— Você come mesmo batata-frita com chocolate-quente? — perguntei, não acreditando nas coisas que ouvia. Andy tinha trazido o jantar até o quarto e me servido na cama, e estávamos nos divertindo com a comida.
— Também.
— E por que você não engorda? Você pesa o que? Sessenta quilos?
— Cinquenta e oito. Acho que é genético, e eu tenho o metabolismo rápido. E, claro, eu não como assim todo dia. É mais quando estou contigo. É engraçado, mas quando estou com você, sinto vontade de tudo.
Ele tinha tirado parte das roupas e estava bem informal. Tinha prendido os cabelos com minha caneta folheada a ouro.
— Isso é bom ou ruim?
— É bom. Sei que acontece o mesmo contigo.
— É. — Ele tinha razão. A gente ficava muito à vontade juntos.
Andy me deu um selinho. Juntou as coisas e levou para a cozinha. Voltou minutos depois. Me ajudou a ir ao banheiro escovar os dentes, depois se deitou ao meu lado e ligou a televisão. Me entregou a caneta para guardar.
— Daqui a pouco, você vai pensar que eu sou um ladrãozinho barato. Outro dia, eu levei uma camisa.
— Besta! Se você soubesse o quanto eu gosto do seu cabelo com canetas...
Andy me abraçou. Seu cabelo caiu em meu rosto e eu o beijei.
Ele escolheu alguma coisa na TV e nós nos ajeitamos para assistir, mas em pouco tempo eu não conseguia ver nada. Eu não estava acordado, mas também não dormia. Era uma espécie de letargia febril. Não sei que filmes ou programas Andy escolheu, mas em certo momento eu vi, ou pensei ter visto, um casal em plena atividade sexual, e se eu já pensava naquilo antes, agora eu estava com um tesão absurdo.
Às vezes eu pensava que estava sonhando, sozinho, e me tocava, depois eu me dava conta de que Andy estava ali e ficava com vergonha. Quando falou alguma coisa comigo, Andy notou que eu estava em outra dimensão. Abaixou o volume da TV e me abraçou. Foi um abraço carinhoso, quente, e suavemente ele foi se encaixando entre meus braços, chegando mais perto de mim. E foi assim que ele sentiu como eu estava. Ficou surpreso e até riu.
— O que é isso, baby? — ele levou a mão até meu pau. Desceu meu short e o pegou. Doeu de tão duro que estava. Recuei. — Você está bem?
— Aham — falei, num suspiro profundo.
— E esse tesão todo?
— Pois é.
Ele não me deixou afastar. Me masturbou devagarinho enquanto me beijava.
— Tá quase uma pedra. Não pode deixar assim. Vamos dar um jeito nisso.
Ele se inclinou sobre os braços e escorregou até meus pés levando a coberta junto. Pôs a cabeça sobre minha coxa e libertou meu pênis. Tremi ao me dar conta do que ele ia fazer.
Senti choques pelo corpo quando sua boca me tomou de uma vez. Eu estava no limite.
A luz que vinha da TV refletia em seus cabelos e escondia a maior parte de seu rosto. Mas ele conseguia me ver, e eu sabia que ele me observava enquanto me levava à loucura.
Entre a lucidez e a semiconsciência, eu experimentei a melhor sensação da minha vida. A sensação de que eu não estava exatamente na Terra, mas num lugar entre os prazeres mundanos e o paraíso.
A explosão de prazer foi tão forte que eu não resisti. Transcendi, ou fui arrebatado. Ou talvez eu tenha apenas desmaiado por causa de uma série de fatores não muito românticos. Mas prefiro pensar de outra forma.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Depois da Tempestade - DEGUSTAÇÃO
RomanceATENÇÃO: ESSE LIVRO NÃO ESTÁ COMPLETO NO WATTPAD DEVIDO AO CONTRATO COM A AMAZON. AMOSTRA DE 16 CAPÍTULOS. Lothar é um homem solitário, que caminha com dificuldades, e que nunca se apaixonou de verdade. Seu único romance foi na adolescência, quan...