Então gente, eu nem me apresentei no capítulo passado 😅
Mas bem, essa fanfic eu fiz porque desde que li a novel minha cabeça ficou borbulhando de ideias e eu já tinha esquematizado todo um esboço, conversando com um amiga, decidi colocar em prática e eu espero que vocês curtam o desenvolvimento 💗
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Descrições de nomenclaturas:
Prefixo "A-":Utilizado de forma carinhosa geralmente antes do primeiro nome de uma criança ou ente querido.
Ge ou GeGe: irmão mais velho, usado por amigos próximos também...............
-Xiao XingChen, tem uma paciente no leito 03, ela não deixa ninguém examinar, vá dar um jeito nisso. - disse seu chefe assim que ele pisou para dentro da ala de emergência.
-Talvez ela não queira ser atendida por um homem... - murmurou pra si mesmo, mas colocou o estetoscópio ao redor do pescoço e foi até o leito designado a ele. Chegando lá pôde ver uma garota que ainda nem deveria estar no ensino médio, se debatendo enquanto dois enfermeiros a seguravam, seu uniforme estava surrado, mas limpo.
-Me soltem! Eu vou morder vocês! - ameaçou enquanto se debatia.
-O que está acontecendo? Soltem a menina, vocês podem machuca-la mais. - ao ouvir aquela voz tranquila a menina parou imediatamente e o encarou, seus olhos eram grandes e tão claros que quase pareciam brancos. Os enfermeiros a soltaram e ficaram lado a lado com o médico - Meu nome é Xiao XingChen e estou aqui pra cuidar de você, pode me dizer o que aconteceu?
-Não aconteceu nada! Eu disse que me sinto muito melhor, não preciso ficar aqui, mas esses caras não me deixaram ir embora!
-Se você veio houve algum motivo. Estava se sentindo mal?
-Não... - ela desviou o olhar enquanto balançava as pernas no ar, sentada na maca, claramente escondendo algo.
-Tudo bem, pode me falar seu nome então? - perguntou ele fazendo um sinal pedindo que os dois enfermeiros se retirassem.
-Todo mundo me chama de A-Qing...
-É um belo nome. Quantos anos você tem, A-Qing?
-15. Quase 16, na verdade.
-Nossa, pensei que fosse mais nova. Você não deveria estar na escola a essa hora?
-Eu... Estava...
-Você prefere que uma médica mulher venha te atender? Eu posso tentar achar alguma disponível. Sei que dependendo do problema você não vai querer que um homem te atenda.
-Não, eu gostei de você Xiao-Gege! - ele abriu um de seus famosos sorrisos.
-A-Qing, é melhor você não me chamar assim aqui, tá bem? - disse tranquilamente - Meu chefe pode não gostar. - ele sussurrou a última parte como se fosse um segredo de Estado.
-Tudo bem então, doutor... - ela olhou para os lados e se certificou de que as cortinas do leito estavam bem fechada antes de levantar a blusa revelando um hematoma na altura das costelas do lado direito.
-É um hematoma bem feio, vou precisar te tocar pra examinar, certo?
-Tá bom... - ela se deitou na maca e ele começou a apalpar a área machucada.
-Não parece ter quebrado nenhuma costela, mas vou pedir uns exames para assegurar que está tudo bem. Agora me conte, A-Qing, como você conseguiu esse machucado? E não me diga que caiu de uma escada por que, com certeza, não foi.
-Eu tava brigando com uns meninos na escola.
-Brigando? - ele estava claramente abismado, a menina era muito bonita, mas franzina, ele realmente não esperava que ela fosse do tipo que briga com meninos.
-A culpa é toda deles! Vivem me chamando de feia e de cega por causa da cor dos meus olhos...
-A-Qing, feia você com certeza não é. Eles provavelmente estão só te provocando. Vale a pena se machucar por isso?
-Eu dei uma lição neles, eles não vão fazer de novo! - disse orgulhosa fazendo o médico suspirar.
-Não se meta em encrenca novamente. Onde estão seus pais?
-Eu não tenho pais.
-Avós? Tios? Algum parente que cuide de você?
-Não preciso de ninguém pra cuidar de mim, eu sei me virar.
-A-Qing... Você ainda é uma menina.
-Não sou nada, eu moro sozinha.
-Você realmente mora sozinha ou está dizendo isso pra eu não chamar seus pais?
-Eu já estive nesse hospital, olhe minha ficha se não acredita em mim. - o médico deu um longo suspiro, mas o sorriso continuava lá.
-Olha, eu vou chamar uma enfermeira pra te acompanhar nos exames, tá bem? Não foge daqui, você pode ter machucado algum órgão interno.
-Tá bom, tá bom! Não vou fugir.
Ele foi até o balcão da enfermagem e chamou uma das profissionais, explicando o caso durante o caminho de volta, logo as duas seguiam juntas pelo corredor.
-Eu sabia que você ia resolver isso. - disse o chefe casualmente enquanto atualizava um prontuário no sistema.
-Como o senhor sabia?
-Deveria seguir pediatria, toda vez que tem uma criança fazendo birra você consegue acalmar. Paciência é uma das suas virtudes.
-Eu cresci rodeado de crianças... Apenas me acostumei a lidar com elas...
-Você tem talento pra coisa.
-Obrigado, chefe. Vou pensar muito na sua sugestão.
No final do dia lá estava Song ZiChen mais uma vez ao lado daquele ponto de ônibus movimentado, era outono, as noites estavam cada vez mais frias, seu sobretudo preto já não parecia ser o suficiente pra aquecê-lo, adicionou uma nota mental para lembrar de usar uma roupa mais quente no dia seguinte. Na mão esquerda ele carregava sua pasta e uma sacola com a comida que ele havia comprado, na mão direita havia o celular do qual ele não tirava os olhos, já havia passado do horário que o ônibus de seu amado chegava e nada dele ainda, estava preocupado com o sumiço repentino e ao mesmo tempo se sentia observado, mas logo tratou de afastar aqueles pensamentos, ele sempre tinha paranóias do tipo, era mais fácil lidar com elas quando não estava sozinho e perdido em seus pensamentos.
-Me desculpe a demora! - disse o homem surgindo na sua frente quase como mágica, clareando mais uma vez sua mente com um sorriso encantador - Perdi o ônibus, tive que esperar outro... - disse ele passando álcool em gel nas mãos. Ambos sempre levavam um pequeno frasco no bolso por conta da fobia de ZiChen.
-Fiquei preocupado, achei que tinha acontecido algo. - disse guardando o celular e pegando na mão do parceiro.
-Desculpe mais uma vez. Então, comprou nossa comida?
-Sim. Seu prato favorito.
-Eu amo você! - disse contendo a vontade de beijá-lo na frente de todas aquelas pessoas, sabia o quanto seu namorado se sentiria pouco à vontade com aquele gesto, então não se permitiu, ao invés disso, apertou um pouco mais a mão que segurava - Como foi o seu dia?
-O de sempre, você sabe, nada realmente animador acontece lá, ah, hoje tivemos que pagar um boleto com juros porque o financeiro esqueceu de pagar na data. - brincou falando aquilo um tom super animado como se fosse algo fora do comum o que fez XingChen dar uma boa risada que ele acompanhou - E você? Seus dias na emergência sempre são uma loucura. - perguntou enquanto eles atravessavam o trânsito caótico.
-Hoje também foi tranquilo, estava com pouco movimento, assim que eu cheguei tinha uma menina e ela- Cuidado! - tudo aconteceu muito rápido, num segundo, Song ZiChen estava de pé ao lado do seu primeiro amor, e no outro, o calor em sua mão desapareceu, ele sentiu um forte empurrão e o impacto do chão duro e frio contra seu corpo, não ouviu nada, nem entendeu nada. Pareceu uma eternidade, mas tudo acontecera em uma fração de segundos, Zichen se levantou e mal inspecionou seu próprio corpo, olhou ao redor e viu Xiao XingChen deitado a poucos metros dele e uma moto saiu disparada enquanto todo o resto do trânsito estava estranhamente estático. As pessoas se acumulavam ao redor dele enquanto uma pequena poça de sangue se formava sob a cabeça do rapaz vestido com uma blusa outrora branca.
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Vislumbre [concluída]
FanfictionA vida de Xiao XingChen foi dividida entre dois momentos: a calmaria de um jovem estudante com carreira promissora e o recomeço de alguém que perdeu tudo e se viu completamente desamparado. Dois homens, em dois momentos distintos, apareceram em sua...