Despertar

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Isabella

Demoro alguns segundos, para despertar.

Sinto um peso enorme, nas pálpebras. Viro de bruços escondendo o rosto da claridade.

Esse simples movimento, me faz gemer alto. Parece, que tem uma escola de samba, no meu cérebro.

Tento me lembrar, como cheguei em casa ontem.

Tudo parece um borrão, as luzes da boate, a música alta, os shots de bebidas.

Só de pensar nelas, meu estômago embrulha.

-Juro! -Nunca mais eu bebo!
Falo com a cabeça enterrada, no travesseiro.

Ninguém merece, acordar de ressaca, estou me sentindo horrível!

E nem abri os olhos, sei que quando acontecer, a dor será pior.

Gemo frustada.

Afundo o rosto, no travesseiro, aperto com as duas mãos. Tentando amenizar a dor, como se fosse possível.

Inspiro fundo, tentando ganhar força.

-Espera! -Que cheiro é esse?

Que estranho, não lembro dessa essência, deve ser o efeito do álcool.

Meu cérebro, parece acordar. Apalpo o cobertor, que abraça o meu corpo.

Posso estar bêbada ainda, mas esse não é meu cobertor.

Sinto um arrepio na nuca, meu corpo inteiro, parece acordar do torpor que estava.

- Espera! -A não, não pode ser; não!

Viro, abruptamente e sento na cabeceira da cama.

Parece que levei um soco, no estômago, com o movimento. Minha cabeça lateja, a bílis, sobe até minha garganta.

Mas o vômito, não vem. Observo o quarto, não reconheço sendo do Thon, ou do Ben.

O desespero toma conta, do meu corpo. Puxo o lençol, sobre meu corpo.

Merda, estou nua, nua.

-Céus, o que eu fiz?
Resmungo, deitando novamente e cobrindo a cabeça com o lençol.

Tento me lembrar, flashes da noite passada, me vem a cabeça.

-Merda, não consigo!

Tantos anos, guardando à porra da virgindade, para nada?

Para nem me lembrar, como foi?

Estou uma confusão, de sentimentos. Onde estão meus amigos?

Como o Bento, me deixou sair daquela boate. Com quem quer, que seja?

Como pude beber tanto?

Tenho medo, de olhar nos lençóis. Não quero ver, o tamanho da minha irresponsabilidade.

Agarro firme o cobertor, junto ao meu corpo. Como se ele pudesse me salvar.

Buscando uma força, que sei não possuir, nesse momento. Decido, parar de ser covarde, e enfrentar o fruto da minha inconsequência.

Quem sabe, a pessoa ainda esteja dormindo?

Fico atenta a qualquer barulho, está tão quieto. Meu plano pode dar certo!

Penso com um pingo de esperança.

Vou me vestir e buscar uma saída.

Tiro o lençol da cabeça, sento devagar na cama, buscando uma saída. Mas assim que viro o rosto, minha esperança vai embora.

Alexander CooperOnde histórias criam vida. Descubra agora