EPÍLOGO

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[DOIS ANOS DEPOIS]

LUKE

Parado na frente do altar, eu constatei que haviam poucas coisas na vida que eram capazes de fazer
um homem feliz.

A primeira delas era uma família. E ali estava a minha, mesmo cheia de falhas e tropeços, me amando incondicionalmente. A Emma estava linda, vestida com um vestido azul, sentada na primeira fileira ao lado da nossa mãe, que estava tão emocionada em ver seu filho mais velho se casando que mal conseguia parar de enxugar o próprio rosto com um lenço de linho.

Minha mãe e eu havíamos feito as pazes algumas semanas após a luta final. Eu finalmente pude compreender toda a dor que causei a ela e ela finalmente foi capaz de me perdoar por tudo que eu a havia feito passar. Do mesmo modo, ela finalmente tinha pedido perdão por suas falhas como mãe e eu a havia perdoado com todo o meu coração.

Desejei que meu pai também estivesse lá, sentado ao lado dela. Mas eu sabia que, no fundo, ele estava. Porque meu pai nunca me abandonou. Nem mesmo a morte foi capaz de tirar de dentro de mim todo amor que eu tinha guardado pra ele, porque nem mesmo a morte era capaz de separar duas pessoas que se amavam tanto.  Agradeci mentalmente à ele, ao meu pai, por ter existido e por ter feito parte da minha história. E agradeci por ele continuar ali, presente e dentro de mim, mesmo após tantos anos de sua partida. Eu sabia que ele estava ali. Eu sentia a sua presença. Incondicional, ele nunca me abandonava.

O Chris era o meu padrinho e estava em pé ao meu lado, onde nunca deixou de estar. Com sua sensibilidade sem tamanho, ele parecia saber exatamente o que estava se passando dentro de mim naquele momento e tocou o meu ombro, me reconfortando. Eu o olhei e sorri.

Eu não sabia o que havia feito para merecer um amigo como o Chris, mas tinha certeza que alguém lá em cima gostava muito de mim pra ter me mandado um melhor amigo como ele. Porque honestamente, eu não tinha problema nenhum em admitir que não teria aguentado passar por metade das coisas que passei na vida se não tivesse ele ao meu lado.

E foi pensando exatamente nisso que o Chris e eu havíamos começado o nosso negócio juntos. Agora, além de melhores amigos, éramos sócios. O negócio? Uma academia de luta. Com o meu nome, a experiência dele na administração e o Tony e eu como treinadores, eu não podia pedir trabalho melhor na vida.

Minha luta com o Billy Tornado havia sido a última da minha carreira. Eu ainda queria muito continuar lutando, mas finalmente percebi que algumas coisas na vida não eram como eu queria, e finalmente aceitei o fato de que, com a minha condição, continuar lutando seria arriscado.

E, ao contrário do que eu imaginava, eu estava feliz do outro lado. Estava feliz em ser o treinador de garotos que, assim como eu, viam na luta uma chance de mudar de vida. As coisas estavam ótimas nesse ramo e eu me sentia verdadeiramente agradecido por ter a oportunidade de levar, junto com o Tony e com o Chris, os nossos ensinamentos para outras pessoas.

E por falar em Tony, algo me dizia que ele e minha mãe estavam engatando um romance. Flagrei ele olhando de uma maneira diferente pra ela nas últimas vezes que nos encontramos, mas por mim tudo bem. Minha mãe merecia ser feliz e o Tony era uma das melhores pessoas que eu conhecia. Esperava que ele a fizesse feliz.

É, eu tinha mesmo tudo que queria. Família, amigos, um trabalho que eu adorava e uma mulher que eu amava com toda força que tinha dentro do meu coração.

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