Capítulo 12 - Histórias de um velho guerreiro.

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Os dias se passavam agilmente. Noite era dia. Dia era noite e seguia-se como o ciclo da vida. Estava em fevereiro. O mês que ainda o inverno permanecia, mas começava a abrir suas portas para a primavera. O velho guerreiro patriarca ainda permanecia na casa de seu filho mais velho, Akira. Sua presença deixava os empregados um tanto incomodados em seus afazeres, por causa de seu olhar severo e jeito sério de esboçar seu humor.

Acima de tudo, Arizawa observava não só os empregados e seus "filhos" por assim dizer, mas também uma pequena menina impulsiva e extrovertida. Quando seus olhares se cruzavam, um completo silencio e curiosidade de ambos permanecia no ambiente. A cada observação no almoço e jantar. Sem deixar a educação de lado, aos poucos se fazia uma ponte sentimental de alto conhecimento para os dois.

Entretanto, ele era um velho guerreiro aposentado, –Não pela idade, e sim por uma perna decepada. À esquerda. Do joelho a diante. O que não parecia por causa da vestimenta tampar até os pés–um tanto carrancudo que acima de tudo prezava por sua honra e a da família. E além de tudo, um dos melhores da sua época, como gostava de citar. No entanto, sua carapaça espessa fazia-se ser uma façanha difícil de chegar em seus sentimentos.

Arizawa observava de longe o jardim, parecendo meditar com seu corpo sentado nos calcanhares, respirou profundamente e soltou pausadamente. Imerso em seus devaneios do passado. Puxou o ar enquanto pensava que ficaria mais um pouco com seu filho e sua querida nora. Porém, seus pensamentos se confundiam diante da presença marcante da pequena Sayuri. Mas com toda certeza marcava sua presença todo dia de manhã, observando Akira e ela treinarem juntos deixando-o emotivo por dentro e com lembranças decorridas dele e de um Akira criança.

"O que devo fazer?", perguntou-se inquieto a sua mente. Não queria mais discutir com seu filho. As discussões só levavam a mais desavenças e ele não veio aqui para isso. Estava ali para um momento de perdão e tentar construir o que havia destruído na família. Sentia em seu interior que não iria viver por muito tempo e não poderia partir sem o perdão de seu amado e querido Akira.

–Meu senhor, quer mais alguma coisa a mais? –O subordinado de estatura baixa colocou a bandeja com dois copos e bule de pedra ao lado de seu senhoril. O aroma de erva doce invadiu o local assim que serviu o chá e voltou-se para seu lugar ao terminar.

–Mais nada, Nobu! Obrigado e pode descansar! –O senhorzinho levantou-se e fez uma reverencia respeitosa, se afastou para dentro do imóvel.

A pequena menina apareceu der repente a direita de outra parte do jardim, cansada e eufórica. Jogando nevoas pela boca ao correr atrás de sua amiga de cabelo de cuia, e mais baixa que ela. Ambas davam uma risada sadia e calorenta de criança, em meio ao frio e a neve que começava a derreter entre a grama verde que renascia novamente da terra, aos tropeços. Sayuri estava mais alta que sua amiga, notava-se de longe. Se não fosse pela vestimenta, cabelo e a voz, diria que era um garoto de tão magra. A mesma pegou uma bolota de neve derretida e tacou em Hinata.

–Sayuri-chan... Ah! –Foi à vez dela se agachar e pegar o gelo criando uma bola torta e jogando em sua amiga.

–... –Ela desviou e mandou um língua. –Nananana, não pegou em mim! –Sayuri correu atrás dela e a derrubou na neve arrancando risadas. Deitaram lado a lado enquanto terminavam de se divertir com aquilo.

–Sayu-chan...

–Diga, Hina-chan!

–Me promete que vamos ser amigas até a velhice?

–Claro Hina! Até eu tiver cheia de cabelos brancos e gaga! Falando "com uma boca murcha assim" –Fez desdenhando fazendo-a rir.

–Promete mesmo? Então, mindinho!

KATSUO - O Lírio Branco Ato 1Onde histórias criam vida. Descubra agora