Olha eu chegando com mais um capítulo antes da data certa de postar kkkkkk Queria agradecer a todos que estão lendo, batemos 100 leituras e 20 votos e estou feliz por isso 😍
Comentem, eu adoro saber o que vocês estão pensando e oq esperam que aconteça 💗
Mais uma vez, obviamente, agradecendo a Astrombunny maravilhosa que indica Vislumbre na fic dela e me acompanha desde o primeiro cap ❤️ Leiam Halo da Lua porque é incrível!........................
Cada dia que passava era mais desesperador que o outro, XingChen começou a fazer o processo de reintegração social no mesmo hospital onde um dia trabalhou, já havia se habituando a usar a guia, mas ainda esbarrava nas coisas vez ou outra, seus sorrisos começaram a ficar forçados, até que pararam de existir, tudo foi gradativo, ZiChen havia percebido, mas chegou o momento que ele também não conseguiu mais disfarçar, fazia hora extra, levava trabalho para casa, tudo para evitar olhar seu amado naquele estado. Ele sentia raiva toda vez que chegava em casa e via um novo hematoma, uma queimadura ou um arranhão no corpo do seu namorado, era pior ainda quando ele pedia ajuda com coisas tão diárias e básicas como escolher uma roupa, se fosse em qualquer outra ocasião ele ajudaria com todo o prazer do mundo, mas não naquela, não quando ele estava daquele jeito por causa dele, por tê-lo protegido.
Já havia passado 5 meses desde o acidente. Naquela noite de terça-feira, ZiChen chegou do trabalho, XingChen fazia um lámen instantâneo, o mais alto observou por um instante da porta, como estavam em meados do inverno não dava pra ver os hematomas debaixo das roupas, mas ele sabia que provavelmente teriam mais alguns, nas mãos haviam curativos salpicados nos dedos "O que diabos ele estava cortando dessa vez?" pensou em silêncio, não havia mais nada em seu rosto que denunciasse a perda de sua visão, exceto que agora ele desenvolvera o hábito de estar sempre de olhos fechados, o que o deixava ainda mais angelical do que já costumava ser. A forma delicada que ele segurava a tigela com um dos dedos pra dentro indicava até onde ele deveria colocar a água para que não transbordasse, é, ele realmente estava aprendendo a se virar.
-Vai ficar aí parado por quanto tempo? - perguntou o homem na cozinha terminando de colocar a água em seu macarrão.
-Não era você que dizia que macarrão instantâneo faz mal?
-Muitas coisas na vida fazem mal... E eu já não sou mais médico mesmo, não tenho nenhum exemplo a dar. - Song Zichen deu um suspiro pesado.
-Nós precisamos conversamos conversar, XingChen.
-Eu concordo...
-Termine de comer, eu vou tomar um banho e nós descemos pra dar uma volta lá embaixo, o que acha?
-Tudo bem.
Assim foi feito e em menos de meia hora os dois estavam fora do prédio, Song ZiChen andava com as mãos nos bolsos do grosso moletom, ele também estava de luvas, um pesado sobretudo, um gorro, cachecol e um suéter, XingChen não estava muito diferente, porém uma de suas mãos estava na guia e a outra descansava ao lado de seu corpo, mas estava alerta para possíveis obstáculos, na real ela queria agarrar o braço de ZiChen, mas não sentia que poderia. Eles caminhavam em silêncio.
-Estamos passando pelo lago né? Onde nos conhecemos...
-Sim. Como sabe?
-O vento está mais úmido e parece mais amplo também... Eu não sei explicar direito.
-Estamos exatamente onde nos vimos pela primeira vez... - respondeu puxando o outro para sentar num banco que agora existia ali - XingChen, eu liguei pra sua mãe... - disse como se tivesse tirado um peso de cima das costas.
-O quê?! Você enlouqueceu? Por que fez isso?!
-Porque eu acho que você deveria dar um tempo na casa dela. Sabe... Nesse momento você precisa de mais atenção do que eu posso te dar e não tá sendo saudável pra nenhum dos dois.
-Eu não sei se você lembra, mas eu fui expulso de casa, eu não posso voltar.
-Ela disse que tudo bem, que te perdoaria se voltasse a ser quem era "antes de me conhecer".
-Aquela pessoa não existe mais há muito tempo... Você sabe disso. Eu não vou voltar pra lá. Desde que aquilo aconteceu eu não falo com ela eu nem contei do acidente! Que droga, ZiChen! Você não tinha o direito de falar nada! - ele estava claramente alterado, suas bochechas estavam rosadas de raiva e frio. Era uma emoção que ele evitava a todo custo demonstrar.
-Eu não tinha o direito?! - rosnou com uma risada de escárnio - Você se jogou na frente de uma moto, XingChen! Você está cego por minha causa! E todo dia eu tenho que ver o quanto você tá sofrendo com isso, sem poder fazer nada pra te ajudar!
-O quê? Sua raiva é culpa? Você se sente culpado por isso? É por isso que faz 5 meses que você sequer toca em mim? Eu fiz o que qualquer pessoa faria no meu lugar. Você teria feito o mesmo se visse uma moto vindo na minha direção!
-Não importa... Não importa o que eu faria. Foi você que fez! E você que está nesse estado.
-ZiChen eu não morri. Eu tô tentando continuar minha vida. Eu vou buscar trabalhos que eu possa fazer, eu vou colocar minha cabeça no lugar... Eu só preciso que você tenha um pouco de paciência... Não vou ser um peso morto pra sempre...
-Eu não tô falando sobre isso. Eu só... Eu não posso mais continuar cuidando de você, XingChen... - se ele tivesse dado um tiro teria doído menos em XingChen do que aquelas palavras. Um silêncio tenso se estabeleceu entre eles, as memórias do dia que se conheceram estavam saltitando naquele lugar, mas agora não pareciam mais tão felizes. O rapaz de roupas claras se levantou do banco, piscando seus olhos freneticamente enquanto projetava a cabeça pra cima, como quem olhava pro céu, mas sua tentativa era não deixar nenhuma lágrima escapar, o que foi em vão.
-Agora eu sei exatamente como é quando um cachorro é abandonado por seu dono por estar velho demais... - sussurrou ele tão baixo e tão triste que se não fosse ZiChen ali, qualquer outra pessoa talvez não ouviria. Ele deu as costas e saiu.
-Pra onde você vai?! Eu te le-
-Não. - disse rapidamente - Não importa pra onde eu vou. Por favor, não me siga. Obrigado por tudo que tem feito por mim... Depois eu pego minhas coisas...
-XingChen, eu não disse aquilo por maldade! Vamos conversar! - gritou quando o outro já estava a alguns metros de distância, ele ouviu, mas não foi o suficiente pra fazê-lo parar.
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Antes de qualquer coisa saibam que tem muita água pra rolar, não me xinguem ainda hahahahahaha
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Vislumbre [concluída]
FanfictionA vida de Xiao XingChen foi dividida entre dois momentos: a calmaria de um jovem estudante com carreira promissora e o recomeço de alguém que perdeu tudo e se viu completamente desamparado. Dois homens, em dois momentos distintos, apareceram em sua...