Capítulo 25 - O sangue que mancha a neve!

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A neve caia numa tempestade furiosa e violenta, naquele mês de janeiro de 1620. Mas o que estava prestes a acontecer era gélido, que tremia o interior de qualquer um. Como o som melancólico de uma biwa* que contava a mais triste das histórias, no dedilhar de suas cordas.

–Quem os mandou? –Questionou Madoka extremamente furiosa.

–Quem nos mandou, senhora? –O chefe deles riu. –Isso vou deixar para quando você, ver nosso mestre. Agora vamos agilizar, que estamos perdendo tempo... A tempestade está aumentado e iremos acabar que ficar aqui! –Um dos homens que era mais esbelto e um tanto mais novo, se aproximou com brutalidade e agarrou o braço delicado de Madoka. E puxou-a.

–MÃE! –Choramingou Sayuri segurando-se a ela, ao mesmo tempo em que chegava mais dois indivíduos com Yoko e Yasu amarradas por cordas escurecidas, em suas mãos que estavam atrás de suas costas. Ambas caíram de encontro ao chão, soltando um gemido de dor. –Yasu... Yoko...

–Solte minha senhora, seu moribundo! –Yasu se levantou num pé e foi para cima do infeliz.

–Olha só... Temos uma corajosa aqui! –Deu uma risada com aqueles dentes podres, de jeito desprezível ao negar com a cabeça. –Sabe... –Começou ao se dirigir em direção á empregada. –Ai, ai. Sabe, eu odeio os que querem dá uma de bravos heróis! –Olhou diretamente para a jovem garota, que estava terrivelmente amedrontada. –Ei, mocinha vou te mostrar como realmente acaba, esse negocio de coragem! –Deu-lhe uma piscadela tão rápida como foi sua mão direita com a lâmina da katana, agora que jazia enfiada no meio do peito da mulher. Yasu abaixou o olhar enquanto a arma saia e deixava um buraco de sangue que começava a sujar suas vestimentas. A subordinada veio ao chão.

–YASU! –Gritou Madoka querendo ir em seu socorro, mas era puxada para longe.

–Ya... su! –Sayuri tremeu em prantos, enquanto sua mente oscilava com que seus inocentes olhos verdes presenciavam pela primeira vez.

–Mas olha só... minha katana escorregou! –Falou calmo ao balançar e respingar sangue no chão do seu lado direito, ele riu e chutou-a mostrando enquanto a mulher dava seus últimos suspiros. Sayuri ficou paralisada observando seu peito diminuindo a respiração e seu olhar lacrimejar.

–Sayuri? –Chamou-a ao desvelhenciar de quem a segurava e agarrar a filha em vão, que iria correr na direção de Yasu.

–Yasu... Por favor, não me deixe! –A garota levou suas mãos tentando tampar a perfuração, enquanto ambas se sujavam de sangue.

–Criança... –Falou aos sussurros pegando em seus braços. –Sobreviva! –Suas mãos caíram e seu olhar paralisou no de Sayuri.

–Yasu... Yasu. YASU! –Choramingou enquanto imagens do passado passavam em sua mente, de como aquela mulher séria e que lhe dava sermões era importante em sua vida. E como era... As mãos de Madoka puxaram-na para longe num abraço materno.

–Minha... irmã. –Yoko ficou petrificada, assistindo tudo aquilo sem poder fazer nada.

–Me levem, mas poupem minha filha e Yoko! –Pediu a matriarca da casa.

–Oh senhora, não podemos deixar sabe... –Piscou para ela com um sorriso doentio.

–Então... podemos, podemos?! –Repetia rato indo para junto do homem.

–Só vamos pegar o prêmio do nosso mestre! –Ele seguiu até a mulher e pegou-a pelos cabelos, e arrastou com a mesma se debatendo.

–MÃE! –Sayuri foi para cima ao tentar morder a mão dele.

–Oh, mocinha! –O homem raquítico agarrou-a, mas levou um soco da moça que o fez cair ao chão e voltava a morder o chefe deles onde seus dentes cravaram.

KATSUO - O Lírio Branco Ato 1Onde histórias criam vida. Descubra agora