《Capítulo 14》

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- Alfonso Herrera...

- isso não é nem a metade que tem aqui dentro, papai.- saí de perto deles, caminhei mais rápido ate a passarela, notei minha tia correndo tentando me alcançar, Dulce estava de costa e o seu amiguinho ficou surpresa quando me viu chegando perto, senti as mãos da minha tia no meu braço, mas estava cego de raiva.

- para, Alfonso...

Dulce virou-se no mesmo instante, seu olhar foi de surpresa. Tirei a mão da minha tia do meu braço e acertei um soco no amigo da Dulce, o mesmo caiu, Dulce ficou em choque.

- Christian...- abaixou-se ao lado dele, o mesmo disse que estava tudo bem e com ajuda da Dulce ficou de pé, ela olhou-me e vi seu olhar de raiva. - Ficou louco? Você não pode chegar assim em ninguém, Herrera...

- Dul...

- Herrera, você acha que pode chegar aqui e fazer isso? Está totalmente enganado, Christian é meu amigo, assim como você foi...- ela olhou para minha tia. - apesar de essa mulher e a Joanna ser as verdadeiras culpadas de tudo isso ter começado, mas você naquele dia teve a oportunidade e, jogou ela fora, mais um reencontro no qual você me mágoa aconteceu hoje.- ouvir aquelas palavras fez uma dor no meu peito crescer. Minha tia ficou sem reação, Dulce saiu junto com o Christian, eu fiquei parado olhando pro nada, senti uma mão no meu braço e olhei na direção.

- vamos embora... aconteceu eventos muito desastrosos nesse lugar. - apenas concordei saindo do local.

Meu pai ligou o carro e fomos pra casa, minha tia me olhava pelo retrovisor, estava com muita raiva.

- Algum problema, Teresa?

- não, estou apenas olhando o estado deplorável que aquela menina deixa você...

- a pessoa que me faz chegar ao estado que eu estou, sempre foi você e a minha mãe, você fala tanto dela que não enxerga que os danos que me causou é maior, ela me tirou da vida dela, mas isso não significava que tinha sido das outras pessoas que eu amo...

- Ama? Nunca foi amor, Herrera, como ela disse, você teve a chance, mas jogou fora, naquele dia você poderia pegar seu passado de volta como sempre quis, mas você mesmo jogou ele novamente fora...

- TUDO CULPA SUA, VOCÊ NUNCA DEIXOU EU RESPIRAR DIREITO, VOCÊ SEMPRE FICOU NO MEU PÉ VINTE QUATRO HORAS. - olhei pela janela do carro- eu nunca soube o que era ser feliz, mas você foi tão baixa que não se importou com os meus desejos, me tirou de perto de todos que eu amava, depois do país que eu nasci e, por fim me jogou em uma vida que jamais fez parte dos meus planos...

- foi tudo por amor, eu não queria ver você tendo contato com essas pessoas, porque você ia ver a Joanna e ver que ela não se importava...

- isso eu sabia muito bem, mas eu ia saber diferenciar minha convivência com todos, você nunca fez isso por amor, você só queria uma marionete que realiza suas vontades, assim como o seu filho faz...

- Chega os dois, vocês estão passando dos limites...-papai protestou.

- não queria falar nada para você, mas já que se meteu, então vai ouvir o que eu tenho a dizer também...

- Alfonso, você bebeu muito, tudo que você me falar vai ser da boca pra fora...

- boca pra fora? Nunca ouviu falar que, "Quando o álcool entra e as verdades saí é porque a pessoa não está mais aguentando tudo guardado?" Meu caro pai, você sempre viu o meu declínio de perto e nunca fez nada por mim, viu ela me fazendo de boneco e jamais perguntou se era aquilo que eu queria, nunca perguntou se eu estava feliz... as três pessoas que era pra eu amar, hoje em dia é as pessoas que eu considero meu declínio...

- Chega, Alfonso, Chega, não aguento mais ouvir isso...- minha tia protestou.

- e você acha que eu aguento tudo isso dentro de mim? Isso que vocês dois estão ouvindo não é um terço do que tem aqui dentro.

Os dois ficaram em silêncio, ninguém mais disse uma palavra, cheguei na casa da minha tia e peguei uma garrafa de uísque, fui para meu quarto, bati a porta e sentei perto da janela, comecei a beber enquanto lembrava de várias coisas, não tinha amigos de verdade, todos eram interessados no que eu proporcionava a eles, depois de quase secar a garrafa eu comecei a passar mal, fui pro banheiro para colocar tudo pra fora, meu pai entrou e vi meu estado deplorável.

- álcool é veneno...- tentou me ajudar ficar de pé.

- se é veneno, por que você bebe?

- porque tem coisas dentro de mim que eu preciso matar...

- eu também, tipo o meu passado, olha que legal...

- não quero voltar a esse assunto, deixa eu ajudar você...- ele conseguiu me colocar na banheira, mesmo de calça, passei uns minutos esperando o efeito da bebida passar. Ele Trouxe um café a assim que terminei meu banho eu tomei e deitei na cama.

Laços do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora