Anos depois...
Quando completei meus 18 anos, sai pra jantar com meus pais. Durante o caminho estávamos rindo e conversando, a musica no radio tocava em um som baixo, para podermos ouvirmos uns aos outros. O dia estava divertido, era um sábado quente, e o verão mostrava que estava em todo lugar, já que o sol do dia estava bem escaldante, pela noite, mesmo sem o sol, continuava quente.
Eu estava usando uma regata e um shorts branco, e por cima da regata, uma blusa manga curta de botão florida, bem estilo as de praia e um chinelo. Eu estava feliz já que consegui uma vaga na faculdade que eu mais queria, e poderia realizar meu sonho de estudar nela. A faculdade era a melhor da cidade, e o lado bom é que não era longe de casa, então poderia ir andando.
Estávamos rindo quando vimos um animal no meio da rua. E pra não acerta-lo, meu pai desviou e acabou por bater o carro em uma arvore. O baque foi tão grande e intenso que bati a cabeça no banco e desmaiei.
Quando eu acordei, estava em um hospital e Mark estava no quarto esperando eu acordar. Nós continuamos sendo melhores amigos. Ele vê que eu estou acordada e chama o médico. Ele me examina por um tempo e faz algumas perguntas. Quando chega minha vez de perguntar, pergunto onde estão meus pais e a resposta que eu recebi não foi agradável, o que me fez morder os lábios para segurar o choro e não chorar na frente deles.
Mark sempre soube que eu não gosto que me vejam chorando, e fez questão de sair com o medico e me deixar sozinha. Quando saem, começo a chorar como uma criança.
Meu pai bateu a cabeça no volante e morreu na hora, já a minha mãe voou pra fora do carro e bateu na árvore. Meus pais morreram. Eu os perdi. Eu perdi as pessoas mais importantes da minha vida, as pessoas que sempre me apoiaram, que me ajudaram, que cuidaram de mim, que sempre estiveram comigo. E de uma hora pra outra eu não as tenho mais. O que será de mim sem eles? Sem a ajuda deles? O carinho? O amor? Onde eu vou morar? Como vou pagar pelo enterro? Como vou viver? Meu Deus, o que vai ser de mim agora? Eu estou perdida. Deveria ter sido eu no lugar deles!
Varias perguntas e lembranças se passavam na minha mente, me fazendo chorar cada vez mais e mais. Um tempo depois, consigo me acalmar e acabo dormindo cansada de chorar tanto.
Quando acordo novamente, com a visão meio embaraçada, vejo o Mark, ele estava falando com o medico, algo sobre ter alta. Quando eles percebem que eu estou acordada, ambos veem até mim e o medico é primeiro a falar.
Médico: Quando se sentir melhor, pode ir para casa. Só precisa assinar os papeis que deixei com seu amigo e deixar na recepção. E também esta com ele a lista de alguns remédios pra você tomar caso sentir dor. - Ele sorri e sai e eu olho pro Mark que me entrega os papeis e uma caneta. Assinei os papeis e devolvi pra ele.
Mk: Você quer que eu durma na sua casa com você hoje? - Apenas nego com a cabeça enquanto saio da cama com a ajuda dele. - Certo, você tem meu número, sabe que pode me ligar. Vou te levar pra casa.
Saímos e deixamos os papeis na recepção e Mark me leva pra minha casa. O caminho todo fiquei quieta olhando pra janela tentando evitar qualquer assunto em relação sobre o acidente.
Mk: S/N... Espero que não se importe, mas eu resolvi as coisas do velório pra você. Sei que não teria cabeça pra fazer isso. O velório é amanhã de manhã, eu e Jack vamos ir buscar você pra irmos. - Assenti com a cabeça olhando pra ele.
Jackson, ou Jack como costumamos chamar, é o marido do Mark. Mark assumiu ser gay quando eu tinha 16 e ele 17 anos. No inicio seus pais foram contra, mas depois que conheceram Jack, gostaram mais do genro do que do filho. Jack é legal e animado, eu gosto de sair com ele e Mark, são divertidos juntos. Claro, Mark continua introvertido, mas Jack é bastante extrovertido, e graças a ele, Mark fez bastantes amigos.
Apos se casar com Jack no inicio do ano, eles se mudaram e foram morar em um apartamento no centro da cidade, segundo eles, era mais perto do trabalho. Mas os pais de Mark ainda são nossos vizinhos, e vinham visitar e bater papo toda semana.
Mark estaciona o carro e desce, assim como eu. Encaro a casa por um tempo. Ela estava totalmente fechada. Não havia uma fresta nas janelas ou algo assim, dava pra se ver que ela possuías as luzes apagadas. Olho o quintal e lembro dos momentos que passei brincando com meus pais, correndo pra dentro quando minha mãe me chamava pra almoçar ou ir tomar banho. Lembro quando ganhei um carro de aniversario. Me arrependo de não ter passado mais tempos com eles, ou de quando briguei com eles.
Crio coragem e ando até la, sabendo que meus pais não vão chegar em casa. Boto a chave na porta, a giro e entro. Olho ao redor e abro as janelas, Mark faz o mesmo e logo ele se despede de mim e vai embora, afinal, o que ele faria ali? Encosto a porta e vou pro meu quarto e tomo um banho e troco de roupa. Desço e sento na sala com um caderno e uma caneta em mãos. O que vou fazer? Olho a hora, e o relógio marcava meio dia. Deveria fazer almoço, mas não quero comer agora.
Começo a escrever o que eu devo fazer, decidir e pensar a respeito. Escrevo coisas como: "- O que devo fazer com as coisas dos meus pais? Doar, vender, guardar", "-Preciso arrumar um trabalho", "-Lembrar de ver quanto meus pais tem no banco", "-Devo dormir no quarto dos meus pais ou continuar no meu?"
Passo um bom tempo escrevendo, mas paro quando ouço minha barriga roncar. Levanto e vou pra cozinha e imagino minha mãe lá, cozinhando e me ensinando a cozinhar. Respiro fundo pra não chorar e faço um miojo, depois de pronto sentei e comi. Começo a me sentir sozinha, com medo. A casa vazia, sem barulho algum me assusta, me deixa inquieta. Mas acho que vou ter que começar a me acostumar com isso. Vou ter que me acostumar a viver sozinha, no silencio.
Lavo a louça suja e subo pro quarto dos meus pais. Encaro um tempo a porta e entro. Abro a janela e começo a ver as roupas deles. Procuro algumas caixas e boto algumas roupas dos meus pais dentro delas. Talvez eu devesse me mudar... Termino de arrumar algumas coisas e pego outras e levo pro meu quarto, tais coisas que decidi não me desfazer. Fecho a janela do quarto e saio dele fechando a porta. Desço novamente e olho ao redor. Devo pintar a casa?
Percebo que estou inquieta por estar sozinha. Sento no sofá e boto alguma serie qualquer pra distrair minha mente.
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The Vampire - KTH
FanfictionEm 1960, Kim Taehyung foi trasnformado em um vampiro, e acabou acidentamente matando sua namorada da época, S/N. Entretando, Taehyung, um vampiro novo, com uma vontade enlouquecedora de matar sua sede, acabou deixando um resquicio de sangue no corpo...