CAPÍTULO 12

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LUKE

Eu estava tão ansioso para ver a Annie novamente que mal esperei o relógio marcar as nove pra ir busca-la.

Meu treinamento no dia havia sido intenso pois a luta já se aproximava, mas eu havia rendido incrivelmente bem, apesar de ter perdido a noite com a Annie. Acho que estava inspirado ou algo do tipo por ter a mulher que eu amava ao meu lado novamente.

Eu não sabia em que pé eu e ela estávamos, nem sabia se daquela vez, estávamos juntos pra valer, até porque não havíamos conversado sobre isso na noite passada — estávamos ocupados demais tirando a roupa um do outro. Mas gostava de saber que teria a companhia dela por duas noites seguidas.

A noite anterior havia sido praticamente a realização de um sonho que eu havia tido diariamente nos últimos anos: eu e ela novamente. E eu queria que isso durasse. Faria de tudo pra isso.

Quando finalmente estacionei o carro na frente da casa da família Thompson, algumas lembranças vieram na minha mente. Da última vez que eu estive aqui, a noite terminou comigo sendo arremessado da minha moto e com a minha cabeça aberta no centro cirúrgico. A lembrança não era boa e me causava um gosto amargo na boca, mas, daquela vez, eu estava ali por um bom motivo.

Eu me sentia um adolescente a caminho do seu primeiro encontro: camisa de botões por baixo da minha jaqueta, um pequeno buquê de flores nas mãos e borboletas voando no meu estômago. É, esse era eu, o lutador peso médio de UFC cujas mãos tremiam só em estar perto de uma garota.

Mas quando finalmente toquei a campainha, o rosto que vi era o último que gostaria de ter visto.

— O que você está fazendo aqui? — o Adam indagou, num tom rude.

— O que você está fazendo aqui? — eu retruquei.

— Não que eu lhe deva qualquer tipo de explicação, mas vim conversar com a minha noiva. — ele informou, convencido.

Noiva.

Como assim, noiva?! Eu sabia que a Annie e ele estavam juntos até algumas semanas atrás, mas eu não sabia que era sério a ponto deles estarem noivos. E como assim, ela ainda estava noiva dele mesmo depois do que tivemos na noite anterior?

Engoli a seco o nó que se formou na minha garganta, tentando, sem sucesso, reorganizar os meus pensamentos. Ele me fitava com um olhar convencido enquanto eu estava parado ainda do lado de fora da casa — ele havia impedido a minha entrada com o próprio corpo, criando uma barreira. Minha vontade era de soca-lo até ele perder todos os dentes que tinha na boca.

— Vá embora, cara. — ele falou.

— Ou o quê? — eu provoquei.

— Ou posso divulgar mais alguns dos seus segredinhos pra imprensa novamente. — ele avisou.

— Como assim? — eu retruquei, sem entender.

— Você não pode ser tão burro assim. — ele riu, com ironia — Quem você acha que divulgou seu estado de saúde pra imprensa de Nova York? Aliás, tive uma conversa muito agradável com o seu colega, Billy Tornado. Ele está ansioso para te ver.

Desgraçado. O cara só podia ser muito sujo pra ter feito algo do tipo.

— Cuidado com o que você fala, Adam. — eu avisei — Está arriscando bater sua cabeça no meu punho.

NocauteOnde histórias criam vida. Descubra agora