A vida de Celeste estava corrida, trabalho e faculdade ocupavam parte do seu dia, e desde que foi a primeira vez com Raquel na igreja, não deixou mais de frequentar, sempre que podia estava nos cultos. Seu coração se enchia de amor por Deus e ela O desejava conhecer com mais intimidade.
Trabalhar na firma de dois grandes advogados também lhe trouxe grande felicidade, mesmo que isso a tenha feito mexer no horário da faculdade, o importante era que estava aprendendo muito com eles.
Lembrar da entrevista ainda lhe causava alguns arrepios, o seu chefe parecia estar a ponto de explodir quando lhe entrevistou e o fato de ter sido a última piorou a situação, até então se perguntava como havia conquistado a vaga.
Miguel Bretas era um homem sério e seu humor nunca estava bom, porém seus olhos revelavam uma tristeza profunda, já Tiago estava sempre sorrindo, seu jeito espontâneo e sedutor deixavam Celeste com o pé atrás, embora ele fosse um excelente chefe.
Ela suspirou e sorriu grata por Deus estar lhe abençoando tanto. Sua compreensão de que nada em sua vida era fruto do acaso aumentava em seu coração a vontade de O conhecer. Pegou as chaves do carro, a bolsa e saiu, trancando a porta do apartamento logo em seguida, seguiu até o elevador e entrou nele sem demora. Ao chegar no estacionamento estranhou o fato de Bella não a estar esperando, sentiu falta da companhia da amiga.
Para ser sincera precisava ligar para ela, algo estava acontecendo e Bella não disse, não era normal ela faltar tantas vezes à faculdade e nem ficar sem dar notícias. Com tudo que estava acontecendo Celeste acabou por adiar a visita a amiga e agora estava aflita sem notícias. Decidiu ligar assim que retornasse para casa e iria até o apartamento da amiga.
Celeste seguiu para a faculdade, cantarolando um louvor que havia escutado na igreja enquanto batucava os dedos no volante. Ela estava radiante com tudo que estava descobrindo, fora tudo que estava acontecendo em sua vida. O caminho até a faculdade foi rápido, estacionou o carro e pegou seus livros antes de descer do mesmo e o trancou em seguida.
— Olá — ela falou simpática ao passar por alguns alunos parados na porta. Eles sorriram e Celeste continuou a caminhada até a sua sala.
Nem bem entrou e seu professor chegou, procurou por Bella na sala porém constatou o óbvio que ela não estava lá, suspirou triste e prestou atenção ao falatório do homem à sua frente ou perderia detalhes importantes.
Assim que o professor saiu de sala Celeste levantou-se e fez um alongamento, juntou seus pertences e seguiu para a área de recreação a fim de ler um pouco.
Abriu seu livro e lia empolgada quando uma sombra atrapalhou sua visão.
— Olá, gata. — Celeste levantou a cabeça e piscou atônita com a aproximação do rapaz, afastou-se o máximo que conseguiu.
— Posso ajudar com algo? — ela perguntou já traçando uma rota de fuga em sua mente.
— Isso depende, me ajudaria muito ter o seu número de telefone. — Ele sustentava um sorriso de lado que deixou Celeste constrangida.
— Olha, eu não te conheço, não costumo dar meu número a estranhos — a morena disse já recolhendo alguns livros de sobre a mesa.
— Não seja por isso, prazer meu nome é Henrique! — ele estendeu a mão para Celeste, ela nem se moveu tamanho o embaraço que estava vivendo naquele momento, Henrique baixou a mão um pouco consternado. — Magoou, mas ainda bem que não guardo mágoas, Celeste.
Celeste parou seus movimentos no mesmo instante, prendeu a respiração e olhou o rapaz que tinha um sorriso galante nos lábios. Nunca tinha dirigido a palavra a ele, já tinha o visto várias vezes pelo campus com muitas meninas, se perguntou como então o mesmo sabia seu nome. Fechou os olhos e forçou o cérebro a manter o foco naquela situação.
— Fico feliz que não guarde mágoas, mas minha resposta continua a mesma: não! E aliás, como sabe meu nome? — sua firmeza ao falar fez o rapaz recuar um pouco, no entanto logo o sorriso presunçoso estava ali novamente.
— Eu não desisto fácil, princesa, você ainda irá sair comigo. E quanto ao seu nome, tenho minhas fontes. — Ele piscou o olho e Celeste soltou o ar buscando domínio próprio.
— Olha, Henrique não é? — ela perguntou enquanto pegava suas coisas — Eu não vou sair com você e nem dar o meu número. Por favor não insista mais, a menos que queira um compromisso sério, aí então podemos fazer uma visita ao meu pai.
Henrique arregalou os olhos surpresos, mas logo disfarçou, passou a mão nos cabelos e engoliu a seco. Pôs as mãos no bolso e deu um sorriso de lado. Ele já pensava em um jeito de se aproximar novamente, não deixaria ela escapar tão fácil, mesmo que precisasse fingir interesse em conhecer seu pai.
— Eu não teria problema algum em fazer essa visita ao meu futuro sogro — ele falou com deboche e Celeste balançou a cabeça tentando conter a risada que queria sair com tudo.
— Então, eu esqueci de falar... — ela cruzou os braços e prosseguiu — Ele é militar, sabe usar muito bem uma arma. Se estiver realmente seguro do que quer é só dizer que marco a visita. — Henrique abriu e fechou a boca várias vezes e no fim apenas saiu de lá sem ação, fora nocauteado logo no primeiro round, mas aquilo não ficaria daquela forma de jeito nenhum.
Celeste andou apressada até seu carro e quando chegou nele o abriu e jogou seus livros no banco do passageiro, entrou no lado do motorista encostou a cabeça no assento e riu, lágrimas desciam por seu rosto por causa da risada, a imagem de seu pai sério falando que quando qualquer engraçadinho se aproximasse dela fosse avisado sobre seu posto de militar e sua arma fez seu coração aquecer, era sempre bom lembrar do pai, mesmo que fosse para usar sua famosa frase. Constatou naquele momento que precisava ligar para seu Gerson, a saudade gritava em seu peito.
Então, já é sexta novamente? Sério?
Olha aí capítulo de PDC fresquinho! Degustem e nos contem o que estão achando....será que falta muito para a Celeste conhecer o Ariel? No próximo capítulo, será?
Muitos apostam que vão se conhecer na faculdade....vamos ver, não vai demorar.
Bom final de semana a todos, desde já.
Abraços,
Produção PDC
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Presente do Céu
SpiritualAriel, um jovem comprometido com a palavra de Deus, dedicava sua vida a servir ao Senhor e cuidar da sua família após a perda do seu progenitor. Muito amigo da Raquel, se apaixonou por sua prima, mas não puderam ficar juntos. Apesar da desilusão, es...