Capítulo 10

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Por que será que o xerife fez uma coisa dessas? Deixou-se levar por essa louca que agora está tirando meus sapatos como se fosse me colocar para dormir.

-Sabe Anna, nunca vou ter filhos meus - ouvi-a dizer enquanto tirava meu short. - Eu não posso. Nunca te contei isso? - ela tirou minha blusa. - Isso nunca me impediu de imaginar como seria ter uma filha.

O que ela está querendo dizer com isso, pensei. Olhei para o lado e vi que havia uma faca muito afiada na escrivaninha. Então olhei desesperada para a Rachel.

-Mas agora você tirou essa chance de mim - ele disse me ignorando.

Ela foi até a cômoda onde havia suas roupas de dormir. Comecei a ficar com muito medo do que poderia acontecer. Aproveitei que ela estava de costas e tentei pegar a faca, mas estava muito longe e a Rachel se virou e segurou minha mão antes que chegasse perto.

-Cuidado - ela disse sarcasticamente. - Não vai se machucar.

Vi minha irmã parada na porta pelo canto do meu olho. Ela fez sinal para eu ficar quieta e entro no quarto por trás da Rachel enquanto ela colocava a camisola em mim. E eu apaguei novamente.

Acordei deitada na cama do meu quarto e as lembranças vinham como um raio e olhei imediatamente para o lugar que a faca deveria estar, mas não estava lá.

Levantei-me rápido, percebi que estava sozinha no quarto e a porta estava meio aberta. Foi até ela e quando a abri olhei para baixo e vi que havia sangue no chão. Algum corpo havia sido arrastado escada abaixo. Entrei em pânico, poderia ser o corpo da minha irmã. Desci as escadas com cuidado e cheguei à sala, continuei seguindo o sangue que seguia até fora de casa e acabava na tampa da lixeira. Fui até a mesma e a abri, então vi um corpo de uma loira, a mesma loira que queria me ver morta, Rachel.

Fechei a porta com um grito, não queria que fosse minha irmã, mas aquilo tinha sido demais. Ela estava morta, mortinha. Ouvi um barulho atrás de mim e uma voz que reconheci na hora.

-Anna - minha irmã falou. Ela estava ensanguentada e segurava uma faca cheia de sangue. - Eu tentei de tudo e esse foi o único jeito.

-O que você fez? Você a matou.

-Eu fiz o que deveria. Não fiz? Não foi preciso? - ela começou a chorar e eu corri para abraça-la.

-Tudo bem. Estou aqui - disse para acalma-la. - Estou sempre aqui.

Então uma luz forte veio das minhas costas e quando me virei vi o carro do meu pai parado na minha frente.

Olha para mim - disse para minha irmã. - Seja corajosa, esta bem?

Ela confirmou com a cabeça e meu pai caminhou até nós apavorado por ter visto o sangue.

-Meu Deus! O que aconteceu com você?

-É a Rachel, pai - eu disse e ele me olhou com espanto. - Ela foi responsável pelo incêndio.

-Do que está falando?

-A Rachel matou a mamãe - minha irmã respondeu e me deu a mão. - Pai, sei que você nunca me escuta, mas precisa acreditar em nós!

-Ela esperou você viajar, ela me drogou e drogou a Piper.

-O quê? - meu pai perguntou apavorado.

-Ela ia nos matar - falei. - Piper teve que fazer isso, pai. Ela nos salvou.

-Piper? - ele deu um passo à frente e me olhou confuso.

-Piper, diz para ele.

-Anna, o que está dizendo?

O Mistério das Duas IrmãsOnde histórias criam vida. Descubra agora