🐾Capítulo 24

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📑Boa leitura😘


William

Assim que consegui ter contato com Sophia, depois do ocorrido mais cedo, saí de casa sem pensar em mais nada. Tudo que desejo é que ela me dê a oportunidade de explicar, de colocar tudo em pratos limpos, de corrigir o meu erro. Faço qualquer coisa para não perdê-la, mesmo estando ciente de que agora, ao meu lado, ela pode correr perigo. Mas farei o que estiver ao meu alcance para que seja mantida longe de todos os problemas que Amélia trouxe consigo.

Durante a ligação ela me disse que estava na casa da avó materna e me passou o endereço. Digitei no GPS assim que entrei no carro, felizmente o lugar não fica tão longe daqui. Durante o percurso vou pensando em tudo que preciso dizer a Sophia. Vou treinando em pensamento para ver se não esqueço de mencionar uma vírgula sequer.

Minutos depois chego ao meu objetivo, estaciono o carro em frente a uma casa, com características tradicionais das casas americanas. Os telhados inclinados, cobertos por telhas com formas retangulares, planas e escuras, dispostas em trajetos desde a borda inferior do telhado.

A fachada em tom pastel, tem linhas horizontais marcadas com breve espaçamento entre elas, que imitam as tábuas em madeira. As molduras brancas em torno das portas e janelas complementam o ar robusto de uma tradicional casa americana, assim como as colunas na entrada da varanda, que dão um ar elegante. Um belo jardim precede a casa, com grama verdinha, bem cuidada e aparada, nada de muros ou cercas.

Desligo o carro, respiro fundo, saio do veículo e travo suas portas com auxílio do controle remoto, que automaticamente ativa o alarme. Do lado oposto da pista, está o mesmo carro que estava na frente da minha casa. Dessa vez posso ver seu motorista. Um homem moreno, cabelos curtos e escuros. Ele me vê, faz um aceno, seguido por um sorriso irônico, dá partida no seu veículo e saí.

Vou em direção a entrada da casa que Sophia informou que estar. Antes de tocar a campainha para informar a minha chegada, a porta se abre revelando uma Sophia apreensiva.

— Oi. — digo num sussuro.

— Oi, entra! — pede me dando espaço para entrar.

Entro e espero que ela feche a porta. Sophia passa por mim sem olhar e vai até uma senhora, que só agora vejo que estava ali. Provavelmente é a sua avó. Ela me olha e depois olha para Sophia, então sorri.

— Vovó... Esse é o William. — diz Sophia, me apresentando — William... Essa é a vovó Olga.

— Olá meu filho. — dona Olga me cumprimenta amavelmente. Vou até seu encontro para cumprimentá-la, e sou surpreendido quando me puxa para um abraço, mais que aconchegante.

— Seja bem vindo! — ela diz depois de me soltar.

— Obrigado senhora... — digo ainda mais encabulado por seu jeito de me receber.

— Senhora não, vovó Olga. — diz sorrindo, me deixando mais envergonhado.

— Agora vou deixá-los mais à vontade. — diz e vai em direção a escada de acesso ao segundo andar.

Minha atenção está toda em Sophia, faz tanto tempo que não a vejo. Sim, por imprudência, imbecilidade minha, mas garanto que foi para seu bem. Ela está tão linda, ouso afirmar que está mais bela do que a última vez que nos vimos, no dia que Amélia me ligou, revelando que estava na cidade. Bendito dia que ela resolveu aparecer para virar minha vida de cabeça pra baixo, mais uma vez.

Quando dou por mim Sophia está me encarando, eu provavelmente estou com cara de bobo, admirando sua beleza. Mas chegou a hora de lutar pela seu perdão. Solto um suspiro profundo antes de começar.

— Nós precisamos conversar. — é a primeira coisa que digo.

— Sim, eu... — ela começa a dizer, mas eu a interrompo.

— Não, só me escuta. Por favor?! — peço.

— Tudo bem. — confirma sua afirmação com um aceno de cabeça — Vamos nos sentar. — diz apontando para o sofá.

Nos sentamos próximos, de frente um para o outro. Seguro suas mãos, sei que as minhas estão geladas e suadas. Estou nervoso, com receio de que depois de saber tudo em que estou envolvido ela decida não querer ficar mais comigo.

— Antes de qualquer coisa, quero que saiba algo. — suspiro caçando as palavras certas, para não piorar minha situação — O que viu hoje pela manhã... Não é nada do que está pensando. — digo me referindo a cena que ela viu horas atrás. Vejo desconforto em seu olhar, com minha menção.

— Amélia é minha irmã, Sophia. — dou-lhe logo esta informação. Ela me encara com uma expressão de confusão.

— Irmã? — pergunta e eu confirmo balançando a cabeça.

— Sim... Eu sei que nunca falei nada para você sobre minha família. Fiz isso porque não tinha muito o que dizer. E o pouco que poderia te passar de informações, não me trazem boas lembranças. — revelo.

— Mas agora... — ela inicia, mas não permito que complete seu pensamento.

— Mas agora, mesmo correndo risco de colocar você em perigo, eu tenho que falar. Só assim você vai entender porque não contei nada sobre minha família, sobre Amélia estar aqui e, principalmente, sobre por que me afastei de você. — digo ainda com receio de que ela não queria, ou não entenda, minhas atitudes.

Passei os próximos longos minutos explicando para Sophia tudo que aconteceu na minha vida, e com a minha família, desde que Eric surgiu. Ela me escutou como pedi, sem me interromper, dando-me toda sua atenção.

— Foi por isso que me afastei. Foi por medo de algo acontecer a você, de que toda essa merda chegasse em você. — falo sentindo meus olhos arderem.

Ela levanta, me deixando surpreso, e anda até a janela da sala, ficando de costas pra mim. Levantado e vou até ela, próximo o bastante para sentir seu perfume adocicado, porém longe o suficiente para não sentir seu calor. Faz tanto tempo que não me emociono, que não choro. Havia até esquecido como é a sensação de sentir as lágrimas transbordarem em meus olhos. Meu coração está mais apertado, preocupado, apreensivo e exaltado pela resposta que receberei agora. 

Com os batimentos acelerados, a respiração pesada, um bolo se forma na minha garganta, quase que me impedindo de respirar ou falar. Uma lágrima se atreve a fugir de seu cativeiro, deixando mais evidente ainda meu desespero. Respiro fundo, tentando engolir o bolo que parece aumentar no meu pescoço, para fazer a pergunta que pode acabar com o pouco que construímos até agora.

— Sophia... — me atrevo a tocar em seus ombros. Tanto tempo sem tocar sua pele, me deixou necessitado de ter apenas este contato — Por favor, me perdoa?


Até o próximo capítulo 😘
Ps.: Perdão pelos possíveis erros!


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