P.O.V. Emma
- Em Casa-
Isto tudo doi muito, acho que ainda estou a assimilar que não foi apenas um pesadelo, mas tenho de deixar de me ir abaixo constantemente, de partilhar a minha dor com as outras pessoas, assim vou passar a ser apenas um fardo para elas, e eu nāo quero de todo isso.
Estou sozinha no meu quarto, penso nas coisas, choro silenciosamente. Tem de ser sempre assim, senão as pessoas hão de se fartar de mim, porque a vida é difícil, salgadamente difícil. E quando a vida dos outros está a correr bem, não vamos ser nós a estragá-la com os nossos problemas, com a nossa dor.
A vida está cheia de obstáculos que as pessoas fortes conseguem ultrapassar, embora nem sempre fácilmente. Calum é uma pessoa forte, isto está custar-lhe tanto quanto a mim, mas a diferença é que ele vai conseguir ultrapassar, e tenho dúvidas de que eu o consiga fazer, sou só mais uma fraca e cobarde.
Levanto-me para ir à casa de banho lavar a cara. Quando chego abro a torneira, ponho as mãos em concha debaixo desta e levo-as à cara. Quando levanto a cabeça é que vejo um pedaço do meu pasado, embora nunca tivesse pensado nisso. Uma gilete, uma lâmina. Olhei para o objeto encontrado á minha frente e fiquei uns minutos a olhar para ela. Estico a minha mão trémula devagar, e quando alcanço o objeto desmonto-o como se fosse uma necessidade. Vou deitando os pedaços que parto à torneira, até que fico somente com a lâmina nas minhas mãos. Examino o objeto cortante durante alguns segundos, girando-o entre os meus dedos. Ando uns passos para trás, até chocar com a parede fria que estava atrás. Deixo-me escorregar por esta até me encontrar sentada no chão também frio. Levo a lâmina ao pulso.
- Flashback On -
Um corte, dois, cinco, sete... Oiço o barulho de um punho a bater na porta.
Calum- Emma, despacha-te! Estás na casa de banho há imenso tempo!
- Vou já...- tentei dizer sem uma voz tremida, mas foi uma missão falhada, já que deixei escapar um soluço precetivel no final da frase.
Calum- Emma, estás a chorar?! Abre a porta imediatamente! Se não a abrires eu arrombo-a!- não me mexi, ele não seria capaz.- Um, dois, três!- Oiço um estrondo e a porta bate na parede ao meu lado. Calum quando me vê com o pulso cheio de sangue fica estático, provávelmente sem saber o que fazer. Decide trancar a porta e agachar-se à minha frente.
Calum- Emma, podes contar sempre comigo, podes desabafar, podes confiar em mim. Mas por favor, promete-me que não voltas a fazer isso.
- Eu... Eu vou tentar...- Calum abraçou-me e eu chorei durante algum tempo no ombro dele.
-Flashback Off-
A lâmina roça na minha pele, sem gerar sangue. Não, não posso fazer isto, pelo Calum, não posso, não lhe posso fazer isto neste momento... Encostei a cabeça à parede, chorando, deixando a lâmina cair-me das mãos.
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Aqui está o segundo capítulo de hoje, como prometido! Espero que gostem!:) Por favor, deem a vossa opinião! xx Obrigada pelas 1300 leituras, a sério, adoro-vos!! :)
Por favor, se pudessem ler a fic da TayHaygrier era fantástico! :)
Obrigada!! xx
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When Everything is Wrong
RandomFoi naquele dia, naquele triste dia, que a vida de Emma se começou a desmoronar. Parecia que não podia haver nada de bom. Mas no meio da tempestade ocorrem pequenas pausas, embora nada possa fazê-la esquecer a morte dos pais.