Notas da Autora: Eu estava querendo escrever essa fic à um tempo. Ela surgiu na minha mente após a morte recente de um k-idol e achei importante enfrentar esse tema de frente e ratificar a importância da ajuda profissional nessas ocasiões. Então peço que deem muito amor a ela.
A cada capítulo iniciarei com o nome da música que escutei enquanto o escrevia, com o intuito de compartilharmos a mesma experiência - autora e leitor- sendo opcional essa experiência, mas acho que seria interessante.
Espero que todos curtam essa história, que começa um pouquinho diferente das habituais e que decidi não dar um nome para a personagem principal, de forma com que todos(as) consigam, caso queiram, se imaginar nessa história, ou escolher o nome que desejarem e acharem que melhor se adequa a ela.
Acho que já falei demais por aqui... espero que tenham uma boa leitura 💜💜💜Seoul
A temperatura beirava os 22° quando sai do meu modesto apartamento no bairro de Gangnam-gu. Meus pensamentos se perdiam em meio aos meus passos apressados que me guiavam até a empresa à qual havia sido convocada para uma entrevista. A ideia de tentar um trabalho em um país completamente novo, onde não havia indicação de ninguém faziam minhas mãos suarem em ansiedade.
Ser pontual é uma impressão que eu necessitava deixar em meus futuros chefes, tal pensamento fez meus passos apertarem após olhar para o relógio que se encontrava em meu pulso direito.
Chequei meu celular afim de conferir o endereço que eu me encontrava em frente. Entro no prédio facilmente confundível aos demais, visto que todos eram de certa forma parecidos. Entrei no local ouvindo meu salto baixo estalar no piso, aparentemente, frio do local silencioso. Me direciono a recepção me apresentando e esperando a mulher de cabelos curtos me guiar por dentro da empresa visivelmente gigantesca. Ela abre uma porta e indica para que eu entre no local me apresentando em seguida a um homem de meia idade que me recebe gentilmente enquanto vejo a mulher sair da sala, fechando a porta em seguida.
-Sente-se, fique a vontade.
O homem fala enquanto clica algumas vezes em seu mouse. Respiro fundo esfregando ambas as minhas mãos em uma tentativa falha de relaxar me sentando em seguida e agradecendo por sua fala cordial.
-Então... vou ser direto porque há muitos candidatos a essa vaga e todos os seus dados já tenho na minha tela. Por que você resolveu deixar seu currículo nessa empresa?
O homem fala apoiando ambas suas mãos na mesa de vidro. Seu cabelo preto continha alguns fios brancos demonstrando sua maturidade em realizar entrevistas de empregos com meninas desesperadas. Mas eu não poderia ser só mais uma delas. Eu precisava desse emprego, mas ele não precisa saber dessa minha necessidade.
- Não deixei meu currículo exclusivamente aqui. Estou apenas querendo ajudar pessoas a se auto compreenderem e melhor realizarem seu trabalho na empresa.
Falei depressa, com receio de demonstrar desprezo. Mas lembrei-me de alguns blogs que li sobre o perfil que as empresas costumeiramente contratavam e dentre os requisitos estavam a não demonstração de exclusividade. Como minha mae costuma dizer "não se deve demonstrar tudo aquilo que se sente a todas as pessoas" e com o tempo, essa afirmação foi fazendo sentindo para mim.
-Ok. Eu vi aqui que você não é nativa da Coreia. Por que escolheu a Coreia para trabalhar ? Algum motivo específico ?
Ele continua fazendo meu cérebro bombear informações.
-Eu apenas senti que necessitava de novos desafios. A vida não pode ser estagnada.
Respondo e vejo o homem se ajeitar em sua cadeira aparentemente macia.
-Mas a senhora sabe que buscamos por um profissional estável, certo?
Ele fala enquanto liga o umidificador de ambiente.
-Estar em mudança com você mesma não significa instabilidade. Quero dizer, apesar de parecer abrupta minha mudança da América para a Coreia, para mim foi algo como um reajuste de costumes e experiências que eu não poderia vivenciar no meu país natal.
Respondo incerta, contraindo minhas pernas levemente e acariciando meu próprio braço.
-A senhora sabe que aqui trabalhamos com celebridades mundiais e que é imprescindível o sigilo. Nós temos plena confiança em nossos profissionais. Na função de... -o homem faz uma pequena pausa, checando seu notebook, para conferir a vaga, fazendo-me engolir em seco com a ideia de que tantas pessoas podem estar concorrendo a essa vaga- psicóloga dentro da empresa você lidará não só com a vida pública dos nossos funcionários mas também com a vida particular de cada um. E para isso necessitamos que a senhora tenha em mente todos os nossos valores como empresa.
O homem fala calmamente enquanto movimenta seus dedos sobre a mesa
-Eu me certifiquei de ler sobre cada um deles. Eu jamais entregaria um currículo a uma empresa que vai contra os meus princípios éticos. Negar a si mesmo é como cometer um suicídio mas continuar vivo.
As palavras saem da minha boca quase que sem a minha permissão.
-Certo. Qual seu estado civil atual? Casada, namorando, noiva? E qual a sua sexualidade?
O homem fala sem olhar nos meus olhos e eu sinto algo dentro de mim queimar, eu estava incrédula com a pergunta que o homem acabara de me fazer.
Abri os meus lábios apertando minha mão sobre minha coxa, tentando conter a raiva que se alastrava pelo meu corpo. Mas sou interrompida da minha fala por três batidas na porta e o som da mesma sendo aberta em seguida. Olho por cima do meu ombro para trás vendo a figura de um homem de média estatura, com olhos castanhos e cabelos descoloridos que caiam pela sua testa.
-Oh, perdão, eu não sabia que estava acompanhado.
O homem fala com a voz doce fazendo com que eu me vire rapidamente para o homem que realiza minha entrevista. Tranco meu maxilar ignorando a troca de olhares que ocorreu minutos atrás com o homem que reconheço como sendo membro do BTS, Jimin.
-Eu te mando uma mensagem quando estiver livre.
O homem que me entrevistara fala e eu somente escuto o barulho da porta se fechando. Respiro aliviada vendo o olhar do homem se voltar a mim
-Continuando, a senhora poderia responder a pergunta que fiz anteriormente ?
Ele questiona olhando para as próprias mãos em seguida
-Creio que a minha vida pessoal não seja de interesse da empresa.
Falo ríspida vendo seu olhar subir incrédulo com a minha resposta. Limpo a garganta entreabrindo meus lábios novamente
-Como disse, a empresa preza por sigilo. Não creio que seja importante para a contratação de um funcionário seu estado civil ou sua sexualidade.
Respondo vendo o homem abrir um sorriso, não um sorriso acolhedor mas em um leve tom de deboche.
-O que achou do homem que entrou agora pouco na sala?
Ele fala olhando fundo nos meus olhos como se quisesse ler os pensamentos em minha mente e me sinto com medo dessa situação ser realmente possível.
-Ele é apenas uma pessoa.
Falo dando de ombros sem saber o que realmente falar
-Você sabe quem ele é?
Ele pergunta ainda com os olhos fixos nos meus.
-Sim. Mas do que isso importa? O senhor também sabe quem ele é.
Digo e vejo o homem olhar para várias direções desconexas parecendo estar pensando em algo.
-Então a senhora sabe que ele é uma celebridade mundial. Iria querer tirar uma foto com ele ou pedir um autógrafo para uma sobrinha em seu tempo livre ?
Ele pergunta, parecendo formular a pergunta na hora.
-Como eu disse, ele é apenas uma pessoa para mim. O senhor pediria pra tirar uma foto comigo ou meu autógrafo em seu tempo livre? Me sinto da mesma maneira quanto a ele. Não tenho necessidade de ter cerca de 7 bilhões de autógrafos e fotos na minha residência.
Falo e vejo o homem abrir um sorriso, dessa vez um sorriso diferente, ele realmente parecia animado com a minha resposta. Ele afasta a cadeira com os braços se levantando, faço o mesmo em cordialidade.
Ele abre a porta pedindo para que eu o siga, seus passos apressados fazem com que eu dê pequenas corridinhas em tentativa de alcançar o homem alto com minhas pernas pequenas. Ele então abre uma porta de vidro escuro, a qual não podemos enxergar o ambiente do lado de fora porém quem está dentro consegue enxergar perfeitamente quem se encontra do lado de fora.
-Aqui será a sala que possivelmente a senhora trabalhará.
Ele fala e uma onda de agitação se espalha pelo meu corpo "possivelmente" é uma palavra bastante otimista pra quem não respondeu acerca da sua sexualidade e estado civil.
-O que acha dela ?
O homem fala e eu observo o ambiente, me permitindo dar alguns passos para melhor observar. Um quadro abstrato na parede, uma poltrona e um divã eram os itens principais da sala, que também possuía uma máquina de café e alguns itens básicos.
-É um bom lugar. - Falo convicta
- Então eu vou chamar uma pessoa pra você fazer um atendimento experimental. Assim avaliarei melhor o seu trabalho.
O homem fala não esperando pela minha resposta, se dirigindo a porta e sinalizando para alguém que se aproxima.
-Esse será seu paciente experimental. -O homem que me entrevistara até poucos momentos fala enquanto segura outro bem mais novo pelos ombros.
-Prazer, Kim Seokjin.
O homem mais novo fala se curvando em cumprimento e eu faço o mesmo.
-Como você deve saber, ele é o membro mais velho do grupo...- o homem é interrompido por Jin - O membro mais experiente- ele fala corrigindo o anterior.
-Ok, mais experiente do grupo e a avaliação dele será definitiva.
O homem fala e eu engulo em seco, vendo ele fechar a porta atrás de si e vendo Jin sentar-se no divã. Olho para o homem que se encontra ao lado da porta um pouco incrédula.
-Desculpe, mas o senhor poderia se retirar?
Falo com a voz um pouco baixa, temendo que essa fosse a gota d'água que faltava para que eu nunca mais entrasse dentro da empresa.
-Como disse ?
O homem fala e eu engulo em seco.
-Eu preciso que se retire. O assunto é confidencial e como o senhor mesmo disse a empresa confia plenamente em seus funcionários e mesmo que eu ainda não seja uma, o senhor Kim Seokjin é. Perdoe-me mas o manual a qual fiz juramento não permite que essa situação seja diferente.
Falo, respirando fundo. Não recebendo resposta alguma do homem, que apenas abre a porta se retirando.
Caminho até a poltrona de frente para o divã.
-Você foi corajosa. Já gostei de você.
Jin fala deixando um sorriso brincalhão nos lábios.
-É preciso deixar claro que tudo que for dito dentro dessa sala, ficará nela. Afinal, insatisfações com a própria empresa podem ser citadas e não é conveniente que outra pessoa escute isso além de mim.
Falo começando a relaxar.
-Então... você não se importa de ouvir nossas reclamações ? Quero dizer, tem certeza que você aguenta as reclamações do Yoongi sobre como queria estar na cama a cada 5 segundos?
Ele fala divertido e eu não consigo conter um pequeno sorriso.
-Esse é o meu trabalho. - faço uma pequena pausa - e tenho certeza que ele tem bons motivos para querer continuar na cama. Talvez isso seja algo que possamos resolver.
Falo e vejo Jin concordar com a cabeça.
-Ele perguntou sobre sua vida pessoal?
Jin dispara aleatório e eu me ajeito na cadeira me lembrando de momentos atrás onde tive vontade de voar no pescoço do homem.
-Sim. Mas eu não achei que fosse obrigada a responder. - falo de maneira simples.
-Eu não acredito que ele fez isso de novo. Você deveria tratar ele também. Ele precisa.
Jin fala e eu sorrio com o canto dos lábios pressionando os meus olhos.
-Todos precisamos. - falo e ele concorda constantemente com a cabeça.
-Então é isso, vou falar com ele.
Jin fala se levantando sem mais delongas e se dirigindo a porta.
E foi assim que a minha jornada na BigHit começou.
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Floating Words! •[PJM Solo]•
Fanfiction[EM REVISÃO] Fanfic autoral e fictícia com Park Jimin. Onde a personagem principal é uma estrangeira, formada em psicologia recém chegada a Seoul e contratada pela empresa Big Hit, responsável pelo gerenciamento da carreira do grupo mundialmente co...