🐾Capítulo 35

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📑Boa leitura😘


Sophia

Chego a clínica veterinária, que já estava aberta pois Regina e todos os outros já haviam chego. Levei Nina até Bianca, que já estava em seu posto, na área do hotelzinho.

— Bom dia, Bia! Vim deixar essa garota! — falei lhe entregando a guia da coleira de Nina.

— Bom dia, Sophia! Pode deixar que vou cuidar dela direitinho! — brinca enquanto faz um carinho na cabeça de Nina e a leva para dentro. Sigo em direção a minha sala, mas antes mesmo de chegar, sou abordada por Regina.

— Bom dia, Sophia! Ainda bem que chegou, já tem paciente à sua espera! — ela diz com uma cara nada boa.

— O que ouve? — peço, já tentando me preparar para o que me espera.

— A senhora Furtado, novamente deixou Félix comer o que não podia. Agora o coitadinho está passando mal. — diz com pesar.

— Oh meu Deus! Vamos logo resolver isso! — sigo mais depressa para minha sala.

Entrando encontro com a senhorinha, de aproximadamente setenta anos, muito bem arrumada, sentada em uma das cadeiras em frente a minha mesa. Na maca ao lado, o pequeno pinscher albino estava revistando o lugar onde estava com o olhar. Mesmo passando mal o pequeno não deixa de ficar atento ao ambiente em que estava, tanto que levantou a cabeça assim que me viu entrar.

Com olhos que ficam vermelhos a noite e rosa azulado durante o dia, focinho rosado, orelhas pontiagudas cobertas por uma pelagem branquinha e seu interior rosado, e pelos tão brancos quanto a neve por todo seu pequeno corpo, Félix me observa entrando em meu consultório, cumprimentando sua dona, depositando minha bolsa na mesa e indo até ele para examiná-lo.

Depois de todo procedimento de exame e questionamentos que faço a senhora Furtado, mais uma vez lhe informo que não pode dar qualquer tipo de comida ao seu animalzinho. Informo também que lhe passarei uma receita com o remédio que ele precisa tomar por três dias, e o faço ingerir uma quantidade antes mesmo de sair.

O remédio é fácil de fazê-lo tomar, passei-lhe um líquido cremoso, no qual utilizamos uma seringa para aplicar diretamente em sua boca. Mostrei a ela como fazer toda a aplicação. Mais uma vez ela me conta o quanto este serzinho à nossa frente é importante para ela, o que representa em sua vida e que ela não se vê sem ele desde que perdeu o marido. Escuto tudo com bastante atenção, enquanto redijo a receita, carimbo e tento lembrar qual a data do dia em que estamos.

— Deixe-me ver que dia é hoje?! — digo pegando o calendário na minha frente. 

Viro algumas páginas até chegar ao mês que estamos. Tenho certeza que alguém mexeu em meu calendário, pois sei que não havia bagunçado suas páginas, tirando-o de ordem. Chego ao mês de março, vou passando meu dedo indicador pelos desenhos quadriculados e numerados, que identificam cada dia da semana, eis que chego a fatídica data. Treze de março. 

Nesse momento meu peito aperta ao lembrar que neste dia, Davi estava seguindo para sua missão, sua última missão. Aquela que o tirou de mim. As lembranças vem à minha mente. Eu o deixando no quartel, nossas conversas quando ele conseguia se comunicar comigo afirmando que iria voltar, o sonho que tive com ele se despedindo de mim. E por fim o momento que recebi a notícia da sua morte.

Puxo a respiração profundamente, sentindo meus olhos pinicarem. Todo esse tempo jamais esqueci Davi, tanto que às vezes me pergunto se fiz errado aceitar entrar em um relacionamento com William tão rápido. Estaria usando ele para tentar preencher uma lacuna que o destino, ou melhor, que a vida por em meu caminho? Mas não vejo assim, não pode ser assim. 

Um Novo Caminho Para o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora