<Capítulo 22<

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- Você viu meu celular?- perguntou levantando uma das almofadas.- Dulce eu fiz uma pergunta.- ela parou bruscamente assim que notou a presença de Poncho.- Herrera? O que ele faz aqui? - virou-se para me olhar.

- Maite me escuta....- Poncho chamou sua atenção.

- Não quero escutar você, saí agora do meu apartamento.- fiquei surpresa ao escutar aquilo.

- Maite eu preciso da sua ajuda.

- Não, você não precisa da minha ajuda, agora sai desse apartamento.- ela ficou de costa pra ele.

- Daniel é pequeno, eu preciso de ajuda, Nossa mãe...

- Nossa mãe? Ela é a minha mãe, você passou todos esses anos evitando a nós duas, você não ligava nem ao menos para perguntar se precisávamos de algo...

- eu mandava dinheiro todos os meses.

- eu não quero saber desse dinheiro, se é sobre ele, o seu dinheiro esta todo no banco, o que eu gastei consegui repôr, mas agora vai embora...

- Não, você precisa me escutar, Daniel só tem alguns meses, a mãe dele nos abandonou e eu não tenho alguém de confiança, minha tia não pode ficar com ele nesse momento...

- Vai atrás da mãe dele ou de uma babá, mas eu não fico com o seu filho.- arregalei meus olhos, Maite jamais falaria algo assim, ela deve estar muito ferida para chegar a esse ponto.- Vai atrás da sua mulherzinha...

- Qual foi a parte que você não entendeu? ELA ABANDONOU EU E ELE...ELA FOI EMBORA.

- Eu não dei o direito de você entrar na minha casa e gritar comigo, eu não quero cuidar do seu filho, eu tenho uma vida e uma faculdade a cuidar. - o bebê começou a ficar agitado, fui até o Alfonso e peguei o bebê no meu colo.

- Não sei o que vocês dois tem para resolver, mas gritar na frente de um bebê não vai adiantar, eu vou ficar com ele duramente o tempo que vocês se resolvem.

Fui pra varanda, cantei uma música enquanto balançava ele no meu braço, parei por um momento e fiquei olhando para ele, o mesmo estava dormindo bem tranquilo no meu colo, ele tinha alguns traços do Alfonso, escutei a voz da Maite se alterar e ao mesmo tempo com um tom de choro. Me aproximei mais da porta e escutei ela dizer:

- você tinha como voltar, mas você preferiu manter a distância, preferiu ter esse abismo na nossa relação.

- Eu tive sim o poder de voltar, mas como se volta para a casa onde todos trataram você mal? Da qual você tem uma grande amargura? Eu ia acordar todos os dias amargurado com todos. Então eu preferi manter a distância, mas agora eu estou aqui...

- E o que adianta? Eu amava você, a pessoa que estar com o seu filho amava você, cujo o nome dela é Dulce e era sua melhor amiga, nunca desprezamos você, mas agora você tirou todos da sua vida sem se importar com o futuro, se um dia iria precisar de nós, mas olha só a ironia do destino, você estar aqui.

- EU NÃO PODIA VOLTAR, QUANDO EU PENSEI EM VOLTAR A LÍVIA SURGIU NA MINHA VIDA, FOI TUDO TAO RÁPIDO E INTENSO, MAS NAQUELA VIAGEM EU ESTAVA CEGO...

- NAQUELA VIAGEM TUDO QUE EU QUERIA ERA UM IRMÃO, VOCÊ NAQUELE DIA FOI TUDO, MENOS UM IRMÃO PARA MIM, ME COLOCOU PRA FORA DA SUA CASA E NEM ESCUTOU MINHA VERSÃO, ME COLOCOU NA RUA EM MEIO A CHUVA, há 3 anos você foi um egoísta, se lembra do que eu disse a você? Eu disse que você iria vim atrás de mim e também disse que poderia ser muito tarde...

Eu fiquei pasma ao escutar aquilo, agora eu entendo as crises de choro que ela tinha a noite, que era preciso eu ficar quase a noite toda acordada com ela. Eu sabia que ela tinha ido a Califórnia, mas quando ela chegou me mostrou fotos com o Christian e eu pensei que ela havia viajado para encontrar ele.

- Me perdoa? Eu preciso de você, eu me arrependo de tudo o que eu fiz e disse, Maite eu amo muito você, me perdoa? É tudo que eu estou pedindo nesse momento.

- Eu perdoa você? Não, senhor Herrera, passei dias chorando por conta dessa humilhação, eu ajudaria você em outra situação, mas agora eu venho em primeiro lugar, pegue o seu filho e vá embora daqui, não irei ajudar você, tenho um emprego e faculdade pra qual vai totalmente minha atenção.

Ao ouvir aquelas palavras da May eu olhei pro bebê e tomei uma iniciativa da qual eu não sei o que o futuro reserva, entrei na sala e os dois me olharam na mesma hora.

- Chega por hoje, Maite vá para seu quarto se recompor. -os dois me olharam surpresos. May não disse nada e apenas subiu pro segundo andar.- eu quero ficar com o Daniel.

- Dul...

- agora é a minha vez de falar.- respirei fundo e em seguida olhei nos olhos de Poncho. - eu sei que você não tem confiança em mim, sei que você so conheceu a Dulce de vários anos atrás, mas eu nunca iria deixar um ser tão indefeso desamparado, jamais iria deixar você sozinho, anos atrás você teve o poder de voltar, mas você não quis, tinha amargura no coração, como você mesmo disse, mas você se esqueceu que além de a sua mãe e irmã tinha um outro ser do qual sempre amou você.-ele tentou me interromper.

- Dul...

- me deixa falar, ok?- ele concordou com a cabeça e eu arrumei o Daniel no meu colo. - na primeira vez que você foi embora eu entendi a sua partida, por mais que a dor fosse grande, eu conseguia entender, mas na segunda vez você so olhou de longe, na terceira ainda brigou com o Christian- ele desviou o olhar envergonhado.

- naquela festa eu não esperava encontrar vocês dois, quando vi ele abraçado a você senti meu coração todo se quebrando, senti que ele havia roubado o meu lugar na sua vida.

- você quebrou o meu coração, Alfonso, mas o lugar que você tinha no meu coração ninguém iria preencher, mas eu consegui seguir em frente, todos os nossos encontros desastrosos, e agora novamente mais um encontro fora do normal, cheio de revelações e com um bebê indefeso no meio, mas agora eu estou aqui na sua frente querendo ajudar você com o bebê.

- não quero ser um peso pra vocês duas, as palavras que a Maite...- agora foi a minha vez de interrompe-lo.


- Maite é uma pessoa e eu sou outra bem diferente, não sabia que ela tinha ido atrás de você, mas sou contra todas essas palavras que ela disse, o bebê não tem nada a ver com a relação de vocês dois e com a dela com a sua esposa, sei que você não tem confiança em mim, mas pense na minha ajuda, mas agora tenho uma reunião muito seria na delegacia que eu trabalho.


- eu irei pensar.- ele veio na minha direção e pegou o bebê do meu colo.- muito obrigado por essas palavras e por esclarecer algumas dúvidas. - dito isso ele pegou a bolsa do Daniel e saiu meu apartamento, subi ate o quarto da Maite e encontrei ela deitada na cama chorando.

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