Um Novo Caminho Para o Amor

🐾Capítulo 41

📑Boa leitura😘

Sophia

Um feixe de luz começa a me incomodar, mesmo estando com os olhos fechados. Sinto que estou em uma superfície macia, o cheiro do lugar não me lembra nada nem ninguém, não que não seja um cheiro agradável, mas nada parecido com o que tenho em casa ou na casa de William.

Abro os olhos lentamente e constato que realmente não reconheço onde estou, examino o teto branco forrado, desço meu olhar para o lado direito e me deparo com a janela por onde está entrando o feixe de luz que me acordou.

Onde estou? Como vim parar aqui? Não me lembro de deitar e dormir. A última lembrança que tenho é de estar na minha casa com Nina, verificando se tudo estava bem, mas lembro que ao mesmo tempo em que as coisas estavam no lugar havia algo estranho. Penso pousando uma das mãos em minha testa, até que a lembrança me vem de supetão a mente, me fazendo levantar espantada, pedindo que tudo que vi não seja loucura, sonho ou pesadelo.

A cozinha. O buquê de rosas brancas e... Ele.

Um sentimento quase inexplicável toma conta de mim, minha respiração fica acelerada, sinto meu coração batendo a forte, a todo vapor, como se estivesse prestes a ter um ataque cardíaco. Olho para o outro lado do quarto, procurando por Nina. Lembro que ela estava comigo em casa, mas desapareceu antes que eu me encontrasse com o visitante inesperado. Vou passando meu olhar por cada parte do cômodo até que encontro com seu. Não o olhar de Nina, mas o dele, me observando.

— Oh meu Deus! — é tudo que consigo dizer, ao mesmo tempo que as lágrimas banham meu rosto e me impulsiono para encostar na cabeceira da cama, encolhendo as pernas e abraçando-as contra meu peito.

Ele nada diz, apenas continua me observando, sem expressão alguma em seu rosto, sem deixar transparecer nada pelo seu olhar, o qual antes o tornava tão transparente para mim. Depois de alguns minutos tentando absorver o que estava acontecendo, tentando me convencer de que nada daquilo era ilusão da minha mente, ou um sonho que estava mais para pesadelo, e consigo me acalmar.

Percebendo isso ele se levanta tornando-se ainda mais visível para mim, uma vez que ele estava sentado no canto mais escuro do quarto. Eu faço o mesmo, saio da cama, mesmo sentindo que minhas pernas podem não sustentar meu corpo que ainda treme, não sei se por medo ou expectativa pelo momento.

Ele apenas se levanta e fica onde está, não perdeu sua postura imponente, está mais magro é impossível não notar, seu rosto aparenta mais idade do que tem, além da barba que deve estar fazendo parte do seu rosto a mais de uma semana. Ele nunca deixava a barba crescer, sempre gostou de ter o rosto limpo, eu também gostava, o deixava com um ar mais jovial.

Começo a lembrar dos dias, que se tornaram semanas e logo em seguida meses, sem notícias suas. Até que então recebi apenas uma medalha e uma bandeira que o representavam. Ali então ele estava morto. Todo o sofrimento que passei com sua perda toma conta do meu peito, mas são meus olhos que deixam a mostra o que estou sentindo. A dor da perda está lá, mas acompanhada pela raiva.

Raiva sim, por ter sido enganada por tanto tempo. Tudo bem que não sei o que aconteceu com ele por todos esses meses, mas ele não poderia ter ligado ou tentado entrar em contato comigo para avisar que estava bem? A raiva começa a tomar conta do meu corpo e, impulsionada por ela, ando em sua direção e quando o alcanço começo a socar seu peito.

— Você estava vivo esse tempo todo! — não é uma pergunta, estou afirmando o óbvio, tanto que ele nada responde, muito menos tenta me parar.

— Você sabe o que passei quando fui informada da sua morte? — agora sim é uma pergunta que faço no momento em que paro de bater em seu peito e olho diretamente para seu rosto, que continua da mesma forma.