CAPÍTULO 13

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ANNIE

— O que você veio fazer aqui, Adam? — perguntei impaciente ao voltar pra dentro de casa.

— Precisamos conversar, não acha? — ele indagou.

— Não, não acho. — eu respondi — Acho que você já foi bem claro no telefone quando estava em Nova York.

— Annie... — ele tentou me tocar, mas eu me desvencilhei — Não é nada disso do que você está pensando!

— Você vai mesmo negar que estava me traindo, Adam? — eu ri, sem humor — Isso é sério?

Ele me fitou em silêncio, provavelmente procurando as palavras certas a serem ditas. Mas elas não existiam. Nada do que ele me dissesse poderia apagar o que ele havia feito.

— Eu sinto muito. — ele falou, deixando o corpo cair sobre o sofá — Eu sou um idiota e sei que estraguei tudo. Acho que no fundo eu só espero que você possa me perdoar e que a gente consiga passar por cima de tudo isso.

Mais calma, eu me sentei ao seu lado no sofá e o olhei, enquanto ele brincava com o anel de brilhantes entre os dedos.

— Não posso fazer isso, Adam. — eu falei.

— Por quê não? — ele retrucou — Criamos uma relação linda nos últimos anos, Annie. Não jogue isso fora por um erro idiota meu. Te prometo que, se você ainda aceitar se casar comigo, vou passar o resto da minha vida tentando te recompensar por todo o mal que te causei.

— Eu não quero isso, Adam. — expliquei pacientemente — Não quero que me recompense por nada. Como posso me casar com você por causa de uma promessa dessa? Nós dois não fomos feitos pra ficar juntos, e eu ia acabar percebendo isso mesmo se você não tivesse me traído.

— Você não me ama, não é? — ele questionou.

— Eu tentei. — respondi — Quis muito que a gente desse certo nos últimos quatro anos e esmaguei meu coração pra tentar fazer ele te amar. Mas eu não consigo.

— Por que não consegue?

— Acho que você sabe a resposta pra essa pergunta. — eu respondi.

— Ainda assim, quero ouvir você dizer o nome dele. — ele pediu, impaciente.

— A razão de eu não querer ficar com você acabou de sair por aquela porta e eu estaria mentindo pra você se dissesse o contrário. — eu falei — Sinto muito, Adam. Sempre vai ser o Luke.

Ele se colocou de pé com rapidez, numa postura defensiva, e passou as mãos pelo rosto, tentando processar toda aquela informação.

— Você é patética. — ele me ofendeu, ao perceber que havia acabado de ser rejeitado — Você tentou ficar com esse cara uma vez e não conseguiu, e agora vai insistir no erro como um pássaro idiota que tenta sair de uma gaiola.

— Eu não sou nenhum pássaro, Adam. — eu me levantei, olhando nos olhos dele — E nenhuma gaiola me prende. Eu sou um ser humano livre, com uma vontade independente, que agora vou exercer pra te deixar.

Quando terminei de falar, vi o Adam se transformar numa besta diante dos meus olhos, e ele atingiu o meu rosto com o punho fechado em cheio. Senti minha bochecha arder e corar no mesmo momento, a humilhação e a vergonha tomando conta de mim.

NocauteOnde histórias criam vida. Descubra agora