CAPÍTULO 14

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"Amor nós mudamos como tempo, apenas nossas cicatrizes que continuam abertas"

Serena Western

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SORRISO (MT)

SORRISO (MT)

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Filhaaaa...

     Ele tem uma filha meu Deus! Mal consigo processar estás informações, mas o que eu desejava também, que ele me esperasse para o resto da vida, as coisas não são bem assim, como eu queria estar ali do lado dele, no lugar dela, ser chamada de sua esposa e não ela, fecho os olhos uma, até duas vezes, pois até então poderia ser apenas fruto da minha imaginação...

- Amor?- sinto as mãos do meu noivo em meu rosto, com a expressão de preocupação.

- Oi, me desculpa estava apenas recordando o passado, pensando na minha mãe como sempre, você sabe disso - tento desviar do motivo real do meu transe, não gosto de mentiras, mas ainda não é o momento para falar sobre Tarcísio.

- Sim meu bem, mas você deve sempre se lembrar as coisas boas que viveram juntas, e que graças à ela, você tem se tornado uma excelente profissional pois ela é e sempre será a sua maior motivação amor - falou-me abraçando-me em seguida.

- Obrigado amor por suas palavras de carinho - respondo-lhe.

- Então vamos princesa, pois estou faminto e ansioso para conhecer sua família - entrelaçamos nossas mãos e caminhamos para o estacionamento.

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    Durante o trajeto para a fazenda, me mantive em silêncio pois sei que em algum momento o assunto seria aquele breve acontecimento no estacionamento do aeroporto, sinto inveja daquela mulher, mais o que eu posso fazer a culpa de tudo foi minha, o abandonei o que eu poderia esperar. Chegamos ao nosso destino e lá estava parada em frente a entrada do enorme casarão meu pai e a minha Lala, assim que o carro para, desço depressa e corro em direção aos braços que já estavam prontos para me receber.

- Que saudades pai, como está lindo, e você Lala está tão radiante, papai tem lhe dado muito trabalho ? - pergunto apenas para irritá-lo.

- Que isso menina, eu lá preciso de alguém para cuidar de mim, já sou bem grandinho, para de me amolar - disse fingindo aborrecimento, em seguida ri exageradamente.

- Não me diga que aquele moço bonito lá no carro é o seu lindo noivo ? - pergunta Lala fazendo me recordar que havia o esquecido.

- Steve vem aqui conhecer o meu pai e a minha Lala - chamo-lhe.

   Dona Eulália me encara buscando saber o que se passa em minha mente, se ela soubesse a bagunça que estou por dentro nem buscaria tentar me ler, pois se perderá neste abismo que me encontro.

- Amor ? - ouço Jean me chamar.

- Oh me desculpe, acabei me deixando ser levada pelo momento, Lala e pai este é o meu noivo Jean, e amor está é a minha família que você já conheceu através das nossas chamadas de vídeo - apresento-lhes.

- Sim claro, é um prazer conhecê-los pessoalmente, minha família está ansiosa para marcarmos um jantar com todos vocês - disse Jean educadamente.

- Oh sim menino seja bem vindo, eu já disse pra Serena que não entro num avião nem obrigada - disse Lala revirando os olhos, e não me contenho e rio em seguida sendo repreendida por meu pai que olha atravessado.

- Desculpa Lala não me contive, você sempre foi medrosa, mais um dia ainda te levo para viajar de avião comigo, vou te apresentar uns gringos lindos - falei brincando com ela.

- Deixa de ser boba menina, cada coisa que você fala, mais bem que eu queria conhecer um gringo charmoso - disse ela, e todos nós olhamos chocados pra mesma após suas palavras, caímos na gargalhada.

- Eulália que modos são esse, já está muito velhinha pra ficar pensando em arrumar um gringo - comentou meu pai provocando ela.

- Velha é a senhora sua avó, e vamos parar de conversa fiada que não estou gostando do rumo dessa prosa - disse ela emburrada em seguida vira as costas e entra na casa.

-  Mas o senhor não tem jeito mesmo né, sempre provocando ela - falo.

- Vamos deixar de conversa e entrarmos logo quero me sentar, já não tenho mais idade pra ficar tanto tempo em pé - reclamou meu pai.

- Podem ir entrando, Jean a Lala vai te mostrar o meu quarto, deixa as nossas malas lá por favor, vou ir ao até o estábulo - falo já dando lhes as costas e indo em direção ao estábulo, mais antes vou passar na casa do capataz aonde Tarcísio ficará durante o tempo que trabalhou aqui na fazenda.

  Ao chegar no estábulo me aproximo da baía aonde está a minha Romena que continua tão linda, como da última vez que havia visto. Me aproximo dela para acariciá-la e a mesma já me reconhece ficando agitada.

- Oi minha menina - falo carinhosamente - Que saudades que eu senti de você minha companheira, me lembro perfeitamente o dia em que ganhei você de presente, tenho tantas coisas para te contar minha princesa - digo afagando sua crina, abro a porta do seu estábulo e entro, e me sento no feno a Romena se deita próximo aonde estou, é incrível a inteligência desta égua, muitos desacreditam que o animais são seres extremamente capazes não só de sentir, mas também entendem o que nós falamos, ao menos eu acredito nisso - Ele voltou Romena, hoje depois de tantos anos eu o revi e continua tão lindo, o meu coração quase pulou pra fora do peito, mas para a minha infelicidade ele se casou, e ainda tem um linda filha, ironia do destino mesmo - digo olhando pra ela que apenas me observa como se me dissesse você fez suas escolhas.

   Olho as horas no meu relógio e vejo que já havia ficado muito tempo por ali com Romena em sua baia, saio da mesma, me certifico que a porta ficou bem fechada, e acaricio sua crina mais uma vez, e saio dali rumo a casa do capataz que hoje está vaga. Após fazer uma breve caminhada até aqui, pois o estábulo fica um pouco longe da casa, assim que chego na varanda vou direto até a porta numa tentativa vã de abrir a mesma, dou a volta por trás e vejo uma janela aberta e não penso duas vezes em tentar pular ela já que é baixa e facilmente consigo escalar e adentro a mesma, bato a mão na roupa apenas para tirar a sujeira, e ligo a lanterna do celular, e círculo pela casa e sinto aquele perfume que ainda está presente por cada cômodo que passei, sem eu perceber algumas lágrimas rolam sem permissão, continua na vasta tentativa de achar algo quem sabe algum objeto que ao menos eu possa guardar de recordação dele, uma lembrança apenas. Após caminhar por todos os cômodos da casa, encontro algo no chão próximo aos pés do sofá que está coberto por umas mantas, se trata de um envelope e bem ali estava escrito "para o meu grande amor", desabo no sofá e toda aquela saudade, magoa, raiva, dão lugar a emoção e não me contenho e simplesmente me permito chorar tudo aquilo que durante esses últimos anos havia me proibido sentir, por causa do meu orgulho, e agora me encontro com uma carta nas mãos, pensando se devo ou não ler.

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Espero que tenham gostado meus amores, votem e comentem a opinião de vocês é muito importante para o aprimoramento dos próximos capítulos ❤️

Me perdoem pela sumiço 🙇🏼‍♀️

Bjs da Mandy B

VOLTEI POR VOCÊ- CONTOOnde histórias criam vida. Descubra agora