The Vampire - KTH

Cap. 16

P.O.V. S/N

Dias depois....

Os dias se tornaram tediosos, no inicio, os meninos me ligavam e conversávamos por 1 hora ou mais, mas eles começaram a se afastar, se tornaram ocupados e não tem mais tempo pra mim. Eu não sabia se eles estavam bem ou até mesmo vivos, eles não respondiam minhas mensagens, nem nada parecido. Mia ainda é minha amiga e ainda trabalha comigo, se apaixonou por um fregues que estuda na mesma faculdade que eu, mesmo eu nunca o tendo visto. A faculdade esta um tédio e chata, pra ser sincera, não quero mais estudar, ou frequentar ela. Os alunos são pessoas toxicas e mimados, algumas vezes, poucas até, eles são pessoas legais, mas não é lá aquelas coisas. Eu fui convidada pra uma festa, mas não estou nem um pouco afim de ir, afinal, não conheço muito bem quem me convidou, e eu não sou o tipo de pessoa que gosta de festas. Ficar em casa comendo e olhando netflix é o que eu gosto de fazer, é o que eu faço todos os dias depois do trabalho. Mark viajou pra China, país natal do Jackson, eles começaram a morar lá, compraram uma casa e tudo, e eu estou sozinha aqui.

Alguns meses depois...

Eu estou acabada, de verdade. Eu cheguei a conclusão de que nunca mais vou ver meus meninos, nunca mais vou falar com eles, ouvir suas vozes e risadas. Eu demorei pra admitir que eles não estavam mais comigo, que agora era apenas eu, sozinha. Eu estava tomada pela solidão. Estava tão triste, tão sozinha que comecei a querer matar de dentro pra fora. Mas e a Mia? Ela não é sua amiga? Sim, ela é minha amiga, mas não é como o Mark e Jackson, ou os outros sete meninos que moravam comigo. Ela é quieta, e começou a namorar, isso significa que não passamos muito tempo juntas, e fomos nos afastando aos poucos. Talvez esse seja o objetivo da minha vida, ficar sozinha, afastar as pessoas de mim. Primeiro meus pais, depois os meninos, depois Jackson e Mark, agora Mia... No final, sera apenas eu. Suspiro.

Talvez essa seja a razão pra eu não me apegar mais a ninguém. Talvez eu devesse começar a me afastar de todas as pessoas, ficar sozinha, dessa forma não vou sofrer quando alguém partir. Dramático de mais? Talvez! Mas pensa comigo, se eu ficar sozinha, eu não sofro e não magoo ninguém. Seria mais seguro pra mim e pra pessoas. Falando em segurança, um cara anda rondando o bairro, e tem um carro estacionado do outro lado da rua, como se ele não saísse da lá, porém ele sai, já que eu vi o mesmo carro na faculdade. Ele esta me seguindo? Ou sera que ele estuda na mesma faculdade que eu e mora no mesmo bairro que eu? Se bem que não é muito difícil disso acontecer, já que a faculdade fica a umas duas quadras no meu bairro. Mas qual é a necessidade de ir de carro?

Como trabalhei até mais tarde hoje, tive que fechar o café e depois passei numa lojinha 24h pra comprar minha janta. Eu não to afim de cozinhar hoje, to cansada e com dor nas costas, to ficando velha. Pego uma lasanha, duas latinhas de refrigerante e um potinho pequeno de brigadeiro. Levo tudo até o caixa e pago. Eu ia frequentemente lá, então já conhecia o atendedor. Mesmo a gente não conversando muito, ele era gentil.

AT: Deu... Vinte e seis reais e 50 centavos. - Passo o cartão na maquininha e pego as coisas já na sacola.

S/N: Obrigada. - Pego dois canudinhos e sai. Pego e abro uma das latinhas de referi, boto os dois canudos dentro e começo a tomar enquanto vou pra casa.

Durante o caminho, percebo que o mesmo homem que rondeia meu bairro esta me seguindo. Olho pra trás discretamente mas em nenhum momento paro de andar. Pego meu celular, pra quem eu ligaria? Policia? Demoraria demais pra chegar. Mark e Jack estão na China, Mia deve estar com o namorado, então, pra quem ligar? Os meninos? Eles não me atendem e muito menos me ligam. E o que eles poderiam fazer? Nem estão na cidade. Começo a caminhar mais rápido e o cara atras de mim faz o mesmo. Entro em casa rápido e chaveio a porta, tranco as janelas e pego uma faca na cozinha e uma lanterna. Nos filmes que assisto, quando tem alguém te perseguindo geralmente acaba a energia. Por sorte, nada aconteceu, o homem não tentou entrar, a luz não acabou e eu pude jantar. Estou com muito medo pra dormir hoje, então pra distrair a mente, subo pro quarto e ligo a tv, colocando em algum desenho. Tomo banho, visto uma camisa do Tae, sim eu ainda uso as camisas dele, deito na cama me enterrando e aconchegando em baixo das cobertas. Fico olhando desenho ou filmes que possas distrair minha mente do que aconteceu, até que eu finalmente acabei dormido.

Um ano depois...

Caminho até a ponte do Rio Han e olho pra ele, me escorando no muro que ele tinha. Rio Han... O Rio conhecido como o Rio do Suicídio, muitas pessoas se jogaram daqui, as pessoas dizem que os adolescentes e jovens que tentam se matar aqui é por causa da pressão para obter os melhores resultados nas provas, já mais velhos é por questão econômica e financeira. Sinceramente, nunca saberemos o real motivo pelo qual as pessoas tentam suicídio, elas nunca dirão 100% da verdade, pelo menos eu não diria. Ser internada e ter que ir num psicologo não é o que eu quero. Olho pro lado e vejo escrito "Um momento difícil passa e acaba por fluir como o rio", será mesmo verdade? Talvez sim, afinal, seus problemas iriam acabar. Subo na ponte e sento no muro olhando o céu e a água. A luz da lua iluminava a noite fria, respiro fundo sentindo a brisa bater em meu rosto eu não iria pular, não é meu plano.

Hoje faz um ano desde que os meninos se foram, não que eles tenham morrido, na verdade talvez, mas desde que foram viajar. Falaram que eles voltariam em algumas semanas e olha só, já se passou um ano desde que eles foram e me deixaram aqui sozinha. Continuo na faculdade, mas troquei de curso, e esse é bem melhor. Arranjei outro trabalho também, um em que eu possa botar em pratica o que eu aprendo na faculdade, o salario é maior, e eu consigo pagar o aluguel da casa e o resto das despesas. Eu deveria me mudar, a casa é muito grande apenas pra mim, e eu não acho que os meninos voltarão, então não tem por que continuar nela. Mas... meu peito doí só de pensar em sair de lá. As lembranças que eu tenho de lá com os meninos são muitas, como o meu primeiro beijo com o Tae enquanto atuávamos, ou quando Jimin sentou na cadeira e caiu, quando o Suga tocou piano pra todos nós, quando RM e eu quebrarmos o sofá por que estávamos pulando nele, quando Jin me ensinou a girar uma panqueca no ar, foi incrível, quando consegui me senti um gênio e fui me exibir pro meninos, fiz de novo enquanto eles olhavam, mas eu fracassei e a massa caiu no chão, quando Hope me ensinou a dançar, tento na verdade, e quando eu entrei no quarto do JK por que a musica dele tava muito alta e ele tava dançando que nem loco, ah, ficamos nos olhando com vergonha por um bom tempo sem saber o que fazer e depois começamos a rir.

Suspiro e fico de pé na ponte com as mãos na cintura olhando as estrelas e a lua que iluminava a cidade

XX: S/N, desce dai, não é seguro. Volta pra casa. - É a voz rouca! Ela voltou! Merda! Eu devia estar tão feliz assim? Eu olho pra trás mas não tem nada, nem ninguém. - Volta pra casa, meu amor. - A voz repita o tempo todo. Agora eu consigo me mexer, não é como antes em que eu conseguia apenas ficar parada. - Vamos, desce dai baby, vem pra mim! - Eu desço, obedecendo a voz. Ela apenas falava agora, permitindo que eu me mexesse. Eu estou tão feliz! - Venha pra casa, eu estou aqui. Os meninos estão aqui, venha vê-los S/N... Venha ver os seus amigos.