Nocaute

CAPÍTULO 15

LUKE

O fatídico dia da luta finalmente chegou.

Os últimos dias haviam sido de preparação intensa, sempre com o Tony e com o Chris ao meu lado me dando apoio e exigindo o melhor de mim. Nas vésperas da luta, o Bobby, meu treinador oficial, chegou na cidade e complementou o nosso time de preparadores.

Ele e o Tony haviam deixado a rivalidade e suas diferenças pretéritas de lado, e passaram a trabalhar juntos buscando o melhor resultado pra mim. Se me dissessem, há quatro anos, que o Bobby e o Tony estariam juntos, como meus treinadores, eu daria uma gargalhada em alto e bom tom. Ainda bem que a vida tem dessas surpresas.

Eu já havia dado algumas entrevistas para a TV assim que cheguei na arena de Los Angeles. Todo o público amante do esporte e os repórteres da FOX, ESPN e outras emissoras estavam ansiosos pelo resultado da luta. Eu estava no vestiário sozinho, tentando me concentrar, mas conseguia ouvir todo o alvoroço que estava acontecendo na arquibancada do octógono. A arena estava lotada e o público não parava de gritar meu nome e o nome do meu oponente.

A maioria das lutas que antecediam a grande final já  havia sido finalizada, e era só uma questão de tempo até que minha equipe técnica viesse anunciar a minha entrada.

Eu não podia negar que estava nervoso. Muito nervoso. Aquela luta significava muito mais pra mim do que apenas o cinturão de campeão. Significava que todo o meu esforço e abdicação dos últimos quatro anos não havia sido em vão. Significava que ficar longe da minha família, dos meus amigos e da mulher que eu amava havia, de alguma forma, valido a pena. E significava que eu poderia calar a boca do Billy Tornado e do Adam sobre quem eu realmente era.

Mas a luta seria difícil. Sem dúvida alguma Billy Tornado era um lutador excepcional. Ele tinha técnica, força e velocidade. Além disso, ele sabia exatamente qual era o meu ponto fraco, e se eu quisesse vence-lo naquela noite, precisaria me superar.

— Oi. — ouvi uma voz feminina falar na direção da porta do vestiário.

Quando olhei na direção, vi o único rosto capaz de acalmar o meu coração naquele momento.

— Oi, Flor. — eu sorri, me levantando — Como conseguiu entrar aqui?

— Tenho meus contatos. — ela brincou, estirando os dois braços sobre os meus ombros e selando os meus lábios.

— Obrigado por vir. — eu sorri, colocando uma mecha do seu cabelo atrás da sua orelha — É muito importante pra mim.

— Eu não perderia isso por nada. — ela respondeu — Como você está?

— Nervoso. — admiti — É uma luta difícil. O resultado é imprevisível. E você?

— Preocupada. — ela confessou — Mas confiante. Sei que você lutou muito pra chegar até aqui, e qualquer que seja o resultado, já estou muito orgulhosa de você.

Eu envolvi minhas mãos em sua cintura e selei seus lábios novamente.

— Filho, está pronto? — o Tony falou, aparecendo no vestiário.

— Sim. — eu assenti.

— Está na hora. — ele complementou.