Capítulo 53

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- DULCE, PELO AMOR DE DEUS.

- O que aconteceu?

- Maite...Maite me ligou agora a pouco, ela está na delegacia.- Belinda sentou-se ao meu lado.

- Eu preciso ir atrás da Maite!- Levantei deixando a Bel sozinha no sofá.- viu minha bolsa?

- Dul...

- Belinda, eu preciso ir atrás da Maite, ela precisa da minha presença ao lado dela.- eu disse indo em direção a escada.

- Dulce, é o Daniel.- parei na metade da escada, não conseguia encarar a Belinda.- Ela esta na Delegacia por causa dele.

- O que aconteceu com o Daniel? - ainda não conseguia encarar Belinda.

- Ele sumiu. - senti como se um peso fosse jogado no corpo.- Karina apareceu na casa da Tia Joanna, o Poncho não falou nada sobre a separação, ela levou ele.

- Belinda.- sentei-me na escada.- Diz que é uma brincadeira de mal gosto, por favor, me diz que é mentira.- Belinda veio em minha direção e me abraçou.- Não, Belinda, não, eu não aceito isso. A vida é injusta comigo.

- Fica calma, Dulce, vai ficar tudo bem.

No mesmo momento Anahi, Lívia e Maite entram no apartamento, Maite estava com o rosto vermelho, ela deveria ter chorado bastante. Anahi veio na minha direção abrindo os braços para me abraçar, fui até ela.

- Anahi.- Abracei ela forte, como se aquilo fosse restaurar o meu coração quebrado.

- Christian está tentando entrar em contato com a família dela.

- eu sabia que aquela mulher era louca, por que Poncho nunca me escutou? - eu não conseguia controlar meu choro.

- Eu preciso dos seus documentos, você é a pessoa que divide a guarda dele, ainda não conseguimos entrar em contato com Poncho.

- Por que ele tem que sumir nessas horas? Por que ele só me trouxe problemas? As mídias sabem?

- Não, as mídias não sabem, estamos tentando fazer tudo no sigilo.

Anahi sentou-se comigo no sofá, olhei para Lívia, a mesma estava sentada e de cabeça baixa.

- Lívia...-chamei sua atenção, ela me olhou, ela estava chorando.

- Dulce eu só quero ir embora...- ela se embolava com as palavras, eu sabia o que ela estava sentindo, o que ela mais evitou durante esses 4 anos estavam aflorando agora.- eu nem deveria ter voltado.

- I know.- eu disse me levantando.- mas nesse momento eu preciso do seu apoio, e você com certeza vai precisar do meu.

Subi para o quarto para pegar meu distintivo e minha bolsa, desci as escadas o mais rápido possível, assim que fui até o chaveiro, a Anahi chamou minha atenção.

- Está atrás disso? - balançou a chave em sua mão.- você não pode sair daqui.

- Nem você e nem ninguém vai me impedir.- andei na sua direção.- é melhor você me entregar, Anahi, você não sabe do que eu sou capaz nesse momento.

- eu não quero colocar pressão em você, mas eu sei que você não teria coragem de me bater.

- Anahi, eu só quero ir na delegacia.- olhei em volta e não vi a Maite.- Cadê a Maite?

Assim que Anahi ia responder, a Maite saí do meu escritório, e logo depois Alfonso entra no apartamento, eu ainda me perguntava como eles conseguiam chegar em momentos inoportuno, Poncho avançou na direção da Maite.

- Cadê o meu filho? Cadê ele, Maite? - ele agarrou a May pelo braço.

- essa pergunta você deveria fazer para a louca da Karina. - ela gritou se afastando dele.

- Que droga, me digam o que aconteceu com meu filho...

-AGORA ELE É SEU FILHO?.- gritei me aproximando dele.- So depois que a louca da sua ex-namorada sumiu com ele?.- apontei para ele.- mas quando ele realmente precisava de você dando esse show, você não estava nem ai para ele, o Daniel passou quatro anos da vida dele sem saber o que é ter um pai ao lado dele, você nunca foi presente na vida dele, a única coisa que você falava era, "eu estou muito ocupado com o meu trabalho".- todos me olhavam surpresos.- ele era so um bebê, você como pai deveria estar ao lado dele, para cuidar e proteger.-olhei para o Poncho. - ele so tem quatro anos, você ainda é o mesmo, sempre está ocupado, nunca tinha tempo para ele...eu sempre disse a você que a Karina ia ser a sua perdição.- Passei a mão pelo meu cabelo.- não so a sua como a minha, eu posso não ser a mãe dele de sangue, mas eu dediquei  esses anos totalmente a ele, eu sou delegada, tinha operações e tudo mais, mas nunca mudou o meu trabalho, eu ficava acordada durante a noite quando ele ficou doente e, você estava onde?- ele abaixou a cabeça.- so depois que ele sumiu que você veio querer ser o pai cheio de preocupações? Para de teatro.- Maite me abraçou.

Lívia se aproximou da Anahi, pegou as chaves do meu carro, ela estendeu a mão na minha direção, segurei e ela me puxou para porta, antes de eu sair ainda consegui ver a expressão vazia do Poncho, como se todas as minhas palavras tivessem atingido sua alma.

- Lívia, eu so quero o meu bebê...- disse entrando no carro.

- Dulce, eu quero que você confie em todos que vão procurar por ele, mas ninguém pode ver você nesse estado, as mídias não sabem de nada.

- Karina é louca, capaz de descontar a raiva que tem por mim nele.- disse começando a chorar novamente.

- isso não vai acontecer, pensa positivo, estamos com você.- deu partida no carro.

××××

Chegamos na Delegacia, entrei o mais rápido possível, Vitor estava na minha sala, ele me olhou com um olhar triste e veio na minha direção me abraçando. Todo o choro que eu estava evitando veio a tona.

- Você não vai participar das buscas.

- Não, por favor, eu preciso.

- acredite em mim, você não precisa, a última vez que eu fiz isso, eu perdi o Liam.

- Ele é meu filho, Senhor Vitor.

- por isso mesmo você não vai, Dulce, eu irei manter você informada de tudo, eu prometo trazer Daniel de volta.- ele fez um carinho no meu rosto e me abraçou novamente.

Cheguei no apartamento devastada, Christian tinha chegado, Anahi e Poncho não estavam no apartamento, estranhei o fato, mas cada um tinha um problema agora.

××××


Era noite agora, Anahi havia chegado, ela estava preparando um chá, Belinda estava sentada ao meu lado, ela segurava a minha mão, Christian estava resolvendo algumas coisas com a família da Karina no meu escritório, Maite estava no seu quarto.

- Eu vou no meu quarto, não precisa ir comigo, eu vou voltar.- disse para Belinda assim que ela tentou me acompanhar.

Lívia estava deitada no sofá, ela estava dormindo, o dia foi cansativo para todos, eu sentia um frio fora do normal, olhei em volta e não vi ninguém, abri a porta e saí, andei em direção ao elevador e apertei o andar do qual meu coração implorava.

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