“De bobeira” era uma expressão ultrapassado, que já não se usava constantemente. Não mais. Mas era exatamente como Jordan Parrish estava e sentia naquele tedioso dia. Ele estava realmente entediado naquele início de tarde,
assim como estava na manhã e no resto da tarde anterior.
A se ao menos tivesse escutado o xerife lhe dizer que estava de folga o resto do dia. Poderia ter aproveitado mais a companhia de Stiles; ele o convidou para ficar, afinal.
Era essa teia de pensamentos que o mantinha preso, ali, à uns bons minutos.
No silêncio do seu quarto ele se martirizava. Já havia se cansado de tentar ler algo, de zapear os canais.
Já cansado de tentar ler, de zapear os canais. Era incrível como nada que estivesse passando, uma programação sequer, parecia roubar sua atenção e lhe agradar
As letras pareciam saltar das folhas e voar para longe, tornando a leitura da história cansativa. Do jeito em que estava, nem mesmo um jogo parecia algo viável.
Somente uma coisa – um assunto, uma ideia constante – específica não deixava o homem se concentrar o suficiente para desfrutar de sua folga: Stiles.
Após tanto tempo ficar perto, desfrutar da companhia do rapaz foi algo bom. A conversa, dessa vez só entre eles, que perdurou mais minutos do que jamais tiveram a oportunidade. Uma oportunidade para se conhecerem um pouquinho melhor. Ainda era estranho, quando de lembrava e refletia sobre o assunto, a forma como se abriu para o Stilinski. A forma como falou sobre coisas tão pessoais e íntimas. Que geralmente requeria um bom tempo de convivência e amizade.
Contudo, foi tão fácil. As palavras fluíram com tamanha facilidade que o deixou preocupado.
Jordan Parrish não era nenhum língua frouxa, sabia muito bem se resguardar dificilmente saía falando sobre sua vida. Era mais reservado. E era justamente por dessa essa moderação que a facilidade lhe preocupava. Assim como a vaga tentativa de uma interpretação das sensações e os acontecidos.
Parrish desistiu de decifrar os mistérios que envolviam seu teto e passou a encarar sua barriga desnuda. Passando a acaricia-la, de ponta a ponta, sentindo o relevo dos músculos em seus dedos. Era impossível não começar a se perguntar o porquê daquela estranha sensação inusitada. Aquele formigamento na boca de seu estômago, que o esquentava. Era algo que ele havia presumido que já não mais sentiria, não naquela altura do campeonato, já adulto.
Pensar em Stiles lhe gerava um incomodo. Que não era assim de todo mal. Mas ainda tentava evitar pensar no filho do xerife com frequência. Evitava principalmente alguns pensamentos inadequados que vez ou outra lhe abordavam num rompante, com frequência em sonhos orvalhados.
Era um aborrecimento a forma como seu rosto – estupidamente – ardia só de lembrar da imagem desconcertante do Stilinski seminu despojado no sofá.
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In Your Brown Eyes
Hayran KurguSó, em seu apartamento. Jordan costumava a refletir sobre um certo para de olhos cor de âmbar, que vez ou outra sondava seus pensamentos e sonhos. Até que os sonhos deixaram de ser apenas sonhos.