21. Um Fim

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Aqui estamos nós com capítulo duplo! Então os agradecimentos vou deixar pra fazer no próximo.

Coloquei esse vídeo na capa porque ouvi essa música em looping infinito enquanto escrevia esse capítulo, essa apresentação é simplesmente maravilhosa e lacrimejo toda vez que assisto, a música é do dorama e a letra conta a história da Cidade Yi, se você nunca olhou a tradução, olhe e venha chorar comigo kkkkkkk

Lembrando que: do capítulo 20 ao 23 há gatilhos de depressão e auto-mutilação, se você for sensível a esse assunto, retome a leitura a partir do 24.

Sem mais delongas, vamos ao capítulo 1 de hoje ❤️

Boa leitura~

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A-Qing chegou em casa e a primeira coisa estranha que viu foi a porta da frente escancarada, a segunda coisa eram os gritos de dois homens, um ela reconheceu como sendo o "marginal", o outro ela não fazia ideia de quem poderia ser, mil coisas se passaram pela sua mente. "A casa foi invadida?", "Será que aquele filho da puta trouxe problemas pra dentro da minha casa?!", "Ai Deus, onde está Xiao-gege?", então a garota pegou um pedaço de pau que estava ali pelos arredores e entrou na casa com o objeto em punhos, pronta para acertar alguém.

-Que merda vocês tão fazendo aqui?! Quem é esse, marginal?! - perguntou ela sem saber se agia ou não, os dois trocavam socos no chão, o homem mais alto estava por cima de Xue Yang que apanhava com um sorriso descarado no rosto.

-Saia daqui, menina, esse cara é muito perigoso! - disse o homem desconhecido imobilizando o outro.

-Quem é você? E onde está o Xiao-gege?!

-Porra! Pra onde aquele idiota foi agora?! - perguntou o mais novo aproveitando a distração do outro para chutar bem no meio do seu peito, o empurrando de cima dele para levantar em seguida.

-Já falei pra parar de chama-lo assim! - ZiChen rapidamente foi para trás dele e tentou dar um mata-leão, sem muito sucesso, o máximo que conseguiu foi receber uma cotovela no estômago.

A menina percebeu que aquilo mais parecia uma briga por território e desistiu deles, largou o pedaço de pau e saiu correndo para dentro da casa olhando pelos cômodos, a porta do banheiro estava fechada, mas como não tinha chave, ela sabia que não estava trancada e quando abriu, a cena que viu foi a mais assustadora de todas, pior do que descobrir que sua vó estava morta pela manhã, cena essa que ela julgava a mais chocante.

O cômodo estava cheio de largos respingos vermelhos, o cheiro de ferrugem era avassalador, no meio do caos, um corpo desacordado sobre uma considerável poça de sangue, como se estivesse sentado previamente, mas caíra de lado em seguida. Ambos os braços sangravam e as roupas, antes claras e límpidas, estavam tingidas do vermelho-férreo, A-Qing demorou para entender do que se tratava aquilo, mas antes mesmo que pudesse, ela correu até o corpo e começou a pressionar os ferimentos, da mesma forma que lembrava de tê-lo visto fazer com Xue Yang.

-Seus idiotas, venham aqui! - ela gritava do banheiro enquanto eles ainda brigavam na sala, percebendo que não ouviriam, ela chutou a porta aberta com toda a força que pôde sem soltar os pulsos do homem caído, esperando que o barulho os atraísse logo para lá - Xiao-gege, por favor, por favor, acorde! Você vai ficar bem! Acorde, Xiao-gege! - ela o sacudia levemente enquanto pressionava os ferimentos. O barulho na sala parou e logo os dois homens estavam na porta, o primeiro a entrar foi Xue Yang, enquanto Song ZiChen tentava digerir as informações - Vocês são imbecis ou o quê?! Ao invés de brigarem por ele, sequer se deram ao trabalho de perceber o mal que tavam fazendo! Ei, grandão, ligue pra ambulância, rápido!

-Não, não, não, não... - era tudo que Xue Yang repetia enquanto pegava XingChen nos braços se lambuzando do sangue alheio. Seus olhos estavam arregalados de pavor - XingChen! Fala comigo, porra! Acorda! Xiao XingChen! - ele reversava entre sacodir e abraçar o corpo flácido em seus braços enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto desesperado. A-Qing ficou assustada com a reação dele.

-Aqui, aperte os ferimentos com força! - disse ela estendendo os braços desfalecidos a ele - Eu vou pegar o kit de primeiros socorros! - o rapaz o acomodou em seus braços e segurou os ferimentos firmemente enquanto tremia, a menina levantou e foi em busca do item no armário ali mesmo. ZiChen chamava a ambulância, em pânico, mal conseguia pensar sobre o endereço.

-Ele está vivo, né? Está respirando? - perguntou após desligar o telefone.

-Eu não sei! - respondeu a menina nervosa enquanto improvisava os curativos. O cheiro faria qualquer um ali querer vomitar, ZiChen cobriu o nariz e a boca com a parte interna do cotovelo e entrou, se havia movimento da caixa torácica, era imperceptível.

-Por favor, não morre, não morre... - suplicou se abaixando e tocando o rosto dele - Droga, XingChen... Por que você foi fazer isso...?

-Talvez porque você é um estúpido! - berrou o mais novo.

-Se bem me lembro, quem começou tudo foi você!

-Se você nunca tivesse abandonado ele, isso nunca teria acontecido! Por que você fez isso? Por que não ficou ao lado dele?!

-É muito fácil jogar a culpa nos outros, né?! Se você não tivesse passado por cima dele com uma moto ele sequer estaria nesse estado! - disse o mais alto furioso. A menina ficou atônita com aquela declaração, tinha certeza que ouvira errado.

-Parem! Olhem o estrago que vocês já fizeram! Se ele morrer eu vou até o inferno pra mandar prender vocês dois. Babacas! - ela estava um misto de medo, raiva e tensão.

O socorro não demorou a chegar, mas a polícia chegou antes, ZiChen havia chamado ambos. Xue Yang foi levado à delegacia em meio a gritos histéricos e um choro ensurdecedor, ele xingava os policiais para que o soltassem, simplesmente não conseguia largar aquele corpo inanimado, não queria ir embora sem antes ter certeza que seu amado ficaria bem, até que um dos oficiais o apagou batendo em um ponto de seu pescoço. Quando acordou, estava sentado numa cadeira, algemado nos braços e nos pés, seu corpo parecia uma casca vazia.

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Vejo vocês no próximo capítulo~

Vislumbre [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora