Capítulo 20 - Angústia

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Celeste chegou da faculdade exausta

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Celeste chegou da faculdade exausta. Parecia que todos os professores conspiraram para demandar trabalhos às suas turmas simultaneamente. Apesar de não ter ido trabalhar aquele dia, que também era o dia em que daria a resposta ao Doutor Miguel sobre sua decisão de denunciar o assédio do Doutor Tiago, a moça sentia-se terrivelmente afadigada.

Havia pensado bastante sobre o que o Miguel havia lhe dito no dia anterior e sabia que ele tinha razão. Sem contar que admirava-o por se colocar ao lado dela contra o sócio, infelizmente não era incomum uma moça assediada ser posta como culpada ou como ela chegou a temer, sofrer represálias de seus empregadores. Miguel não era assim, era justo e digno. Ela via o quanto o advogado se preocupava com ela própria e com a sua amiga, Raquel.

Lembrando da moça, do lugar em que estava assentada na sala, olhou em direção ao quarto dela e percebeu que a porta estava aberta, o que significava duas coisas: ou a ruiva estava casa ou ainda não havia chegado. Celeste não conseguiu evitar se preocupar com as constantes saídas noturnas, das quais muitas vezes nem a via chegar.

A moça olhou no relógio e já passavam das 22 horas. Como estava tensa e sem sono, resolveu esperar um pouco pela amiga, seria uma preocupação a menos. Foi para a cozinha e fez um chá de erva-doce à moda britânica, com leite e limão, para tentar se tranquilizar. Ali, sentada ao balcão, tomava seu chá e pensava na reviravolta que sua vida havia dado nos últimos meses: havia conhecido e recebido a Jesus como seu salvador, arranjado um emprego num ótimo escritório de advocacia, conhecido o Ariel...

Coincidentemente, naquele momento o telefone da morena começou a apitar, indicando uma chamada e ao pegar o celular para verificar de quem se tratava, sentiu uma espécie de arrepio ao perceber que era o Ariel. Antes de atender a ligação, a jovem ficou pensativa: por que o loiro lhe ligaria àquele horário? Não era costume dele fazer isso e ela o conhecia bem para saber.

— Oi, Ariel!

— Oi, Celeste. Me diz uma coisa: Raquel está em casa com você? — ela podia sentir a preocupação na voz do amigo — Por favor, diga que está...

— Não, Ariel. Ela não chegou em casa ainda e nem avisou para onde iria. — A morena ouviu um longo suspiro do outro lado. — Aconteceu alguma coisa?

— Eu estava orando por Raquel e senti uma angústia, estou começando a me preocupar com ela. Tentei ligar, mas o telefone dela está desligado.

— Eu também estou bem preocupada! Ela tem saído muito e não raras vezes chegando muito tarde, que nem a vejo chegar. Mas estou sem sono e esperando por ela, então façamos assim: quando ela chegar eu te mando uma mensagem, está bem?

— Tudo bem! Tenha uma boa noite, Celeste.

— Pra você também, Ariel! Até logo.

Ao encerrar a ligação, Celeste começou a refletir sobre Raquel e sua mudança nos últimos dias. A amiga estava tendo muitas saídas, ficava isolada no quarto e só vivia evitando Celeste. A morena sentia falta da amiga, e ficava bem preocupada com a situação dela. Aquele atraso de Raquel foi como um gatilho para que Celeste chamasse a ruiva para terem uma conversa bem séria e colocar tudo em "pratos limpos", pois ela tinha certeza que a amiga estava precisando de ajuda, mas talvez não conseguia se abrir, afinal já havia acontecido antes.

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