos. Seu sonho de um dia se casar e ser amada por seu marido, foi destruído quando o primeiro...