–Senhorita Sayuri! –Ouviu-se leves batidas junto a sua porta. Era Tsunade. –Sua mãe a chama para se alimentar!
Do lado do interior do cômodo, a menina a ouvia tudo em completo silencio com sua cabeça coberta num casulo encolhido de lençóis. Esticou-se e livrou a cabeça dos panos. Fungou o nariz e limpou com o antebraço da vestimenta.
–Estou sem fome hoje...
–Mas sua mãe insiste senhorita!
–...
–Senhorita? –Chamou-lhe novamente.
Ouviu-se um silencio agoniante no mesmo momento que Sayuri alinhava seus pensamentos tristes e melancólicos com as saudades que vivenciava de seu amigo, mas a preocupação em seu peito a deixava aflita de um modo que só podia lhe vim a mente o pior. Batalhas eram perigosas demais. O inimigo não ia ter pena, mesmo sendo uma criança.
–Aah... –Sayuri levou as mãos aos cabelos e bagunçou mais tentando jogar fora as coisas ruins da mente.
Livrou-se de suas mantas e se colocou a erguer seu corpo. Como ouvia demasiado do seu tio Hayato: "Cabeça que não pensa, o corpo padece!". Foi até a porta e abriu para o lado, tinha um olhar melancólico quando olhou para a mulher a sua frente. A mesma adentrou-lhe os aposentos e ajudou-a se arrumar e colocar uma vestimenta adequada. Ao terminar Sayuri a olhou e retribuiu um meio sorriso a ela ao amarrar seus cabelos.
–Tsunade?
–Sim, senhorita? –Falou baixo como era de seu costume.
–Pode me prometer uma coisa?
–Claro senhorita! –Ela finalizava o cabelo.
–Se um dia nos separar, que irá me encontrar novamente?!
–... –A mulher ficou surpresa com aquilo enquanto a menina virava e olhava em seus olhos.
–Prometa que vai aguardar meu encontro? E que não vai me deixar sozinha se eu me perder?
–Eu prometo! –Ela sorriu para Sayuri e deu-lhe um beijo na testa. –Eu não poderia deixá-la senhorita, quem mais iria cuidar de você como eu cuido?!
–... –Sayuri sentiu uma profunda paz em seu interior. Era como se suas palavras a tivessem confortado e de alguma maneira aquele sentimento se daria a respeito de Kazuki. Realmente, ele devia está seguro e viria ao seu encontro.
–... –Sayuri adentrou o cômodo em silencio e sentou-se junto aos seus pais. Ela á direita, seu pai no centro e sua mãe na outra ponta do centro. A família estava reunida.
–Bom dia, meu lírio! –Sorriu iluminadamente Madoka perfeitamente arrumada como todos os dias. Percebeu a tristeza que ainda permanecia em sua filha.
–Bom dia minha filha! –Saudou Akira num tom forte e alegre.
–Bom dia, papai e mamãe! –Respondeu cabisbaixa pegando os hashi de madeira. –Obrigado pela refeição! –A mulher olhou para seu marido que o retribuiu preocupado.
–Esses dias todos enfurnada no quarto por causa do Kazuki? –Seu pai foi sarcástico.
–Querido! – Repreendeu sua amada esposa.
–Mas não é verdade? –Perguntava ele comendo agilmente sua comida com os hashi.
–... –A menina olhou para seu pai e não ligou para os comentários, remexeu a comida e mordiscou um pouco dela.
–Minha princesa, ele está bem e...
–Quem garante isso? –Ela viu que exaltou a voz e se ajeitou na mesa. –Desculpe, senhor meu pai!
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KATSUO - O Lírio Branco Ato 1
RomanceA história se passa no Japão, no Período Edo. Encontrada no meio de cadáveres, um pequeno bebê foi salvo por um guerreiro-samurai chamado Akira Nomura após ouvir seu choro e levado consigo para sua casa para a felicidade de sua esposa Madoka Nomura...