4° capítulo

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Helena

Passei a noite em claro imaginando como o dia seria longo e cansativo. Cristian preferiu abafar a chegada de Marco, acreditando que todos mereciam um descanso confortável.

Rolei sobre a cama, inquieta. Ainda não entendia porque sua aproximação parecia algo confuso. Christian não era apenas o homem que conseguia me acalmar, me fazer sentir bem. Ele era um amigo, alguém em quem se podia confiar inteiramente. Eu o queria do meu lado fosse de ambas as formas.

Dois anos se passaram, estávamos prestes a completar vinte e um anos e agora eu entendia perfeitamente que com o crescimento aparece também as responsabilidades. Mesmo que seja de grande afeto ficar com Alícia durante os dias, eu queria ajudar meus irmãos de alguma forma,.

Levanto-me um pouco tonta por estar de pé tão rapidamente. Diana esclareceu algumas coisas a respeito do jantar que acontecerá ao anoitecer. Iremos comemorar a união entre a Albânia e a Conta Nostra. Iríamos receber a família Santoro em nossa casa. Alessandro estava se certificando da segurança e que todos fossem bem recebidos.

Aperto o roupão contra meu corpo quando batidas na porta me despertam totalmente

— Pode entrar — Digo me sentando sobre a cama.

Logo a figura de Marco aparece ali, fazendo meus olhos rolarem para o relógio. Era bem cedo, isso explicava sua visita repentina.

— Como está, pequena? — Ele entra e fecha a porta atrás de si, se aproximando rapidamente e depositando um beijo demorado em minha testa.

Muitos dizem que tenho uma grande sorte por conhecer esse lado de Marco. Ele pode ser uma pessoa extrovertida, mas são poucos os que recebem seu amor sem lhe oferecer algo em troca. Eu verdadeiramente agradeço por isso. Não teria sequer o mesmo para lhe oferecer.

— Como você está? Foi quase impossível manter o silêncio diante da pressão que estavam fazendo. A preocupação de todos estava me partindo o coração.

— Devo lhe agradecer por ter mantido o silêncio — Ele agradece, se sentando ao meu lado — Precisava por todos os malditos pensamentos no lugar — Permaneço calada, apenas acenando a ele.

— Está tudo bem — Meus dedos acariciam seu rosto — Senti sua falta.

— Também, Helena — Lhe ofereço um sorriso discreto. Meus olhos possivelmente brilhando por tamanho orgulho e admiração. Eu jamais me cansaria de demostrar tais sentimentos por ele.

Eu passo meu braço sobre seus ombros de uma forma um tanto desajeitada. Ele parece não reagir de forma negativa ao meu afeto e me surpreendendo, apenas encosta sua cabeça em meu ombro. Ficamos um tempo naquela posição, não precisando o uso de palavras para demostrar que os dois estavam se ajudando de alguma forma. Marco não sabe, mas seu afeto e carinho, é uma ponte que me leva a pular muitos obstáculos.

O barulho da porta se abrindo nos coloca novamente em uma posição afastada. Nem todos precisam saber que compartilhamos uma relação de irmandade tão profunda.

Alessandro aparece sobre minha vista. Um leve sorriso nasce em meus lábios quando o relógio confirma as sete da manhã. Em tão pouco tempo, já sei desvendar as mínimas coisas.

— Meu escritório.— Marco olha em minha direção quando a porta novamente se fecha de forma grosseira.

Depois de Marco se retirar do quarto, eu penas tomei um rápido banho e mudei as roupas. Não me sintia bem andando inadequadamente em uma casa a qual vive rodeada de homens. Diana alega existir respeito, mas a natureza mundana leva alguns a não resistirem a tenção e desviarem seus olhos curiosos para mulheres que lhe atraem a atenção.

Stuck For Blood - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora