CAPÍTULO 10

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ANNIE

— Onde ele está? — perguntei irritada ao entrar na delegacia.

Já passava das onze da noite quando o toque estridente do meu celular quebrou a minha concentração durante uma leitura.

O identificador que apareceu no meu telefone era da delegacia de polícia, mas, quando eu atendi, foi a voz do Luke que eu escutei. Aparentemente o idiota havia sido pego dirigindo alcoolizado e havia sido abordado pelo policial por isso.

— Senhorita Thompson? — o delegado questionou.

A delegacia estaria completamente vazia, e provavelmente aqueles policiais teriam uma noite agradável, sem ocorrências, se o Luke não tivesse simplesmente decidido dirigir bêbado.

— Sim, sou eu. — respondi — Onde está o Luke?

Não foi necessária nenhuma resposta. Quando terminei de falar, vi, de canto de olho, o Luke sentado em uma das cadeiras no canto da pequena repartição, com as duas mãos algemadas sobre o colo.

— Algemas? — eu perguntei ao delegado — Isso era realmente necessário?

— O efeito do álcool já passou agora, mas quando o enquadramos, ele resistiu. — o delegado explicou, paciente — E bem... o cara é um lutador de UFC. Nenhum dos meus homens conseguiu segura-lo. Tive que dar voz de prisão à ele.

Ótimo. O Luke havia sido pego dirigindo bêbado, havia resistido à condução até a delegacia e ainda havia desacatado uma autoridade. Eu só estava na delegacia há alguns minutos e já havia descoberto três delitos dele. Que noite excelente.

Olhei novamente pra ele, com o olhar de uma mãe que repreende um filho que acabou de ser pego brigando na escola, e ele fixou o olhar em mim. Sem sorrisos daquela vez, mas, ainda assim, meu coração ficou agitado dentro do meu peito.

Conversei com o delegado, que, por ser um grande fã de luta, acabou não enquadrando o Luke pelas duas últimas infrações. E quanto à condução de veículo alcoolizado, o delegado concordou que o Luke pagasse apenas uma multa e reteve o veículo que ele estava dirigindo. Considerando toda a situação, ele podia se considerar um sortudo por isso.

Assinei alguns papéis, o Luke desembolsou uma bela quantia pela multa e finalmente o delegado nos liberou. Concordei, embora relutantemente, em dar uma carona pro Luke até o hotel dele, já que ele estava sem carro e o hotel dele ficava há apenas alguns minutos da delegacia.

— Sério, Luke? — eu disparei, irritada, enquanto entrávamos no meu carro.

Uma chuva torrencial atingia Los Angeles e a mera corrida de alguns metros entre a delegacia e o meu carro fez com que nós dois ficássemos ensopados.

— Estava dirigindo bêbado? — eu complementei, passando a mão no meu rosto e retirando o excesso de água — Você não tem mesmo um pingo de amor pela sua vida, não é?

— Não vou ouvir sermão sobre isso. — ele informou enquanto eu dava a partida no meu carro — Não de você.

— Ah, mas vai sim! — eu disparei, começando a dirigir — Se não queria me ouvir, não devia ter me ligado pra livrar a sua pele aqui hoje!

— O único motivo de eu ter te ligado foi porque a bateria do meu celular acabou, Anastasia. — ele respondeu, irritado — E seu número era o único que eu ainda sabia de cabeça.

NocauteOnde histórias criam vida. Descubra agora