#16

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Eduardo

- O que disse? - eu fiquei estático com a porta entre aberta - repete o que disse!

- Além de dramático está surdo Eduardo? Eu disse que amo você e não é de hoje, já te amava e o sentimento veio ainda mais forte com essa nossa proximidade.

Porra eu não esperava por essa, na verdade eu esperava sim e até desejava. Só não esperava que iria ouvir agora. Fechei a porta e caminhei até estar parado ao lado da cama, ao lado dela.

- Antonia, Antonia tem certas coisas que não se deve brincar.

- E quem foi que disse que eu estou brincando Eduardo? Honestamente não queria me declarar nessas circunstâncias mas fiquei com muito medo de não ver mas você.

Tudo o que consegui fazer foi ficar em silêncio.

- Que constrangedor! Eu me declaro e você fica quieto, não que eu esperasse um eu te amo também mas hora o silêncio chega a ser cruel.

- Antonia - disse me sentando ao seu lado e aninhando sua cabeça em meu peito - eu não vou dizer que te amo porque você disse. Vou dizer que te amo porque é assim que me sinto desde o minuto em que coloquei os meus olhos em você.

Ela levantou seus doces olhos verdes e me encarou com serenidade, ficamos por alguns segundos nos olhando até que o meu celular toca e quebra toda a magia do momento, atendi sem mesmo prestar atenção em quem era.

- O que foi?

- Oi Eduardo tudo bem? Sou eu, sua corretora. Estou ligando para avisar que já estou em posse das chaves do apartamento e a sua via autenticada da documentação, e que estou, neste momento, no saguão do hotel. Pensei que pudesse descer e irmos juntos até lá, para averiguar se realmente está tudo certo e depois irmos comer alguma coisa.

- Anelise - foi só eu dizer o nome dela para que Tônia voltasse sua atenção para a conversa - Me dê alguns minutos que já estou descendo para pegar as coisas, como havia dito antes agradeço o convite mas terei de recusar.

Anelise balbuciou algumas coisas do outro lado da linha e eu encerrei a ligação.

- O que ela quer além de ter relações sexuais com você? - Antonia já estava com a respiração um pouco mais funda.

- As chaves e a documentação, ela está lá embaixo. Calma amor eu recusei o convite do almoço novamente. Só vou lá pegar as coisas rapidinho antes que aquela maluca suba, aí eu volto, para continuarmos de onde paramos.

- Nem pensar meu querido, eu vou pegar as chaves com aquela oferecida. Preciso de um ou dois minutos para me vestir e já descemos juntos, você me leva para conhecer o seu apartamento e depois podemos comer alguma coisa.

Eu ri, internamente é claro, mas posso apostar que a satisfação era visível em meu rosto. Antonia não só falou abertamente o que sentia como provava a cada bufada de ciúmes. Em um tempo record Antonia estava pronta para sair.

Fomos em um silêncio um tanto quanto desconfortável no elevador e assim que as portas se abriram no térreo, como um flash de luz Tonia saiu de dentro do elevador e eu fui logo atrás, logo estávamos frente a Anelise.

- Oi querida - Tonia arrastou irônica e falsamente o "querida" - Trouxe as coisas do meu namorado? Ah devem ser essas - arrancou bruscamente o envelope pardo que Anelise carregava - tem mais alguma coisa que precise? Se não, nos dê licença que precisamos ir.

Eu que não fui louco de abrir minha boca para nada, fomos todo o caminho para no meu novo apartamento em silêncio, era visível uma veia saltada em sua testa e o ódio emanando de seus olhos. Nunca diria que a doce e meia Antonia era tão sentimental e temperamental como estava se mostrando.

Chegamos no apartamento e ela se encantou com o lugar mesmo ele ainda estando vazio, de fato era realmente um bom lugar. Ela ficou dando "dicas", como ela mesma fez questão de frisar de como eu deveria decorar o mesmo. O bom disso tudo que seu humor deu uma guinada considerável e que ela se esquecera totalmente do estresses Anelise.

Resolvemos almoçar no shopping e resolvi que Tonia deveria mais do que dar idéias sobre a decoração, ela deveria escolher-lá já que espero em que ela venha morar comigo.

Fomos a uma loja de departamentos dentro do shopping mesmo, uma loja incrível onde se encontrava de tudo.

- Tem certeza Edu que quer minha ajuda para escolher?

- Claro que sim princesa, homens não são muito bons nisso.

Era até divertido, Antonia parecia uma criança em uma loja de brinquedos, era adorável como seus olhos brilhavam a cada item que ela via e gostava, e obviamente, eu ficaria com todos eles.

- Você não vai escolher nada? Tudo que eu aponto ou digo que ficaria de muito bom gosto em algum canto do seu apartamento você só diz: "vamos levar".

- Eu já disse que não sou muito bom nisso e por esse motivo estou confiando essa tarefa a você.

Depois de algumas horas já estava tudo escolhido desde os panos de prato até os móveis. Ela sabia exatamente o que estava fazendo e tenho que admitir duas coisas: primeira que ela realmente tinha um excelente bom gosto para tudo e uma memória fotográfica incrível, se lembrando de cada parede do apartamento e a segunda é que me diverti tanto curtindo esse momento com ela e quem parecia que estávamos fazendo compras, o terror dos homens, fazer compra com suas mulheres.

- Pronto senhor, tudo será enviado para o seu apartamento em daqui a dois dias, só precisamos combinar um horário em que o senhor ou sua esposa esteja no local para receber tudo, ou se preferirem deixar autorizado o pessoal do administrativo a receber é só deixar a chave na recepção. Precisamos deixar combinado também o melhor horário para a montagem dos móveis.

- Ah não... eu não sou a esposa dele, sou somente uma amiga??? - Tonia estava tão constrangida que chegava a ser fofo.

- De fato ela não é. Ainda!

O profissional - LeryOnde histórias criam vida. Descubra agora