CAPÍTULO NOVE

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— Justin, se você comer mais alguma coisa da ceia, juro por tudo que é mais sagrado que te dou uma surra!

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— Justin, se você comer mais alguma coisa da ceia, juro por tudo que é mais sagrado que te dou uma surra!

Os berros da minha mãe foram tão altos que me assustaram, e quase caí da escada. Regulei minha respiração, posicionado a estrela no topo da árvore e descendo antes que eu desabasse no chão como um fruta podre.

— Seu irmão está roubando comida de novo? — Perguntou papai.

— Engraçado que para ver o barraco você aparece. Quando eu te chamei, há uma hora atrás, para me ajudar na decoração, o senhor disse que estava super ocupado com a papelada do trabalho. Tive que subir nessa escada sozinha e quase morri! — Dramatizei a última parte.

— Isso se chama fazer os filhos serem independentes, querida. Se você fosse órfã ou morasse sozinha, quem iria segurar a escada para você?

Cerrei os olhos, sem acreditar que estava escutando aquela desculpa fajuta. Antes que eu argumentasse mais, papai já estava de volta ao andar de cima. Mamãe não o deixava fazer muitos esforços pelo câncer no fígado e pelo transplante que enfrentou há anos atrás. Ela o tratava como se fosse um vaso de cristal, pronto para quebrar em mil pedaços a qualquer momento. Seu marido, obviamente, se aproveitava disso em todas as ocasiões possíveis.

Felizmente, hoje em dia estava tudo bem e nossa família havia passado por aquela fase... Difícil, da melhor maneira possível.

Quando achei que fosse ter algum descanso, Dona Jenna voltou a gritar em plenos pulmões, pedindo, nada educadamente, ajuda na cozinha. Ela ficava bem nervosa em datas comemorativas por ser uma pessoa muito perfeccionista. Nada estava bom, nunca tinha comida o suficiente, a decoração sempre estava simplória demais... Era um saco ficar ao seu redor em dias como o Natal.

Em menos de dez minutos, já havíamos discutido um bocado de vezes. Assim que cheguei no meu limite, disse que iria entregar os presentes de Holly e Thomas, saindo o mais rápido possível de casa. Na hora da ceia, ela estaria a mulher mais amorosa do mundo, como se não tivesse surtado o maldito dia inteiro.

Passei na casa da minha melhor amiga primeiro, desejando um feliz natal a sua família e trocando os presentes com a mesma. Eu só iria abrir meia noite, mas já tinha noção do que era: um vale presente da Stacy's, uma uma loja muito boa de maquiagens e roupas no centro da cidade. Foi a mesma coisa que eu dei para ela, já que conversamos dias antes e dizemos nada sutilmente uma para outra o que mais necessitávamos no momento. Para Thomas, eu e Holly rachamos um jogo lançamento de PS4, enquanto ele nos deu um dia no SPA — um baita mão de vaca, visando que o estabelecimento era da sua tia.

Horas mais tarde, estávamos todos reunidos na sala. A campainha tocou e Justin levantou como um jato, abrindo a porta para Savannah. Se eu soubesse que eles iriam voltar mais melosos do que nunca — o que eu julgava ser impossível — não teria os ajudado de modo algum a reatar.

DELICIOSO ÓDIOOnde histórias criam vida. Descubra agora